Cap. 16: Julgamentos

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*Pov Mery*

-É verdade, não tenho apostado muito na luta corpo a corpo. Tenho apostado mais nisto.- Assim que o meu pai disse isto, estalou os dedos e um monte de homens armados até aos dentes entrou na sala apontando as armas para mim.

-Uma festa de boas-vindas?- disse eu.

-Tudo pela minha filha.- disse o meu pai.

***

-Pensavas que te escaparias apenas por seres minha filha?- disse o meu pai.

-Deixa-me adivinhar: vais fazer de mim exemplo...- disse eu.

-Não é nada pessoal...negócios são negócios.- disse ele com um sorriso.-O próximo será o Sean.

-Vejo que já sabes...- disse eu.

-Bastou somar dois mais dois. É uma pena. Eram ambos excelentes tenentes.- após dizer isto, o meu pai colocou um sorriso ainda maior na cara e disse.- Eram...

-Não me vou render facilmente.- disse eu.

-És tu sozinha contra um monte de homens armados. Presumo que saibas de probabilidades.- disse o meu pai.

-E não é a única.- ouvi a voz de John falar.- Vamos ver se o senhor sabe a resposta a esta: qual a probabilidade de ela ver sozinha?

-Não sabe?- ouvi Sean dizer.- Simples: 0%.

Voltei-me e foi então que os meus heróis atrás de mim: Sean, John, Bryan e os Roberts.

-Não pensavas que te abandonariamos pois não?- disse Bryan.

-Nunca pensei ficar tão feliz por vos ver rapazes.- disse eu.

-Para isso é que existimos...- disse Josh.

-As donzela foram feitas para serem salvas.- disse Sophie.

-Desculpem interromper este momento de reunião, mas eu tenho mais que fazer.- disse o meu pai.

Mal ele disse isto, uma luta começou entre eu e os meus heróis e o meu pai e os seus homens armados.

O resultado estava viciado e a vitória seria previsível. Não tardou muito até todos os homens do meu pai estarem no chão, ficando eu numa luta corpo a corpo com o meu pai. Cada vez que eu atacava, ele defendia-se na perfeição.

-Fui eu que te ensinei a lutar, estás à espera do quê?- disse o meu pai.

-Mery!- disse Bryan.

-Não, ele é meu.- gritei eu.

Existe uma coisa que se chama vingança. E é isso que eu procuro neste momento.

-Baixa-te!- ouvi Sean gritar.

Assim que me baixei, uma faca passou-me de raspão pelo pescoço. Se não me tivesse baixado, provavelmente estaria bem pior. Felizmente, apenas me fez um pequeno corte no pescoço.

Aproveitei uma baixa do meu pai e fiz-lhe uma rasteira, deitando-o ao chão e fazendo-o soltar a faca. Peguei nela, rapidamente, e encostei-a ao pescoço do meu pai, que ainda se encontrava caído no chão.

-Fá-lo, se tens coragem.- disse o meu pai.

Tirei-lhe o tubo com o antídoto do bolso do casaco e umas algemas. Prendi-lhe o braço ao tubo do ar condicionado ali perto e coloquei a faca no meu bolso. Antes de eu abandonar a sala, e com voz de veneno, o meu pai cuspiu as palavras:

-Ainda te vais arrepender disto. O teu maior erro foi teres-me deixado viver.

-Apesar de tudo, ainda és meu pai. Nenhum pai merece ser morto pela própria filha...nem mesmo tu.- disse eu.

Dizendo isto, abandonei a sala e fui até à cabana onde se encontrava Scarlet.

*Pov Sean*
Sabia perfeitamente que o antídoto não seria fácil se conseguir...mesmo senso Mery filha dele. Falei com os restantes e elaboramos um plano sem que Mery soubesse. Ela nunca permitiria que a ajudassemos. Ela é demasiado orgulhosa para isso. Dean decidiu ficar com a minha irmã para caso ela acordasse e eu e os restantes fomos procurar Mery.

Quando a encontramos, ela estava rodeada de homens armados.

A luta começou e, apesar de renhida, nos vencemos.

***

Fomos para a cabana e Mery deu o antídoto a Scarlet. Eu segurei-lhe a mão e esperei que ela acordasse. Quando o fez, uma maré de alívio tomou conta de mim: ela estava ali, a minha irmã ainda estava comigo. Ainda meio desorientada, Scarlet olhou para mim e sorriu. De seguida, olhou para Mery que lhe sorriu e disse:

-Fico feliz por estares bem.

Scarlet piscou os olhos umas quantas vezes e disse:

-E tu és?

-Mery...- respondeu Mery.

- A tua heroína.- disse eu.

Por mais que me custe admitir, eu devia uma a Mery.

Vi Mery sorrir e dizer:

-De heroína não tenho nada. Devias descansar.

Dizendo isto, Mery saiu do quarto e Dean aproximou-se de Scarlet.

Procurando deixar o casal ter alguma provacidade - sim, eu sabia que Dean eu Scarlet eram um casal - e vendo que Scarlet estava segura, corri atrás de Mery para lhe agradecer.

Encontrei-a debruçada sobre a varanda da cabana com a mão na cabeça.

-Estás bem?- disse eu aproximando-me.

-Sim. Só tive uma tontura, nada de especial. Depois de tanta emoção...- disse ela.

Eu aproximei-me dela ainda mais e debrucei-me ao lado dela.

-Obrigado.- disse eu.

-O Sean Freeman acabou de pedir desculpa?- disse ela com voz de gozo.

-Goza, goza...- disse eu.

Ela riu mas rapidamente se desequilibrou e quase caiu de costas, mas eu segurei-a a tempo impedindo que isso acontecesse.

-Estás bem?- disse eu.

-Sim.- disse ela.- Foi só uma quebra de tenção, já passa.

Foi então que eu reparei no corte do pescoço dela, o que lhe tinha sido feito pelo pai.

-Mery, é melhor ficares aqui sentada enquanto eu vou chamar o John.- disse eu.

-O que se passa?- disse Mery olhando-me com uma cara confusa.

-A ferida...Está negra.- disse Sean.- Não sei o que se passa.

Mal eu disse isto, Mery desmaiou nos meus braços.

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