Cap. 17: Maligna

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*Pov John*
-Diz "ah".- disse eu.

-Aaaaaaah.- disse Mery.

-Parece-me tudo bem.- disse eu quando acabei de examinar a garganta.- Não vejo o motivo de teres desmaiado nem dessa ferida estar negra.

-Se estivesse bem aquilo não estaria a acontecer.- disse Bryan preocupado e fazendo-me reparar que a mancha negra da ferida se tinha alastrado.

-Está a espalhar-se depressa...E ainda não sabemos o que é.- disse Sean.

-Veneno?- disse Sophie.

-Não me parece... O veneno já a teria morto.- disse Josh.

-Um vírus?- disse Mery.

-Que vírus te deixaria a pele negra?- disse eu.

-Lepra?- disse Sean.

-Já teria ocupado mais partes do corpo. Não começaria com uma ferida.- disse Bryan.

-Uma alergia?- disse Dean.

Todos nós olhamos para ele.

-O que foi?- disse Dean.- Se é para adivinhar é para adivinhar.

-O Dean tem razão.- disse Bryan.

-À cerca da alergia?- disse Sophie.

-Claro que não, é impossível ser uma alergia. Isso nunca provocaria aquilo.- disse Bryan.- Mas em vez de tentarmos adivinhar o que é devíamos analisar e tentar descobrir a origem do problema.

-Concordo. Mas o que fazemos?- disse Dean.

-A Mery e o Sean trabalharam num laboratório, certo? Eles podem analisar amostras e tentar descobrir o que é que está a acontecer.- disse eu.- Eu tentarei pesquisar doenças que possam levar a isto. O Dean fica encarregue de tratar da Scarlet e os Roberts e o Bryan tentam reproduzir o antídoto que roubámos através da amostra que sobrou. Assim resolvemos todos os problemas de uma vez.

-Muito bem, mas eu também tenho uma matilha para gerir. Não vou dizer que salvar a Mery e reproduzir o antídoto não é importante mas há dias que não vou a casa. Não os posso abandonar.- disse Bryan.

-É justo! Tu podes ir verificar a tua matilha. Nos tratamos do resto.- disse Dean.

-Não.- disse eu.- Tive uma ideia melhor: trás a tua matilha para aqui.

-Estás louco?- gritou Bryan.

-Porque não? Isto é suficientemente grande.- disse eu.

-Sim...mas vai ficar maior se os meus lobisomens matarem todos os teus vampiros.- disse Bryan.

-Os meus vampiros são capazes de se defender.- gritei.

-Rapazes, acalmem-se.- disse Mery levando-se da cama onde estava sentada.

Rapidamente as pernas dela fraquejaram e eu apanhei-a antes que ela caísse no chão.

-A Mery tem razão.- disse Sean.- Temos problemas maiores para resolver do que os vossos problemas de crianças. Ambas as espécies podem morrer e vocês só se preocupam com birras insignificantes? Vocês deviam ser os mais responsáveis: sois os líderes. Em vez disso, são ainda mais criancinhas que os restantes.

-E quem és tu para falar?- disse Bryan irritado.

-Sou o rapaz que ajudou os lobisomens e os vampiros. Sou o rapaz que à pouco tempo perdeu a irmã e que agora descobre que está viva e que está deitada numa cama e que apesar de todos os esforços pode vir a morrer.- gritou Sean.- Sou aquele que está farto de aturar brigas de séculos passados.

-Isto nem é nada contigo!- disse Bryan.

-Vocês não percebem, pois não? As vossas briga são problemas de toda a gente, afetam-nos a todos.- gritou Sean.

-Ele tem razão.- disse Mery começando a coxear para se afastar de mim.- O que se passa com vocês? Passaram séculos e ainda não conseguiram fazer as pazes?

Vi Mery tropeçar e ia a correr para apanhá-la nas Sean fê-lo antes de mim.

-Se continuam assim vão perder os amigos, o clã e a matilha e a razão. Vão ficar sozinhos.- disse Sean pegando Mery ao colo e levando-a dali para fora.

*Pov Mery*
Sean levou-me até ao laboratório. Ambos imaginávamos o quão difícil iria ser descobrir o que eu tinha. Mas, ao contrário do que pensámos, descobrimos o que era assim que observamos uma pedaço de tecido da minha pele infectada ao microscópio.

-Não pode ser.- disse Sean.- Como é que...

-Ele não queria matar-me com a faca.- disse eu.- Isso era demasiado piedoso para ele. Ele só queria infectar-me... Queria ver-me sofrer...

-Como é que ele foi capaz.- disse Sean.

-Eu traí-o. Ele quer fazer de mim um exemplo do que acontece aos traidores.

-Isto tem cura, certo?

-Ambos sabemos a resposta...

-E agora?

-Não contes nada ao John.

-Não contar ao John o quê? - disseram John e Bryan ao mesmo tempo entrando no laboratório.

-Que ainda não sabemos o que se passa comigo.- disse eu.

-Desculpa Mery, mas eu não vou ocultar isto.- disse Sean.

-Porquê?- disse eu.

-Porque tu estás a morrer, bolas!- gritou Sean.

-Quem é que está a morrer?- disseram os Roberts e Dean entrando na sala.

-Isso é o que nos gostávamos de saber.- disseram John e Bryan ao mesmo tempo.

-Nós já sabemos o que é que a Mery tem.- disse Sean.- Ela foi infectada por um vírus chamado Maligna e criado pelo pai à alguns anos.

-Que tipo de vírus?- disse Dean.

-Do tipo mortal...- disse eu.

-Espera, não à cura?- disse Bryan.

-Há...- disse eu.

-Qual?- disse John.

-Para mim, nenhuma. Para vocês, todas.- disse eu.

-O que queres dizer?- disse Dean.

-Este vírus foi criado para matar humanos... A vocês não faz efeito... Aos humanos: é fatal.

-O que pudemos fazer?- disse John.

-Nada.- disse eu.- Absolutamente nada.

Esquecendo o fazer-me de forte, comecei a chorar.

-Nos encontraremos uma solução, encontramos sempre.- disse Sophie.

-Para o meu maior problema não...- disse eu.- Como se arranja uma cura para um pai que quer fazer da filha um exemplo para os traidores?- o silêncio permaneceu. Eu respondi, limpando as lágrimas. -Não arranja.

Mal disse isto saí da sala e dirigi-me ao meu quarto batendo a porta de seguida. Abri a mesa de cabeceira, tirei a única foto que tinha comigo e com o meu pai e rasguei-a ao meio, separando-nos aos dois.

-Se é assim que queres, assim será. A partir de agora, será cada um por si, papá.- disse eu queimando a foto do meu pai com um isqueiro e colocando a minha de volta na gaveta da mesa de cabeceira.

Olá queridos. Aqui fica mais uma capítulo. Espero que tenham gostado. Prometo publicar o mais depressa possível. Até à próxima. Beijos, Lu.

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