Cap. 15

1.7K 137 50
                                    

Já na entrada do Labirinto Mia sentiu um calafrio percorrer todo seu corpo novamente. As portas já tinham aberto.

-Prontos mesmo? -perguntou Minho. Os dois assentiram, Mia respirou fundo e acompanhou os dois em disparada para o Labirinto. Enquanto percorriam o caminho da Área oito Mia se lembrava da noite que tinham passado ali... Isso a lembrou que ainda não tinham recebido a punição, provavelmente seria hoje.

Ela se encontrava do lado de Thomas, correndo em um ritmo meio rápido. Mia observava melhor as paredes todas cobertas por hera que eram enormes. Tentava decorar o caminho de volta, mas era difícil, viu de relance Minho pegar um bloquinho e um lápis e fazer algumas anotações. O garoto disse que a cada cinco voltas mais ou menos ele escrevia algo que o ajudasse mais tarde, a maioria ao que estava diferente relacionada ao dia anterior. Depois ele comparava.

Meia hora depois algo faz Mia parar abruptamente e quase tropeçar em seu pé. Alguém disse algo, na sua mente. Era uma voz feminina e ela dizia.

Você tem que lembrar Mia. Se quiser ajuda-los... Salva-los... Tem que lembrar.

Ouve um silêncio, Mia estava atordoada demais para se mecher. Tinha pousado as mãos no joelho e parado para respirar.

Eu estou me esquecendo, por favor Mia... Se lembre... Fora a última coisa que disse antes de desaparecer completamente.

-Está tudo bem? -Disse Thomas um pouco ofegante. Mia assentiu, mas não sabia se estava realmente bem.

-Ei! Vamos aí! -Disse Minho mais a frente. Mia levantou-se e começou a correr pelo extenso corredor sem esperar ninguém. -Mia! Aonde você pensa que vai?

Ela não respondeu, os garotos retomaram a caminhada e Minho tomou a frente.

Fizeram sua primeira parada, Mia sentou e encostou suas costas na parede. Bebeu um pouco de água e comeu uma maçã, estava com fome, Minho e Thomas fizeram o mesmo, todos em silêncio. Terminando sua maçã alguma coisa a estava incomodando na parede, resolveu olhar o que era. Esticou seu braço e afastou a hera, quando viu não acreditou. Era um quadro de metal pregado na pedra com letras maiúsculas, nele estava escrito.

Catástrofe e Ruína Universal: Experimento Letal.

Isso gelou seu sangue, como tinha isso escrito nas paredes do Labirinto?

-Mas que mértila é isso? -sussurrou Mia. Thomas se aproximou e olhou também, ficando surpreso.

-Isso está em todos as paredes do Labirinto -Comentou distraidamente Minho, como se não significasse nada. Olhou para ele incrédula. Como não dava a mínima?

-E isso não significa nada?

-Se você sabe o significado disso palmas pra você. Isso não me interessa -Disse dando de ombros e levantando. -Vamos.

Arrumaram as coisas, enquanto fechava sua mochila alguma coisa a chamou atenção. Imediatamente pegou uma das facas, não sabia porque tinha feito isso. Isso lhe ocorreu como um instinto. Ouviu um barulho metálico no corredor. Clic clic Clic Clic. Um vulto passou e estava a poucos metros de sumir da sua vista quando Mia atirou sua faca, acertando em cheio o que quer que fosse. A coisa parou um momento e tentou correr meio cambaleante. Era um Verdugo! Minho e Thomas arregalaram os olhos para ela, aparentemente surpresos.

-Como você fez isso?! -perguntou Minho incrédulo.

Ela não fazia ideia de como e porque tinha feito isso, só fez.

Mia o ignorou e caminhou até o final do corredor aonde dobrava para a esquerda, o Verdugo tinha sumido e deixado um rastro. Mais um Verdugo de dia... Algo estava errado, mas não tinha espaço para pensar nisso, sua mente estava cheia de coisas.

Mia já havia tido lembranças, havia matado um Verdugo, não sabia exatamente se era verdade, havia neste momento, atirado uma faça em mais um sem nunca ter treinado. Tinha tudo isso mas, não sabia o que fazer... Não sabia mesmo...

