Day 1 - Boxes and Painting

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Marco abriu apenas um olho quando percebeu a movimentação constante dentro do quarto.

O ambiente ainda estava escuro, mas ele podia ver a sombra de Camille andando de um lado para o outro, do closet para o banheiro.

E apesar de estar parcialmente acordado e parcialmente dormindo, ele não conseguia tirar seus últimos quarenta minutos de sono daquele jeito.

Tinha perdido o talento de ter um sono tão pesado que qualquer barulho soava como uma canção de ninar.

Provavelmente com Camille, que parecia sempre estar ligada no 220v.

- O que você está fazendo? - Foi o que ele conseguiu murmurar, com a cabeça enterrada no travesseiro. - Ainda é madrugada.

- Eu vou correr. - Camille colocou o rosto na porta do banheiro, sorrindo. - E são quase nove horas. Bom dia,Marco!

Reus não respondeu nada, fechando os olhos e lentamente voltando a pegar no sono.

- Você pode ir comigo, sabe disso? - A voz de Camille o despertou novamente, e recebendo um grunhido como resposta, Houston subiu na cama, deitando o seu rosto no peito de Marco. - Vamos lá, é um ótimo jeito de começar o dia.

- Meu dia nem começou ainda. - Respondeu, com a voz abafada enquanto se esforçava para manter os olhos fechados.

O problema de Marco era que seu corpo não conseguia não reagir ao de Camille.

Inevitavelmente suas mãos abraçavam o corpo dela, enquanto traçava linhas imaginárias na sua cintura. Camille encaixou o topo da sua cabeça em baixo do queixo de Marco, distribuindo beijos pelo seu pescoço.

Ela cheirava a shampoo e segurança.

Não havia, no mundo, um cheiro melhor que aquele para Marco.

- Esse sorriso quer dizer que você está pensando na minha ideia? - Houston perguntou, ao perceber o pequeno sorriso que se formara em Reus, ainda de olhos fechados.

- Na verdade, eu só estava imaginando o quão bem você fica em roupa de malhar. - Ela rolou os olhos, suspirando. - Guarde sua energia para as caixas, schatzi. Você tem alguma noção de quantas são?

Claro que Camille Houston tinha.

Ela só não tinha noção, como havia etiquetado todas em números que iam do 0 ao 23.

Ninguém a disse que mudar seria tão difícil.

Quando ela e Marco acertaram os últimos detalhes da mudança, dois meses atrás, ela tinha uma ilusão que apenas em um estalo de dedos as coisas sumiriam do seu apartamento em Londres e apareceriam organizadas no apartamento de Marco, em Dortmund.

Ou melhor, apartamento dos dois.

Houston não tinha noção que um homem mal encarado ia jogar suas caixas de qualquer jeito na sala do apartamento, dando uma boa avaliada no apartamento do seu namorado e murmurando algo como 'você podia descolar uns ingressos pra gente, uh?'

Ela não só não iria descolar nenhum ingresso para ele, quanto também iria denunciá-lo para a agência de mudança pelo danos irreparáveis nos seus porta-retratos.

Aparentemente a etiqueta de frágil era só um enfeite bonitinho.

Por que ninguém a respeitava.

- Será que nós podemos pensar nas caixas mais tarde? - Perguntou, fazendo biquinho. - Eu sei que tenho que arrumá-las hoje, é só que... São muitas.

Broken WingsOnde as histórias ganham vida. Descobre agora