Dear Werewolf || Ziam Mayne Fanfiction

I Guess I'm Selfish

  Pov Zayn

Ele não sabia, mas eu estava lá. Eu sempre estive lá. Podem me chamar de stalker, ou algo do gênero, mas eu prefiro acreditar que se trata de proteção, e não de ciúmes ou obsessão. Proteção excessiva, eu entendo, e talvez até desnecessária, mas desde que vi aquele garoto do outro lado do rio, eu senti uma necessidade enorme de protegê-lo, e pouco me importa se é humano, e a nossa relação seja proibida. Eu só queria estar sempre próximo a ele.

Eu ouvia toda a conversa com o garoto loiro que havia chegado recentemente em sua casa, além de olhar discretamente por uma fresta da janela fechada. Já era tarde, e todas as pessoas deviam estar dormindo, então eu não me preocupei que alguém pudesse me ver ali, apoiado na janela de Liam.

Eu podia sentir a vibração do seu corpo ao ruborizar devido as perguntas indiscretas do tal Stephen, e eu realmente tinha vontade de matá-lo por ser tão íntimo de Liam.

Ele o tocava, e beijava seu rosto, além de chamá-lo de apelidinhos, como Woody, por exemplo, e durante todo o tempo eu senti vontade de arrombar aquela janela e socar o seu rosto.

Sim, pode parecer egoísmo, e é. Liam era só meu. Não oficialmente ainda, mas toda vez que eu via como os outros tratarem ele com carinho, eu sentia uma vontade enorme de pôr uma aliança em seu dedo e declará-lo como minha propriedade.

- Liam, já são três horas da manhã, e amanhã eu vou parecer um gay drogado, então, eu estou indo dormir! - disse o garoto, e me aliviei por não ter que ver e ouvir mais daquelas cenas torturantes de afeto. Sei que eles são apenas amigos, mas também sei que: nunca, NUNCA melhores amigos são aceitos em uma relação a dois, principalmente "amiguinhos" como Stephen, e Niall, mais esse parece ter saído de cena depois que eu fiz Liam confessar que não sente nada por ele. Na verdade eu não quis fazer aquilo, mas foi necessário para retirá-lo do meu caminho. Do nosso caminho: meu e do Liam.
- An? Você ainda não dormiu? Baby, eu não lembro nem do que conversávamos, dormi no meio do papo! - respondeu Liam, que estava embrulhado com sua coberta predileta. Como eu sei disso? Eu sei tudo sobre ele. Eu passo noites inteiras observando ele cair lentamente no sono, além de que presto atenção em cada palavra que ele fala, mesmo que ele não perceba. Ok, isso soou bastante obsessivo, mas quer saber? Eu não ligo.

Liam levantou-se para apagar a luz, e assim que se deitou, eu senti a vibração de seu sangue, que parecia estar se movimentando devido ao frio que ele sentia. Ah, como eu queria aquecê-lo com o calor sobrenatural que eu possuía. Mas decidi que seria melhor desistir dessa ideia, e tentar dormir entre as árvores ali perto, para poder ficar atento a qualquer movimentação na casa de Liam. E de tanto tentar, acabei conseguindo dormir.

Pov Liam

Acordei animado ao perceber que Stephen dormia logo ali, em uma ccolchão ao lado da minha cama. Pensei que ele não fosse gostar do colchão, mas, pra quem já dormiu debaixo da mesa de DJs, o colchão é apenas uma pequena coisa.

- Hey Steph, acorda! - disse, sacudindo-o no seu colchão e ouvindo ele resmungar.
- Hã? O que houve? Por que você me acordou no meio da madrugada? - perguntou, com os olhos quase fechados novamente. Ele sabia muito que já era de manhã, mas resolveu fazer piada com o fato de acordar cedo.
- Haha, que engraçado, agora levanta! - disse, em tom sarcástico. - Vamos, a gente tem que tomar café logo!

- Okay, okay! Agora espera eu me banhar, porque seu primo está lá embaixo, e eu não posso parecer uma foca lesa e morta pra ele! - disse ele em resposta, me fazendo rir. Assenti, concordando que o esperaria, e assim que ele pegou a toalha e entrou no banheiro, eu resolvi procurar meu iPhone para checar as horas. Depois de procurar um pouco, lembrei-me que o havia deixado no bolso da calça que vestia ontem, e lá fui eu, o encontrando lá.

