Aquele Garoto - Livro I

Capítulo 2

Entre as dezenas de pessoas que Leandro cumprimentava, haviam familiares e amigos, alguns de infância, outros de faculdade, assim como André, era muito querido por todos. Mas era inevitável o pensamento que vinha de imediato a sua cabeça, aquele menino de meia altura, algo em torno de 1,70, pele clara, olhos esverdeados, verdes como as águas do Caribe, com idade de ser seu irmão mais novo, avaliou também algo em torno de 18 anos, cabelo liso curto, estava no estilo samurai, aquele garoto havia roubado totalmente sua atenção, mas ele ainda não sabia o motivo ao certo. Quando estava conversando com André, Valkiria, a garota que o dito amigo estava paquerando, veio até os dois e perguntou a ambos o paradeiro de seu irmão, estava visivelmente preocupada, mas deu com os burros na água, nem André nem Leandro sabiam onde estava seu irmão, agora quem estava preocupado era Leandro, pois sabia que a propriedade era imensa, e seria fácil um menino feito Lucas se perder por ali. Então comunicam a segurança da casa, descrevem o garoto, assim como as roupas que ele está usando, é iniciada uma busca pela casa, incluindo a praia. A todos que estavam na festa era perguntado se haviam visto aquele menino, mas sem sucesso, ninguém sabia ao certo onde ele estava, alguns diziam ter o visto na beira da piscina, outros, de que ele estava a caminho da praia. Um dos seguranças que estava a procura de Lucas avista alguém perto das pedras, e logo nota que se trata de um rapaz muito parecido com a descrição que lhe foi dada, começa então a gritar pelo nome:
-Lucas, Lucas, espere.
O rapaz que supostamente era Lucas, olha para trás apavorado, pois não sabia o motivo para tanta preocupação da parte do segurança, pois estava apenas dando um passeio e tomando um ar, e mais uma vez vem em mente o olhar de Leandro fixo para ele, pensa então que o segurança veio pedir que se retirasse da propriedade a pedido dele, pois não sabia ao certo que tipo de olhar era aquele que o rapaz dono da imensa casa havia lhe lançado.
Quando o segurança chega mais perto, aparentemente mais aliviado em reconhecê-lo de fato, avalia se o rapaz está bem, e pede que o acompanhe. Lucas sem entender a situação e não querendo arranjar problemas assim o fez, segui-o até uma sala mais reservada onde estavam outros dois seguranças, quando chega, é pedido a ele que aguarde ali pois havia alguém que o procurava, já imaginava ele o desespero de sua irmã em telo perdido. 5 minutos depois chega a sala, André, Valkiria e Leandro, todos com olhares atentos a qualquer detalhe do estado de Lucas.
- onde você se meteu garoto - diz Valkiria, então lucas responde:
- te falei quando havíamos chegado aqui que iria tomar um ar e andar por aí, sabes que não gosto de ficar no meio desses mauricinhos e patricinhas - Leandro agora o olha com um olhar indiferente, e Lucas logo percebe, mas finge não notar aquele rapaz de 1,85 com olhos castanhos, vidrados em você. Valkiria logo o retruca:
- cala a boca pirralho, você só veio a pedido da mamãe, ainda pra me vigiar, mas tu tá bem né? Sendo o filhinho querido tu não pode chegar com nenhum arranhão em casa - Leandro e André dão um leve risadinha de ironia, Lucas olha de canto de olho para ambos e responde seco a sua irmã:
- Estou bem sim, agora podemos ir? Cara to morrendo de frio, e já são quase 10 da noite, sabes como são nossos pais, de adeus a seus amiguinhos e vamos indo, além do mais amanhã tenho aula - Leandro não sabe o motivo ao certo, mas deseja que Lucas fique mais tempo lá, tempo suficiente para que algum assunto seja aberto e uma conversa entre os dois seja iniciada:
- cara, relaxa aí vai, são 8 da noite ainda, sua irmã e você estão bem aqui, fica tranquilo, depois eu mesmo levo vocês pra casa, não sou de beber muito - André cutuca Leandro e parece rir e não entender ao certo a situação em que ele se pôs:
- Eu mesmo levo vocês para casa em segurança, tá bom marrentinho? - Lucas não gosta nada da forma como Leandro o trata e tenta retrucar, mas sua irmã logo o impede dizendo:
- maravilha, acho que meu irmãozinho aqui tá muito tenso mesmo, ele não vai incomodar mais né QUERIDO, além do mais são só 8 horas mesmo - diz ela olhando fixo em Lucas que agora está se sentindo pressionado. Para sua surpresa ele acaba cedendo e concorda em ficar e aceita a carona, supostamente com a condição de que não deveriam demorar muito tempo lá entrando assim em um acordo.
Se dirigem então os quatro para a sala, onde estão sua mãe e seu pai, sentados conversando, conversa está que está sendo possível pois a festa em si está acontecendo na parte de fora da casa, Leandro apresenta seus dois novos amigos a eles, cordiais como sempre, dão boas vindas e pedem que fiquem a vontade. Leandro pergunta a sua mãe se a alguma roupa de frio no seu quarto, para que fosse dada a Lucas, sua mãe lhe garante haver algumas peças no seu quarto. André convida Valkiria para ir pegar bebidas para os dois e ela aceita de cara, enquanto seu irmão é arrastado escada a cima para o quarto de Leandro com a desculpa de que seria lhe dado um casaco emprestado para que seu frio passa-se; adentram o imenso quarto, onde há uma grande cama de casal, Lucas acha o ambiente agradável, e resolve se sentar em uma cadeira perto da cama, enquanto Leandro escancara o guarda roupas a procura de um bendito casaco, assim que encontra, estende seu braço alcançando o mesmo para Lucas que desconfiado aceita o agasalho, caindo-lhe perfeitamente.
- Então cara, não gosta de riquinhos feito eu é? Poderia ter te expulsado da minha casa quando disse isso, mas sua irmã disse o real motivo de sua vinda e achei justo de sua presença, aliás, André é um galinha, melhor mandar sua irmã ser menos oferecida - Lucas olha atônito e surpreso por tal revelação, jamais imaginaria uma declaração de um amigo dedurando o outro para o irmão da Peguete.
- Cara na boa, qual é a tua heim? Fica me olhando, me empresta roupas caras, tá me tratando bem assim por que? Tá querendo fazer uma suruba com minha irmã e seu amigo é? - Leandro ri descaradamente da teoria de Lucas, e mesmo rindo faz que não com a cabeça.