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Quanto mais nosso carro se aproximava da mansão, mais eu sentia meu corpo tenso, mais eu sentia o medo correr em minhas veias.

Senti o olhar quente de Rodrigo em mim, mesmo olhando para janela, eu não queria decepciona - lo, queria fazer tudo que o eu pudesse para pegar Liliana e o meu bebê, ele então vendo minha inquietação, entrelaçou sua mão na minha que estava abandonada no banco, me obrigando a encarar seus perturbadores olhos castanhos.

- Sabe que eu não concordo com esse plano, não sabe? - Disse ele assim que me virei.

- Se acontecer alguma coisa com você ou com ele, Amélia...- Rodrigo parou assim que viu que, se ele pensasse mais um pouco sobre aquilo iria explodir, e ele não seria o único.

- Eu estou com medo. - Confessei, estava apavorada na verdade, eu encararia a mulher que me maltratou por meses, tirou meus filhos, e quase destruiu minha vida.

- Você confia em mim não é? - Perguntou ele, acenei que sim com a cabeça.

- Então, acredita em mim quando digo que vai dar tudo certo? Você só precisa ficar o suficiente para conseguirmos entrar. - Disse ele colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

- Tudo bem, tudo bem, vai dar tudo certo. - Disse respirando fundo, tentando manter meu coração no peito.

Quando o carro finalmente parou, um pouco antes da onde eu havia pegado minha filha pela primeira vez nos braços, um arrepio percorreu minha espinha.

- Você vai conseguir. - Disse Rodrigo beijando minha testa, suspirei e sai do carro, seguindo de Jane que saiu de uma viatura.

- Você entra e a gente vai logo depois, Liliana não vai fazer nada. - Afirmou ela, tentando me passar segurança.

- Obrigado. - Eu disse, Jane assentiu desconcertada. Dei as costas a ela e segui pelo caminho do grande portão.

- Estou aqui Liliana. - Eu disse pelo interfone, tentando mostrar segurança, logo depois o portão foi aberto. Caminhei pelo jardim até a casa, mas assim que escutei um choro ardente corri apresamente para a porta e entrei, me encontrando sozinha no grande salão que seguia de uma longa escadaria.

- Liliana? - Chamei, aquele silêncio estava me deixando aflita, a qualquer momento algo poderia acontecer.

Então, ouvi um som de disparo vindo do andar de cima, tentei correr pelas escadas temendo pela vida do meu filho, mas minha perna parecia não receber minhas ordens, comecei a senti - la queimar e quando olhei, o sangue já escorria por ela.

- Eu disse para vir sozinha querida. - Olhei para cima e Liliana descia as escadas brincando com uma pistola na mão.

- Liliana! - Gritei com raiva.

- Eu avisei amor. - Disse ela se aproximando de mim, que nessa altura já estava praticamente deitada no começo da escada.

- Você vai pagar! Eles vão pegar você! - Gritei para ela ao mesmo tempo gritando de dor.

- Amor, é melhor que eles não me peguem, ou você nunca mais verá seu filho outra vez. - Disse ela passando por mim na escada, encarando fixamente meus olhos, que explodiam de raiva nesse momento.

- A onde você o levou? A onde?! - Gritei antes de perde - lá de vista, me levantei na tentativa de conseguir andar, gritei ao sentir a dor de colocar a perna no chão, tentando ir atrás dela de qualquer maneira.

- O que você quer afinal? Me diga! - Gritei ao vê - lá na sala.

- Você é mais forte que eu pensava. - Disse Liliana rindo.

Consequentemente InevitávelOnde as histórias ganham vida. Descobre agora