Capítulo 49

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Greg

-Luana, calma. -digo.

-Como você me pede para ter calma? Nosso filho está com aquela bandida. -ela diz em meio ao choro.

-Olha, vai ficar tudo bem, eu prometo. -digo.

-Ela disse onde estava? -ela pergunta.

-Disse sim. -digo.

-Então vamos pra lá agora. -ela se levanta enxugando o rosto.

-Calma, eu percebi que ela é muito esperta. Temos que comunicar a polícia. -digo.

-Mas se ela fizer algum mal á Joaquim? -ela pergunta.

-O pai dela é policial Luana, eu não quero te deixar mais preocupada, mas temos que levar em conta todos os fatos, ela não nos ameaçar se não tivesse usando uma arma, ou tivesse com uma carta na manga. -eu não queira dizer aquilo para assustar Luana, mas era uma realidade.

-Não. -ela grita e se desespera mais ainda.

-Olha, vai dar tudo certo, não vai acontecer nada ao Joaquim. - a-abraço.

-Greg, o Joaquim é minha vida, se acontecer algo com ele eu não quero mais viver nunca mais. -ela diz chorando.

-Você confia em mim? -pergunto.

-Confio. -ela diz.

-Então vem. -digo.

Entramos no carro e eu vou direto para uma delegacia e explico oque está havendo.
Eles nos acompanham até bem perto do balcão e ficam do lado de fora enquanto meu celular está automaticamente ligado aos equipamentos deles.

Eu e a Luana então vamos para o galpão, que era num lugar isolado, pego meu telefone e ligo para Clarisse.

-Já estão aqui? -ela pergunta assim que atende.

-Sim. -digo.

-Vejo que vieram sozinhos... Muita coragem da parte de vocês. -ela diz.

-Onde você está? -pergunto.

-Isso não interessa, quero que a Luana entre sozinha. -ela manda.

-Clarisse, você não vai acabar com sua própria vida. -peço.

-Não é a minha, é a de vocês. Estou esperando tchau. -ela diz e desliga.

-Então, o que ela disse? -pergunta Luana.

-Ela quer que você entre... -digo.

-Eu vou. -digo.

-Não Luana, é perigoso. -digo.

-Perigoso é perder meu filho. -ela diz e saí correndo para entrar no balcão.

-Não Luana! -grito.

Mas já é tarde, ela já entrou lá dentro.

Luana
Acho que quem é mãe sabe o que eu estou sentindo agora. Saber que seu filho está correndo perigo na mão de uma louca faz toda a felicidade de uma mãe acabar por inteiro.
Por isso, não pensei duas vezes em sair correndo e entrar nesse balcão, ela podia acabar comigo mas com o meu filho não.

Saber que uma pessoa que saiu do seu ventre, que conta com você desde quando era apenas um sêmen.
Agora simplesmente chega uma louca dizendo que ela era sua mãe, aquela mulher estava maluca e ela faria qualquer coisa contra o meu filho e eu não podia deixar isso acontecer nunca.
Quando entrei olhei para os dois lados, mas logo quando olhei a frente vi ela sentada em uma cadeira, e meu filho em seu colo, ela brincava com uma arma na mão rodando ela para os lados.

-Olha quem veio te visitar filho? -ela fala para o Joaquim enquanto sorri.

-Você não é minha mãe. -ele olha pra ela apavorado.

-Mas é claro que eu sou, posso não ser de sangue mas sabia que era pra você ser meu filho, eu é quem tinha. -ela diz.

-Clarisse, por favor, tenta ser inteligente, isso não vai só me prejudicar mas você também. -peço.

-Então o Greg deixou mesmo você correr perigo? Ou ele pensa que eu não tenho capacidade para fazer algo. -ela ri.

-Você queria á mim, não era? -pergunto.

-Na verdade eu ainda estou pensando, no que vai doer mais... Se é matar você e o Joaquim, ou matar o Greg o Joaquim. -ela continua rindo.

-Eu já estou aqui, larga o Joaquim. -começo a chorar.

-Não chora mamãe. -Joaquim chora.

-Você pode desistir disso, e se tratar... Procurar uma maneira de viver feliz, ou até mesmo depois da morte ficar em paz. -tento convencê-la.

-Fica de boa Luaninha, se eu acabar com a sua felicidade não importa pra onde eu for, se é inferno ou se é o céu. Eu vou estar mais que feliz só de acabar com você. -ela diz e eu fico horrorizada com aquelas palavras.

-Você ta louca! -digo.

-Você não deveria me chamar de louca... Você sabe que não custa nada uma bala dessa sair daqui. -ela diz sorrindo e olhando para Joaquim e para a arma.

Greg
Assim que a Luana entrou para aquele balcão, minha vontade era de ir atrás dela, mas eu tinha que pensar mais alto, pelo que eu vi da Clarisse ela seria capaz de tudo.
Eu estava preocupado, se eu perdesse a Luana ou o Joaquim minha vida não teria sentido algum...
Mas eu tinha que usar a cabeça.
Fui para fora chamar a polícia.

-Cadê a Luana? -o policial pergunta assim que chegamos.

-Ela entrou no balcão. -digo.

-Ela não devia ter feito isso, as coisas agora vão ficar mais difíceis. -diz o policial.

-Eu avisei, mas a Luana é uma fera quando se trata do nosso filho. -digo.

-Nossa opção vai ser entrar. -diz outro policial.

Karem
Estava no hospital um tanto feliz por a Luana ter faltado ao trabalho, certamente ela estava com o Greg, e isso me deixava feliz.
Ricardo também não compareceu, o que fazia várias opções sobre o que aconteceu vir na minha mente.
Mas sabe quando você não espera nada, e seu telefone toca e você recebe uma notícia inacreditável?
Foi isso que aconteceu, era a mãe da Luana que me telefonou chorando.

Sabe quando parece ser inacreditável o que a pessoa te fala, e ela repete várias vezes e sua ficha não caí?
Era isso que estava acontecendo comigo...
Eu não podia acreditar no que ela estava me falando. A Clarisse não seria tão mal ao ponto de fazer uma coisas dessas.
Assim que desliguei o telefone saí correndo do hospital e fui para a casa da Luísa, ela me explicaria melhor aquela situação.

Assim que os pais dela me atenderam já em meio aquele clima tenso eu imaginei que as coisas estavam péssimas.

No meio daquele momento tenso o celular da Luísa toca.

-É o Greg. -ela diz antes de atender.

(...)

-O que aconteceu? -pergunta a mãe do Greg.

-Os... os polícias vão entrar no galpão. -ela diz.

-Você sabe onde é esse lugar? -pergunto.

-Não, eles não quiseram falar. -ela explica.

Todos naquela sala estavam sem o que dizer uns aos outros, sem saber o que fazer para se consolar.
Mas sabíamos que agora tudo estava nas mãos de Deus.
Eu não estava bem em ficar ali naquela sala, então decidi ir até a varanda precisava pensar, e chorar.
Minha melhor amiga, e a família dela agora corria perigo nas mãos de uma louca e eu não podia estar lá para ajudar.

Depois de alguns minutos ali segurando o choro, sinto alguém chegar por trás de mim passando a mão em meu cabelo.
Me viro.

-Math? -digo.

"Mais De Você Em Mim"Onde as histórias ganham vida. Descobre agora