- Zayn?! - perguntei, e percebo que estava enganado no momento em que o garoto virou-se até mim. Não tinha nenhum traço semelhante a Zayn, e embora tivesse um sorriso largo e me parecer familiar, não pude esconder minha enorme reação de desapontamento ao vê-lo.
- Acho que você já cometeu esse erro outra vez. Eu sou o Tom, lembra? Tom Daley! - disse, me fazendo refletir o porquê de ele me parecer familiar. Claro, foi Tom quem me salvou daquela desgraçada, e foi com ele que me equivoquei pela primeira vez.

Com o mesmi sorriso largo, Tom me estendeu a mão como forma de comprimento e eu não pude fazer nada além de segurá-la.
- Fico feliz por ter acordado. - disse, soltando minha mão lentamente.
- Por quanto tempo eu estive dormindo?
- Três ou quatro dias, não lembro ao certo. Acho que você está meio sequelado desde que chegou aqui, afinal, ninguém fica bem após ficar inconsciente durante um mês inteiro.
- Um mês? - as palavras saíram tão exaltadas quanto minhas orbes, que pareciam querer saltar de tanto espanto. - Está me dizendo que faz um mês desde que Perrie e seus capangas me pegaram? E desde de então, nunca mais teve notícias sobre mim?
- Bem, eu creio que não. Mas, hey, esse sol não faz muito bem pra você. Venha, vamos entrar, vou preparar algo para você comer. - disse Tom, e apesar de querer discordar, eu não o fiz, realmente estava faminto e bastante fraco.

Tom disse para que eu aguardasse na cama, e como eu já estava perto dela, me deitei e esperei. Me senti estranho por aquilo, mas queria saber respostas sobre o que aconteceu comigo e enquanto eu estava ali imaginei milhares de coisas, como por exemplo: Será que minha família já teria desistido de mim? E Zayn, será que resolveu me esquecer? Tudo isso passava em minha cabeça, até o momento que Tom entrou pela porta, fechando-a com um dos pés, já que as mãos estavam ocupadas com uma bandeja, que logo ele pôs em minhas pernas.

Tinha pão integral, manteiga, vitamina e geléia de morango, enfim, tudo essencial para criar um excelente café-da-manhã na cama, e aposto que qualquer um ficaria feliz ao receber aquilo, mas infelizmente não consegui, diante da situação.

- Obrigado, parece tudo muito bom. - agradeci, tentando comer algo, mas falhei por estar sendo observado por ele. - Mas agora, me explica: Eu realmente passei um mês inteiro dentro de uma caverna?
- Na verdade não. - respondeu Tom. - Eu te trouxe pra cá sempre que podia e cuidei de você sempre que pude, enquanto Perrie não estava, por isso você não está morto agora. Mas devo confessar que eu isso não foi graças a mim...você realmente tem alguém lá em cima a seu favor, te protegendo. - Tom disse e fiquei imaginando minha família, aonde e como estariam eles agora.

- Eles, bem...eles o procuraram por Londres inteira, e seu primo se culpa muito por seu desaparecimento. - disse Tom, como se tivesse lido meu pensamento. - Você também teve uma ajuda extra, Ed Sheeran fez uma campanha no Twitter para ajudar a te encontrar. Vocês são amigos?
- Mais ou menos. Quer dizer, eu o conheci na noite em que Perrie me trouxe até aqui.

Ed. Ah, que garoto incrível, pensei. Eu realmente gostaria de conhecê-lo mais e me tornar um amigo dele, ele me parece ser uma ótima pessoa pra desabafar.
- Certo, agora vem o mais importante: Como vai ser o plano e quando você vai me tirar daqui? - perguntei, já impaciente e me sentindo bastante sufocado naquela casa de madeira.
- Hã? Te tirar daqui? - a expressão de Tom, como se eu não ainda não tivesse entendido o porquê de estar ali. - Não vou te tirar daqui, você não pode ir embora. Eu ajudei Perrie a te trazer até aqui, e não posso simplesmente deixar você simplesmente sair daqui. Você é refém, e é aqui que você tem que ficar!