Parecia tudo normal, porém havia nele uma coisa que fazia tempos que não recebia: uma mensagem nova. Me surpreendi, ela estava ali, em meio às não-correspondidas de Stephen, e se destacava por ser única. Minha curiosidade me fez querer abri-la, e já que foi enviada pra mim, concordei em saber do que se tratava.

"Não se pergunte como eu tenho o seu número, há muitas coisas sobre mim que você não sabe. No momento estou com vontade de matar você e seu amiguinho, por que tanta troca de afetos? Eu sei disso, você estava abraçando ele muito amorosamente, e realmente estou furioso, mas quero conversar com você. Me encontre à tarde no jardim do colégio, leve seu amigo, vou mostrá-lo que sou melhor em tudo, inclusive no aspecto 'ter você'. Beijos, você-sabe-que-sou-eu."

Era isso o que a mensagem dizia, e eu tinha uma expressão no mínimo confusa ao ler aquilo. Ouvi a porta do banheiro se abrir, e Steph saiu de dentro, e percebeu que eu continuava boquiaberto.

- O que você tem? Eu não devia ter saído do banheiro sem camisa, sei que sou gostoso, me desculpe! - disse Steph, sendo irônico como sempre.
- Zayn quer encontrar comigo hoje.
- E quem é Zayn? - perguntou, como se pedisse pra prosseguir.
- O cara com quem falei que estava enrolado.
- E pelo jeito que você está, o "rolo" é muito mais que apenas "rolo"...
- Ele está bravo, e quer ter uma conversa séria comigo. Acho que ele soube que você havia chegado, e que nós estávamos muito próximos. - disse, olhando nos olhos de Stephen, que tinha uma expressão confusa quando falei de Zayn e seu ciúme sem motivos.

- Nossa, que idiota isso! Somos os dois melhores amigos do mundo: Woody e Steph. Ninguém nega isso!
- Eu sei, Steph, mas Zayn não entendeu isso ainda! Mas, pra falar a verdade, eu não conhecia esse lado ciumento dele...enfim, ele pediu que você fosse também, ele quer te conhecer, você vem comigo?
- Olha, eu vou, mas se caso você perder o namorado pra mim, não me culpe por ser tão gostoso! - disse Steph, e eu gargalhei em resposta do que ele falou. Convencido.

Descemos as escadas, e logo estávamos na cozinha, onde Frank jogava em seu Nintendo DS distraidamente. Stephen me olhou com uma cara de "quero ele pra mim", e sentou ao lado dele, tentando se entrosar.
- Mario? Sério? Cara, eu amo esse jogo! - disse Stephen, e claro que era mentira. Stephen sempre dizia que Mario era pra garotos, e que eu era uma garotinha frágil e deveria jogar Barbie ou algo do gênero. Só se for ele.

- Ah, então deve ser por isso que você e Liam são melhores amigos!
- É, talvez seja por isso mesmo! - respondi, acobertando Stephen. Sei que poderia estar incentivando-o a flertar com Frank, mas resolvi ver no que aquilo ia dar. E aliás, algo em minha mente persistia em dizer que Stephen conseguiria, e que com aqueles olhos ele poderia hipnotizar o mundo inteiro, se quisesse.

Continuamos conversando sobre jogos, e apesar de não saber nada sobre, Stephen falava de tudo como um expert, mas acho que ele apenas pôs na cabeça tudo o que eu já havia falado para ele sobre games e ele considerava besteira. Isso é o que eu chamo de estratégia, e Frank pareceu estar cedendo, já que conversavam como bons amigos. Hm, eu realmente não sei onde isso vai dar.

- Vou fazer panquecas! Alguém com fome?
- Faz, Steph! Estou faminto! E você, Frank, já tomou café?
- Não, na verdade, eu estava esperando vocês acordarem pra descer e fazer qualquer coisa que matasse minha fome! Não sei fazer nada... - disse Frank, fazendo biquinho.
- Oh honey, não se preocupe, minhas panquecas são tão deliciosas quanto quem a faz! - respondeu Stephen, conseguindo arrancar nossas risadas. Isso não vai dar certo...

xx

Enquanto comíamos as panquecas que acabaram de ser feitas, Stephen e Frank conversavam e riam descontroladamente, e eu podia sentir um certo clima no ar. O clima era tanto que eu já estava começando a me sentir excluído, então, decidi cortar logo aquele papinho.

