Capítulo XIV - O irmão

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# Rita #

Ivone , enfim, encontrara quem procurava. Só eu não tinha um anjo. Apenas uma colecção de exs... Cada um pior que outro! Não tinha mesmo sorte no amor... Acabaria como a minha tia. Sozinha e com um monte de gatos. Definitivamente não era o que eu queria para a minha vida!

" Devias sair um pouco, Rita. Está um dia tão bonito!"

"A tia tem razão. Vou fazer uma visita a Ivone."

Bem... A vida não era assim tão má! Tinha uma tia amorosa. E uma amiga que era como uma irmã. E agora também havia o seu namorado, que estava-se tornando um amigo para mim.

Decido desviar-me um pouco. Sou atraída por uma bela voz. Alguém canta uma bela melodia. Aproximo-me, e reconheço a canção Hey dear Delaih .

" Hey dear Delaih what's like New York city ... Oh, it's what you do to me... the world can never be the same... this song to you!"

O intérprete é um jovem de dezoito ou dezanove anos, possui uma voz de anjo... E canta com toda a alma e coração! Sem me dar conta, o tempo passa e eu continuo embriagada a ouvir sua voz.

" Olá! Precisas de ajuda?"

" Não. Porque?"

" Estás a aí a uma hora a olhar..."

" Oh, desculpa. Tens uma voz maravilhosa! E perdi a noção do tempo a te ouvir."

" Sinto-me linsojiado! Nunca ninguém disponibilizou tanto tempo, só para me ouvir cantar."

" Isso é porque a maior parte dessas pessoas, não sabe apreciar a qualidade de uma bela voz."

" Por acaso trabalhas no ramo?"

" De modo algum. Apenas tenho bom ouvido."

" Sou o Will."

" Rita."

Will era de facto um encanto de pessoa. Para além de ter uma bela voz. Era simpático, delicado e um verdadeiro cavalheiro. Acompanhou-me a casa da minha amiga, com a desculpa que a rua era muito perigosa nestas horas.

" Quem era aquele?"

" Apenas um amigo!"

" E esse amigo tem nome?"

" Chama-se Will... Estás muito curiosa! Não punhas ideias nessa tua cabecinha. Conheci ele hoje."

" Não pensei em nada, Rita. Mas talvez tu queiras contar-me algo? Agora é a minha vez de espiar a tua vida!"

" Não sejas patética, Ivone! O Will é um rapaz amoroso, simpático e muito talentoso. Mas eu não tenho nenhum compromisso com ele."

" Isso não quer dizer que não venhas ter."

Parecia-me justo invadisse minha vida, depois de eu averiguar seus relacionamentos. Mas não havida nada que eu pudesse fazer. Will era um artista de rua que eu havia conhecido. Que provavelmente já tinha namorada. E que talvez eu nunca mais o veria.

# Will #

Conheci uma rapariga fantástica. Além de bonita e encantadora, Rita é inteligente e doce. Alguém a quem poderia confiar. Uma amiga que nunca me abandonaria. Tinha de encontra-la novamente. Não podia perder tal anjo de candura!

" Acorda filho! Estás nas nuvens? O que aconteceu ontem para ficares com essa carinha sonhadora?"

" Conheci uma rapariga."

" E quantas raparigas já não conheceste?"

" Desta vez é diferente. Sinto que esta é especial!"

" Apenas tem cuidado. E não destruas o coração dessa rapariga."

Minha mãe tinha razão. Quantas raparigas eu já tinha conhecido? E a todas elas eu abandonara. Porque esta seria diferente? Apenas porque nenhuma delas tivera o poder de me prender. Nenhuma delas me elogiara. E nenhuma delas ficara tanto tempo ao ouvir a minha voz.

Mas como iria encontra-la? Não sabia onde vivia. E não tinha o seu número. Apenas sabia seu nome. Seria quase impossível encontra-la! É então que me lembro, de levá-la ao apartamento da sua amiga. Com sorte podia encontra-la lá.

" Desculpa. A Rita está."

" Sim. Quem deseja falar-lhe?"

" Will. O amigo que ela conheceu ontem."

" Ela já desce."

E de facto, minutos depois Rita saía do apartamento. Ela estava maravilhosa com um vestido branco. Mostrava-se surpreendida por me ver. Pensando o que eu estaria ali a fazer.

" Will! O que fazes aqui?"

" Precisava te ver de novo."

" Não tens de tocar hoje?"

" Hoje não. Terei o dia para passear contigo."

Rita acompanhou-me ao meu jardim. Prestou-se a ouvir meus desabafos. Sorriu ao ouvir-me tocar os meus originais. Era tão bom ter alguém a quem podia confiar!

" Porque não tentas fazer uma carreira na música?"

" Já tentei. Mas eles não se interessam. O meu irmão é que me dizia para eu não desistir. Para continuar a lutar!"

" E o que aconteceu ao teu irmão?"

" Lúcio faleceu. Nem tive tempo de me despedir dele."

" Lamento, Will. Se eu pudesse fazer alguma coisa..."

" Infelizmente, não podes. Só se soubesses de uma maneira de contacta-lo novamente."

" Talvez aja um meio!"

" Como?"

" Acreditas em anjos?"

Como o facto de acreditar em anjos mudaria alguma coisa? Rita queria me dar falsas esperanças. Eu sabia que não podia ver mais o meu irmão. Ele estava morto. E não voltaria mais.



O dilema de um anjo ( Anjos guardiões, livro 1)Место, где живут истории. Откройте их для себя