Cap. 17

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Dia 1/8

Os garotos estavam preocupados.

Mia, Thomas e Minho estavam entrando no Labirinto, não para ver o movimento das paredes como sempre, mas para tentar achar um Verdugo. Mia estava apavorada, mas era o que tinha que fazer.

-Eu ainda acho que não é uma boa ideia -Diz Minho ao seu lado, Mia olhou para ele com confiança nos olhos e um sorriso sem mostrar os dentes. Tinha que mostrar confiança só que era difícil... -E se algo acontecer com você? Pare de aparentar confiança consigo ver nos seus olhos que está apavorada. -disse com o humor de sempre. -Você não precisa fazer isso.

-Sim eu preciso, Minho vai ficar tudo bem... Você e Thomas vão estar comigo. -disse Mia pegando em sua mão, Minho a aperta. A garota não tinha tanta certeza de que suas palavras estariam certas.

Sem parar os três continuam em frente, a procura de um verdugo.

******

A busca tinha sido um fracasso, não tinham conseguido achar nenhum Verdugo pela Área oito. Mia estava um tanto aliviada, não seria hoje que enfrentaria aquelas coisas de novo.

Logo que chegaram foram em direção a Casa dos Mapas, mesmo não tendo achado nenhum Verdugo ainda tinham feito suas coisas de Corredores.

Depois de desenhar mapas e guarda-los, Mia se dirigiu ao bosque sem esperar ninguém, só queria ficar sozinha. No caminho foi detida por Gally.

-Ora ora, vejamos se não é a Fedelha Corredora. -Disse com desdém.

-Ora ora vejamos se não é um trolho burro. -Falou usando o mesmo tom de desdém, talvez até mais. -Agora sai da minha frente que eu tenho mais coisa pra fazer do que ficar aqui vendo sua cara feia. - Gally ficou muito vermelho e fechou os punhos.

-Olha como fala comigo. Só foi você se tornar uma Corredora que ficou ignorante igual o Minho.

-E foi só você me ver tornar uma Corredora que ficou desse jeito. Por acaso tudo isso é ciúmes? -Arqueou a sobrancelha. -Não gostou de ver uma simples Fedelha se tornar Corredora não é?

Saiu de perto dele, não queria falar com ninguém muito menos com esse idiota aí. Antes que estivesse longe de Gally o mesmo grita algo para ela.

-Escute aqui sua trolha! -Mia parou de andar, mas não se virou. -Se você e aquele Fedelho fizerem alguma coisa eu mato vocês! Eu sei que vocês não são quem dizem que são. -Mia virou-se e andou até Gally parando bem na sua frente.

-Me diga qual é o seu problema? Se você ainda não percebeu todos aqui estamos juntos nessa, querendo ou não. Você deve ter merda na cabeça para pensar que eu possa estar do lado daqueles malditos, se eu arrisco a minha vida todo santo dia lá dentro é pra ajudar vocês a saírem daqui. Nunca mais diga isso. -Saiu sem esperar que ele dissesse alguma coisa, esse garoto tira a paciência de qualquer um.

Mia ficou no bosque sentada até que sentiu fome, já havia anoitecido e todos os garotos estavam sentados perto da fogueira como de costume, provavelmente já haviam jantado. Ao invés de ir junto com eles foi para a cozinha buscar comida.

Pegou um sanduíche e um copo de água, sentou na mesa e ficou observando os garotos ao longe. Uma mão encosta em seu ombro fazendo Mia pular de susto.

-Ei calma! Sou só eu -Diz Thomas, o bobalhão, rindo e sentando ao seu lado.

-Você me assustou Tommy. -Mia ri e continua a comer sua comida. Thomas e Mia conversavam e davam risada, quando a garota terminou de comer tomou a água, levou o copo na pia e foram ao encontro dos outros.

Newt e Minho cochichavam algo que parecia ser muito sério. Sentando lá os dois imediatamente param de falar.

-O que é tão secreto que eu não posso saber?

-Na verdade nada, queremos falar com o grande conquistador aí. -Diz Minho apontando para Thomas.

-Grande conquistador?

-Sim. A bela adormecida lá dentro não para de falar o nome dele. -Responde Newt. Bela adormecida... Era uma historinha de infância, várias outras vieram do fundo de sua memória. Era frustrante se lembrar de historinhas infantis, mas não conseguir se lembrar de sua vida antiga!

E a garota... Por um instante tinha esquecido dela. Se ela fosse a mesma pessoa de suas lembranças... Seu nome deveria ser Teresa, pelo que se lembrava. Mia estava muito longe, mergulhada em seus pensamentos.

-Mia! Você ta aí? - alguém começa a estalar os dedos na sua frente chamando sua atenção. Era Chuck.

-Ah oi Chuck. Eu estava pensando.

-Tava no mundo da Lua isso sim... É verdade aquela sua ideia?

-Que ideia?

-De ser picada e passar pela transformação. Foi o Thomas que me contou.

-Ah essa ideia. Com certeza Chuck. -Falou séria.

-Muito bem pessoal! Pras camas agora! -Ordena Alby batendo palmas. Os Clareanos começaram a se levantar e a caminhar para suas camas.

******

Dia 2/8

-Nos sabemos que foi você garota... Sabemos disso...-sussuros invadiam sua mente, era como se tivessem penetrando no corpo de Mia. Pareciam ecos bem distantes. - Eles querem você... Você sempre foi a favorita.

Os sussuros continuavam, pareciam ter inveja e raiva. Mia tentava falar, mas nada saía de sua boca, parecia estar sem voz. Estava em um lugar totalmente escuro, tentou correr, mas de nada adiantou, não saía do lugar. "O que eles sabem que eu fiz? O que eu fiz? Quem me quer?" perguntava desesperada para si mesma.

-Você é a mais preciosa que todos os outros... E eles querem você... A todo custo... Que pena que não se lembra... - soltou uma risada abafada, as vozes foram diminuindo o tom. - Você é a chave, eles só não perceberam ainda e quando perceberem... Cuidado... -Deixaram o último aviso e sumiram.

Logo que as vozes sumiram Mia recobrou a consciência, levantou suando frio e com o coração acelerado. Essas vozes foram a pior coisa que já ouviu, elas eram penetrantes... Horripilantes...

Esfregou as mãos em seus braços, como se estivesse tentando afastar de si os últimos resquícios das vozes. O dia não estava nem perto de amanhecer, olhou em seu relógio. Eram duas e meia da manhã?! DUAS E MEIA! Ela praticamente não tinha dormido nada.

Então foi o que fez, se ajeitou no saco e fechou os olhos, esperando que as vozes não a seguissem de volta para seus sonhos.

******

Mia acordou horas depois. Abriu os olhos e esperava encontrar os primeiros raios do sol iluminando o lugar, mas foi totalmente o contrário. Achou que talvez tivesse acordado cedo demais, mas quando se levantou viu algumas pessoas dormindo, mas vários lugares estavam vazios e havia conversas que, pelo tom da voz, pareciam preocupados.

Resolveu ir em direção da cozinha, saindo de baixo das árvores,olhou para cima e ficou sem fala. O céu estava cinza, sem vestígios de nuvens ou qualquer raio de sol, totalmente cinza.

O Sol haviam desaparecido.

The Girl - The Maze RunnerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora