– Mas...? – indagou Riko. – Não... espera, somos nós?
– E-e quem é você? – perguntou Iruka, encarando Aika por cima da asa de Kurikara.
– Opa, perdão... muito prazer, pessoal! Eu me chamo Aika! Eeeeee... sim, esses desenhos são de vocês.
Aika se ergueu e, com o sangue frio, se deu conta dos cortes pelo seu corpo. Bufou e teve que se sentar de novo, mas não queria demonstrar dor na frente deles.
– Você está bem...? – perguntou Kurikara, voltando-se para ela.
– É, tô... vou ficar... Essa conversa vai ser muito, muito longa mesmo. Oh céus, não sei por onde começar...
– Começa com o que significam esses... esses desenhos! – disse Iruka.
– E por que sua roupa tem asas de Fênix Negra? – perguntou Riko.
– Lindas, não? – perguntou forçando uma risada, enquanto se levantava e lavava o ombro na pia. Temia ter problemas para desenhar com o ombro daquele jeito. Sem dizer mais nada, abriu a geladeira e encheu copos com água, colocando-os no chão na frente dos guerreiros. Sentaram-se frente a frente, sendo que os três filhos de Gattai se apertavam no pouco espaço (principalmente com as enormes asas de Kurikara).
– Vocês podem beber de boa – disse Aika, já bebendo o seu, tentando acalmar o coração ansioso. Quando Kurikara fez o mesmo (estranhando um pouco o copo de vidro) e os outros repetiram o gesto. Ela notou Kurikara fazendo um sinal para que se acalmassem.
– Então... vocês não estão em Gattai. Vocês estão em outro mundo.
Esperou uma respost, mas teve apenas o silêncio. Riko e Iruka não disseram nada, obviamente não acreditando. Voltaram-se para Kurikara que, com um suspiro muito longo, assentiu. As bocas dos dois se abriram tanto que Aika pensou que fossem rasgar, mas foram silenciados de novo.
– E não é uma terra "além da linha do céu" (termo que os personagens utilizavam para a linha do horizonte). É outro mundo mesmo. Também não é o dos deuses... e existem outros, mas eu só conheço o de vocês, então não me perguntem.
Aika agradeceu a Kurikara por silenciá-los de novo:
– Devo dizer que em meu mundo também nos é ensinado que não existe vida fora dele. Só que não... enfim, a questão principal é que nem eu mesma sei do que estou falando. Eu descobri por acidente que vocês eram reais...
– Reais? – perguntou Kurikara dessa vez.
– Ai ai... – Aika suspirou e bateu as mãos, que tremiam um pouco. Não sabia se estava excitada ou nervosa porque definitivamente estava vivendo algo muito louco. – Vou fazer assim... ahn, em Gattai existem histórias e contos, não é? Ficção para entreter, algum tipo de publicação?
– Claro! – respondeu Iruka. – Eu gosto de acompanhar umas histórias que saem nos jornais do meu povo e...
– Você acompanha essas coisas? – indagou Riko, incrédula. – São um monte de besteiras!
– Ora, são legais! E eu parei quando fui parar nessa missão...
– Aika, aonde você quer chegar? – indagou Kurikara, agora respirando melhor. Pelo menos sua regeneração estava rápida naquele mundo.
– Pois então, histórias são comuns no meu mundo. Tem várias características e formas diferentes, e são bilhões delas, para falar a verdade. Meu "povo" ama e consome isso direto... então, ahn... existe um tipo de história particular do país em que vivo agora, e é onde vocês estão, chamado mangá. São histórias ilustradas de forma mais caricaturada. E... bem, no meu mundo, eu os conheci através de mangás. Ou seja, aqui, vocês, suas vidas e seu mundo são mostrados como uma história.
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AIKA - A Canção dos Cinco (A Saga Aika #1) [degustação]
FantasyDragões, uma guerra entre raças mágicas, feiticeiros e demônios causando caos... Parece ser apenas mais uma obra de fantasia, contudo, Aika Akatsuki dos Anjos descobriu que é tudo real: sua história preferida trata-se de um mundo paralelo, onde o pr...