Mensagens e o Inferno

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Jully

Faz dois dias que Silver me contou seu segredo... que sinceramente não me deixou muito surpresa. Ele... sei lá! O importante é que ele não está agindo diferente só porque me contou isso, apesar de irritante, eu amo essa pulga. Mas ele nunca vai ouvir isso da minha boca!

Ultimamente o Silver inventou de andar praticamente colado em mim, enquanto o Sam... não sei, mas em menos de 24 horas ele começou a ficar distante ou é só impressão minha. Demora pra responder minhas mensagens, que antes respondia na velocidade da luz, poucas vezes inicia uma conversa, o que de certa forma me deixou meio intrigada, MAS ele ainda faz uns lanches para mim, pelo menos isso. Se ele parar, eu o esgano.

É, parece que não é só impressão minha e a situação está bem obvia... Fuck that! Eu não preciso ficar me preocupando com besteiras como essa, contando que ainda faça comida para mim, dane-se o resto.

Enquanto isso, no inferno do intervalo...

-Ela está pensando nele, Oh yeah, baby! Ela está pensando nele- Silver estava cantando próximo aos meus ouvidos. Peste irritante.

-Cala a boca, capivara- grunhi.

-Quando ele chega, ela se derrete, não admite... Wow, um diamante bruto que precisa ser lapidado- continuou cantando.

-Tá pedindo pra morrer- fiz careta.

-Olha, sentiu essa- ele deu uma risada. Finalmente parou de cantar- a indireta foi certeira dessa vez- zombou.

Apenas chutei sua canela por debaixo da mesa e ele apenas mordeu os lábios para tentar evitar fazer uma careta. Já havíamos terminado de comer, mas a preguiça de levantar não me deixar sair daqui, mesmo com uns olhares bem estranhos em nossa direção. Só falta eles começarem a dizer que nos somos um casal! O que eles acham que eu sou? Uma piranha?!

-Hey Jully, o que você planeja fazer nas férias?- Silver sentou-se do meu lado.

-Não sei- respondi com cara de tédio.

-Vai viajar?- sua cara parecia com a de um cachorro abandonado.

-Não sei- olhei para o lado oposto.

-Como foi a sua noite com o Sam? Muitos beijos... ou algo a...?- cochichou no meu ouvido. Olhei para ele rapidamente, dando um belisco bem forte em seu braço. Se eu soltasse raio laser pelos olhos, ele estaria MUITO ferrado.

-Qual é? Vai tomar seus remédios! Que tipo de ideia é essa?!- cochichei, ou pelo menos me esforcei para fazê-lo.

-Eu queria perguntar como foi, sei que você passou algumas... horas lá- cochichou com sua cara pervertida. Que raiva!

-Como sabe disso?- o olhei de canto, fazendo careta.

-Tenho minhas fontes... e eu sempre quis dizer isso- sorriu.

-Fuck- estava tentando me conter para não bater nele, mas é difícil!

-Olha, não precisa ficar com raiva, sei que aconteceu alguma coisa lá que te deixou incomodada... porque desde que você saiu de lá, tá mais azeda do que todos os limões do mundo, juntos num suco- cochichou, com um semblante preocupado, mas logo zombando.

-Obrigada pela preocupação- ironizei.

-Depois que as aulas terminarem, vamos na lanchonete, você come alguma coisa e desabafa, não precisa ser durona 24 horas por dia- sorriu e piscou para mim. Apenas bufei como resposta.

...

Estávamos andando em direção ao carro de Silver, ele estava a animação em pessoa, o oposto de mim. Eu estou azeda sim, e ele que me suporte. Dane-se.

Goodbye and Keep GoingWhere stories live. Discover now