Refém. Isca. A imagem boa e heróica que tinha de Tom desapareceu ao dilatar de minhas pupilas. E, de repente, lá estava ela, guardado em memória e à direita de Perrie.

" - Oh, você já vai? Não vai ficar pra uivar conosco?". Ele estava lá, ele era um dos capangas de Perrie.
- EU NÃO VOU FICAR AQUI! - gritei, me levantando em um pulo, e lá se foi a bandeja farta que Tom trouxera.

Estava tão próximo da janela aberta que tive a atitude repentina de pulá-la, e logo eu já estava de lado de fora, já correndo em direção à plantação de morangos. Meus pés estavam doendo, minhas vestes rasgadas e meu fôlego estava escasso, e não demorei muito para ir ao chão, no meio da plantação, com lágrimas escorrendo de meus olhos. Que fracasso!

Olhei para o lado e Tom já se encontrava ali, parado de braços cruzados como se soubesse que eu não era nenhum Usain Bolt. Balançou em cabeça e me envolveu em seus braços quentes, regredindo à maldita cabana.
- Você pode correr, mas...não vai tão longe.
- Eu odeio você. Você e sua corja maldita que não aceitam o simples fato de que Zayn partiu pra outra. - sussurrei, e Tom parou ali mesmo, no meio do caminho, me encarando como se eu tivesse dito algo que o houvesse ofendido.
- Acha que eu sou mal, não é? Acha que sou um vilão, quando fui eu quem te salvou todas as vezes que Perrie tentou te matar. Tudo bem, você pode ficar com sua ingratidão, mas não vai adiantar nada. Se acha que Zayn partiu para outra, você deveria partir também. Você vai ficar aqui até que ele prove o contrário, e bem, já se passou um mês e nada dele, não é? Vai ver ele já partiu para outra mais uma vez... - Tom disparou, e continuou a caminhar, e desejei ter forças para quebrar sua cara. Como pode dizer tanta calúnia?

Agora que eu sei da verdade, sei que Zayn jamais desistiria de mim. Ou...será? Ele fez isso com Perrie uma vez, por que comigo seria diferente? E se o prazer dele fosse partir corações e deixá-lo loucos, como aconteceu com Perrie? Oh, eu fiquei tão confuso que preferia não ter ouvidos para escutar todas aquelas palavras desgraçadas.

Tom me pôs de volta na cama, afofando os travesseiros de modo carinhoso, mas nada que ele fizesse iria tirar o rancor repentino que surgiu no meu coração sobre ele.

- Fique aqui, que vou limpar essa bagunça que você fez e preparar um chá de Camomila pra você. Nada de comida desta vez pra você.
- Eu não quero nada que venha de você.
- Olha, você quer voltar a ser torturado por Perrie? Por mim, tudo bem, você bem merece.
- Não faz diferença, eu prefiro morrer do que aguentar vocês. - respondi, com a voz firme e o olhar fixo nos olhos gananciosos de Tom.
- Você realmente precisa de um chá de Camomila. - disse e saiu, me deixando navegar em pensamentos.

Comecei a lembrar de várias coisas, como por exemplo: Tom Daley era um saltador profissional, que certo dia assumiu sua homossexualidade, eu lembro de ter visto isso em um noticiário. Depois disso, ele misteriosamente desapareceu, vai ver resolveu se refugiar nessas ruínas, junto da loira aguada e do seu outro capanga.

Mas continuei refletindo: Por que Tom faria algo do tipo? Sequestros não pareciam ser a sua praia. E por que eles eram tão forte? E Zayn, onde estará Zayn? Eram tantas perguntas que tentavam preencher o vazio do meu coração, que sentia tanta tristeza, raiva, rancor e ódio ao mesmo tempo. Era um enorme coquetel de emoções e eu o sentia diretamente em minha corrente sanguínea.  

Dear Werewolf || Ziam Mayne FanfictionWhere stories live. Discover now