3° A volta

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" E eu sei que você vai ficar longe por um tempo. Mas eu não tenho planos de ir embora... " 

One - Ed Sheeran.

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ODEIO VOAR!

EU REALMENTE ODEIO!

Podem me chamar de louca, dizer que é frescura, que depois da primeira vez passa, podem me dizer qualquer coisa, andar de avião me causa pânico e pra mim é a pior sensação de insegurança do mundo.  Eu realmente tenho muito medo dessa coisa.

- Senhorita, precisa de alguma coisa? - A comissario de bordo veio até mim quando obviamente percebeu que eu era a única pessoa dentro do avião que não estava dormindo e sim bastante elétrica na verdade.

- Acho que eu estou um pouquinho nervosa. - Declarei sorrindo para a mulher ao meu lado.

- Sei como é, não é a primeira passageira a passar mal dentro da aeronave. Espere um estante que trarei um chá para a senhorita se acalmar. - Disse isso e saiu andando em direção do fundo do avião. 

Respirei fundo e fechei os olhos voltando lá no Texas lembrando - me da despedida de Joseph. 

Meu amigo me deu milhões de dicas quando eu desembarcasse no Brasil, afinal ele tinha tios que moravam lá e os mesmos me ajudariam na minha estadia de tempo indeterminado.

Nossa despedida deu - me um aperto profundo no coração, não queria deixa - lo para trás sozinho, mas o dinheiro de emergência do meu pai não tinha como pagar duas passagens.

- Assim que você chegar, me liga! Não importa a hora! - Disse Joseph após meu vôo ser chamado pela ultima vez .

- Tudo bem, eu prometo. -  O abracei fortemente.

  - Eu te amo. Boa sorte. - Disse ele e eu me despedi caminhando em direção ao portão de embarque.

A comissaria voltou com uma xícara de chá me despertando.

- Vai te deixar mais calma. - Disse ela e eu assenti agradecendo.

Peguei meus fones e tentei relaxar, ainda havia algumas horas até que eu pousasse no meu destino, eu tinha que estar com minhas energias recarregadas para enfrentar todo o meu passado que ficara para trás escrito naquele diário.

Havia lido mais algumas paginas e olha, não vou dizer que não fiquei impressionada, haviam muitas coisas que foram muito difíceis para ler, coisas que me tocaram fundo e que pela primeira vez eu realmente senti que eu precisa saber sobre toda minha historia.

Algumas horas se passaram e eu acabei adormecendo, só fui acordar quando uma senhora que veio sentada ao meu lado me acordou delicadamente.

- Chegamos Querida. - A senhora ao meu lado disse em português. Surpreendi - me em entender o que ela dizia. Não que eu não soubesse mais falar em português, Charles nunca me deixou esquecer, e depois que eu conheci Joseph que era de família brasileira as coisas ficaram ainda mais fáceis, só que há muito tempo eu não praticava, as palavras se formavam com dificuldade em minha mente.

- Hã...Obrigado. - Eu disse meio incerta, a senhora por outro lado abriu um sorriso e eu entendi aquilo como um bom sinal, talvez eu não estivesse tão enferrujada quanto imaginei.

Depois dos avisos para colocarmos o cinto para pousarmos, arrumei - me no assento e esperei  pelo pior, não havia decidido qual era o mais desesperador, decolar ou pousar, eu só tinha certeza que qualquer um dos dois teriam minhas unhas cravadas na poltrona.

Consequentemente InevitávelOnde as histórias ganham vida. Descobre agora