Virou- se para eles e sorriu como se nada tivesse acontecido.

-Vamos? Não vamos segui-lo, eu nem gostava daquela faca...

-Não antes de você explicar o que aconteceu agora. -Disse Minho, os dois a encaravam totalmente incrédulos.

-Eu... Eu não sei como fiz isso - era a mais pura verdade.

-Ah corta essa! Você viu um vulto, pegou sua faca e jogou ela, que por acaso acertou o maldito vulto! Que era um Verdugo! Como explica isso? -ele estava devidamente irritado.

- Eu sei lá! -levantou os braços -eu simplesmente fiz...

Minho fez uma pausa.

-Eu não te entendo Mia... Sinceramente -Disse abanando a cabeça e seguindo em frente.

Depois de correrem mais alguns metros até Minho começa a cortar pedaços de hera e joga-los ao chão, tudo isso sem perder o ritmo. Um último pedaço quase acertou sua cara.

-Okay... Agora sua vez Thomas. -o que? Teria que fazer também?

-O que? -Disse Thomas.

-Vocês precisam se acostumar a cortar a hera enquanto correm. Corte. Na volta atiramos para o lado ou recolhemos tudo.

Thomas sacou uma das facas e foi tentado, algumas vezes ele tinha que acelerar o passo para cortar a hera, mas depois de alguns minutos estava craque. Minho o mandou parar de cortar.

-Agora você Mia. -A garota pegou sua única faca na mochila, e começou a cortar. É claro que precisaria de prática, Mia ainda sentia uma familiaridade, era como se empunhar facas fosse normal, mas era óbvio que não era e isso a assustava.

Tiveram mais umas duas a três paradas, ou até mais só que eram breves. Nenhum deles falava muito...

-Minho, o que você e os garotos sabem sobre as pessoas que nos colocaram aqui?

-Chonga alguma -Ele começara a ficar vermelho, suas mãos pareciam que iriam estrangular alguém. -Se um dia eu pega-los... -Não precisou terminar a frase, Thomas e Mia já sabiam o que aconteceria.

-Acho eles se chamam cruel - disse distraída.

- Por falar nisso esse nome está em todos os suprimentos que eles mandam para nós e em algumas coisas a mais. Mas acho que eles não se chamam assim, só querem botar medo na gente. -um lampejo de sua lembrança veio. O soro... Tinha que perguntar a Minho.

-Ham... E por acaso vocês tem algum soro?

-Temos sim - o garoto olhou para ela e arqueou a sobrancelha. -É o Soro da Dor. Por que?

-Saber... -ela e Thomas trocaram um olhar. Deveria ser esse tal soro que ela fez.

-Vamos seus trolhos -Disse Minho levantando.

Mais ou menos uma hora depois Minho para no fim de um corredor comprido, fechado com grandes muros.

-Bem... Último beco sem saída. -Disse olhando em seu relógio -Hora de irmos.- Mia deu um grande suspiro... Era só isso? Esperava algo a mais...

-Nada novo? -perguntou Thomas, respirando um bocado de ar.

-Só as mesmas mudanças de sempre. Falta metade do dia só. Vamos.

Minho deu meia volta, Thomas e Mia o acompanharam, voltando para a Clareira.

******

Já tinham levando Mia e Thomas para o amançador. Faltando segundo para o sono a levar Mia abre os olhos e levanta assustada. Novamente aquela voz feminina tinha falado com ela, mas dessa vez deixou Mia perturbada. O que ela disse foi o bastou para a deixar assustada, a garota tremia, não de frio, mas sim de medo. Ela dizia:

Você só tem sete dias para se lembrar e ajuda-los Mia... No oitavo dia eles viram buscar você. E não a nada que possa fazer para impedi-los.

Depois de mais alguns segundos a voz apareceu novamente.

Não esqueça. Sete dias apartir de agora... Sete...

E a voz sumiu deixando Mia sozinha e assustada.

The Girl - The Maze RunnerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora