Capítulo 1

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Leandro estava deitado em sua cama, enorme como seu quarto, com grandes persianas, apreciando o início do dia no qual comemoraria seus 23 anos, mas foi bruscamente interrompido e é transferido para a realidade não tão diferente, quando Neuza, a empregada, adentra o quarto e abre com toda sua força as persianas que agora encontram-se escancaradas. Parabeniza-o por mais uma primavera, com muitos abraços e beijos, tal intimidade foi adquirida desde os 9 anos quando foi contratada por seus pais para cuidar da casa apenas no verão, época de muitas comemorações na família, mas como mostrou bom serviço, acabou sendo acolhida pela, juntamente com Thiago, seu filho e praticamente irmão de Leandro, que assim o considerava.
Leandro levanta e se dirige a seu banheiro, branco, com duas cubas em mármore azul, das quais uma com água quente, adentra o chuveiro ainda de cueca preta, lentamente toma seu banho, dando a si mesmo o merecido valor. Quando sai do banheiro encontra sua cama arrumada, e em cima dela um bilhete com a seguinte frase: - DESSA PARA O CAFÉ - ele olha a frase e dá um leve sorriso de canto de boca, mas logo e tomado de atenção por outra coisa. Quando pega seu celular, percebe que há diversas notificações de seus amigos, mas resolve não dar atenção e larga o celular encima da cama e desce para o café. Encontra no balcão da cozinha apenas Neuza que já está preparando o almoço, logo nota que já se passam das 10 da manhã.
- onde está o pai?
Neuza responde prontamente:
- saiu logo cedo com sua mãe para resolver um problema da empresa.
Ele acha aquilo estranho, pois era sábado, não costumava haver trabalho no sábado, mas logo nem se deixava preocupar com tal assunto, estava interessado na festa que logo mais à noite iria ser feita em sua homenagem. Seu telefone toca, é André, um velho amigo da faculdade de administração que até hoje mantém contato com Leandro; - Leandro, tudo bem cara? Seguinte, tem alguns amigos meus que querem ir pra sua festa hoje, tu faz esse favor pro teu querido amigo?- ele ri ao final da frase, Leandro responde em seguida; - velho acho que não tem como não, porque a casa já vai tá cheia, e sabe como são meus pais pra festa, preferem as coisas mais tranquilas e sem confusão -. André insiste; - irmão, quebra essa pra mim vai, a mina que to paquerando tá super afim de ir velho, quebra essa vai -. Leandro faz que bufa mas concorda e autoriza a ida de mais alguns "conhecidos" para a festa de seu aniversário, que será na casa de praia de seus pais em Angra dos Reis.
Leandro mal come e já vai para a academia malhar, Neuza o adverte mas dá de ombros para ela, que fica brava com seu jeito mal educado, ele vira e olha rindo, ela ri da situação e volta a seus afazeres. Leandro pega a chave de seu carro branco com rodas preto foscas, dirige apreciando a linda paisagem da orla, 20 minutos depois chega até seu destino, a academia, como já é conhecido, apenas cumprimenta a recepcionistas e começa seu treino; seu professor logo vem averiguar se está tudo certo e passa sua sequência do dia, os dois conversam sobre algumas alunas que ali estavam, discretamente olham para algumas de canto de olho, e se comunicam visualmente aprovando o que viam, quando termina seu treino, uma das que ele observava, veio a seu encontro e lhe passou seu número de celular, os dois se cumprimentam mais intimamente com um beijo na bochecha e logo tomam seus distintos caminhos, ele para a ducha e ela para fora. Saindo da academia pegou o caminho de casa para se trocar e logo mais ir ao shopping para comprar alguma roupa para a festa de logo mais.
Chegando em casa encontrou sua mãe, a senhora Amélia Naves, uma mulher de porte fino e elegante, juntamente com seu pai, Afonso Naves, homem de extremo bom gosto e influente na sociedade carioca, se encontram sentados no sofá conversando algum assunto paralelo que foi imediatamente interrompido com sua chegada.
- o que estão falando aí de mim heim? Falar mal é pecado.
*risadas são inevitáveis*
Eles desconversam e logo mudam de assunto perguntando e se interessando a como seu filho está.
Leandro fica desconfiado, mas não dá importância e vai para o quarto se trocar.
Mais tarde no shopping, vai até suas lojas preferidas e compra uma polo, um tênis e uma calça, satisfeito com as compras se dirige para o carro, averigua seu celular antes de ligar o motor, responde algumas mensagens e nota que já são 17:00, então se apressa para não atrasar-se.
Já em casa, sobe às pressas para o quarto tomar um rápido banho, a caminho das escadas percebe que a casa já está vazia, até mesmo Neuza já havia ido para Angra com seus pais. Já se vestindo recebe uma mensagem em seu celular de sua mãe: - Não se atrase! Seu pai, Neuza e eu já estamos indo de barco para Angra, o helicóptero já está a sua espera no heliporto, mamãe te ama -. Leandro fica surpreso ao saber que ira de helicóptero para a casa de praia, pois estava certo que teria de ir até a Marina e pegar seu iate de mais de 90 pés, mas a ideia do helicóptero lhe agrada muito, já pensa no grande AUÊ que será sua chegada. Arruma rapidamente seu cabelo, esta com tanta pressa que erra até o calçado no pé ao colocá-lo, está bravo consigo mesmo por se atrasar para a própria festa, tão pensativo se encontra, que esquece até de seu celular. Sai correndo até onde o helicóptero está pousado; Já dentro dele se recorda do aparelho em cima da cama, mas já não há tempo.
A maioria de seus amigos vão com lanchas, ele está com o helicóptero do pai; Quando pousa no heliporto ao lado da casa, todos os convidados à beira da piscina que já se encontram ocupados com suas bebidas e conversas, param de imediato e olham sua triunfante chegada, atentos a qualquer detalhe, percebem então o quão bem vestido está Leandro, seu bom gosto sempre foi de agradar a qualquer estilista da grife que vestia. O primeiro a cumprimentá-lo é seu amigo André, aquele que avia lhe pedido o favor; - Leandro rapaz, que elegância e porte -. Leandro responde; - não beba demais meu jovem -; os dois riem e Leandro é apresentado aos amigos de André: Estér, Valkiria, Demetrio e Lucas, ambos muito bem vestidos, mas um deles não parecia se sentir muito bem no local, era Lucas, irmão de Valkiria, que veio a pedido de sua mãe para vigiar a irmã; é de família simples, mas muito integra. Logo percebeu que Leandro estava prestando atenção em sua pessoa, e buscou algo para se distrair e não se prender no olhar fixo em sua direção. Disse à sua irmã que iria pegar um ar e já voltaria, assim fez. algo em torno de 30 minutos mais tarde, quando chegava próximo a algumas pedras ao final da faixa de areia, percebeu que alguém vinha em sua direção, um homem alto, como era noite teve de forçar um pouco mais a visão para enxergar o rosto da pessoa, conforme se aproximava, o distinto homem era reconhecido pelo seu traje, era um dos seguranças da casa e Lucas se surpreende com a forma que aquele homem grita pelo seu nome, parecia que estava sendo procurado pela policia.

Aquele Garoto - Livro IDonde viven las historias. Descúbrelo ahora