- Pronto, acabei! Tenho que ir me encontrar com Zayn sgora, cê vem comigo, Steph? - perguntei, e o vi suspirar. Stephen olhou pra Frank, e o viu fazer um biquinho falso, talvez pelo fato de que ia ficar sozinho.
- Ah, sabe o quê que é, Liam? - hesitou. - Não posso deixar meu novo amigo sozinho, e também eu não conheço Zayn, eu ficaria sem graça. Se importa se eu passar a tarde com o Frank?
- Não, claro que não, por mim tudo bem! Agora tenho que ir, bom dia pra vocês! - disse, e fui até lá fora, pegando minha bicicleta e pedalando rumo à escola. E, enquanto eu pedalava, milhares de coisas passavam pela minha cabeça, que iam de Stephen e Frank a Zayn e sua conversa séria. O que será que ele conversar comigo?

Pov Zayn

Estava sentado debaixo de uma árvore, lendo um livro. Fazer aquilo me lembrava Liam, e eu acabei descobrindo um hábito novo: ler livros. Por culpa dele.

Mas, tive que parar minha leitura ao sentir o cheiro inebriante do perfume dele. Achei que eu só estivesse impressionado demais, e que ele não viria hoje, já que era quase onze horas da manhã.

Ele caminhava tímido em minha direção, eenquanto eu o penetrava com meu olhar. Ele olhava para os lados em resposta, e quando finalmente chegou, eu voltei minha atenção ao livro em minha perna, como se ignorasse o fato dele estar ali. Impossível, claro.

- Demorei muito?
- Na verdade sim. Quase uma semana. - respondi, ainda fingindo estar lendo.
- Zayn, desculpa, é que o Stephen, ele...
- Stephen, Stephen e mais Stephen. Será que agora ele vai ser mencionado durante esse dia inteiro? Eu acho muito provável...
- Hey Zayn, para de falar assim com ele! Ele é meu amigo, entendeu? Melhor amigo, por sinal! - ouvi Liam se ofender, e eu me levantei num pulo, deixando o livro no chão.

- Eu não estou falando assim com ele, estou falando assim com você...sabe quantos dias você esteve longe? Três dias! Você me evitou o tempo inteiro!
- Hey, eu não te evitei em nenhum momento! Eu só estou dando atenção ao meu melhor amigo, o qual eu não vejo há muito tempo! - disse ele, observando com dó a expressão triste que tinha em meu rosto.

- Desculpa babe, eu sinto muito! Não fica assim... - disse Liam, sustentando-se em meus ombros. Isso é sacanagem, ele não sabe quantas homenagens eu fiz pra ele durante esse tempo todo (três dias foram como treze anos se vê-lo) qu estivemos longe. Eu precisa tanto dele, que o simples toque em meus ombros, me causou um arrepio.

Ele me empurrou lentamente, até eu sentir o tronco da árvore colidir em minha costas, e logo os olhos dele também colidiram com os meus. Eu não resisti, e toda a mágoa passou quando o puxei para um beijo saudoso. Adentrei minha língua, sentindo o gosto tão suave quanto camomila, enquanto apertei seu traseiro num impulso, e ele pareceu não se importar, já que gemiu contra meus lábios.

O frio em seus lábios rosados me delirava, ele não sabe o quanto eu senti falta daquilo.

- Está melhor agora? - perguntou, bastante ofegante pelo recém beijo ofegante.
- Você já teve melhores. - disse, segurando o riso enquanto ele brincava com as meu topete. Só ele podia fazer aquilo sem que eu sentisse ódio.

- Nunca mais faça isso, entendeu? - disse, puxando-o para mais perto, segurando sua cintura. - E aliás. cadê seu amiguinho?
- Ele preferiu ficar em casa com meu primo.
- Hum, melhor. Muito melhor.... - eu me aproximei cada vez mais do seu ouvido, sussurrando lentamente: - EU. NÃO. ACEITO. TE. DIVIDIR. COM. NINGUÉM... - e ele se contorceu assim que beijei sua nuca.
- Eu admito que sou egoísta. - disse, e Liam me puxou para outro beijo. Caloroso para ele, calmante para mim. A combinação perfeita. E eu jamais me cansarei de tê-lo à mercê de mim.