27

2.8K 305 15
                                    

Olá, meus amores.
Gostaria de pedir mil desculpas pelo capítulo está pequeno. Eu tive amigdalite semana passada, fiquei de cama por 4 dias, e até hoje não estou 100% melhor – eu sei, um saco. Por conta disso, eu mal consegui levantar da cama. Essa semana estarei escrevendo, e tentando postar. Xx.

» «

— Elenco, dez minutos para começar. — Fábio grita entrando no camarim.

Eu seco minhas mãos e saio do camarim procurando Benjamin. Ele está do lado oposto na coxia esquerda. Eu preciso falar com ele, odeio quando brigamos, e fazer a peça com esse clima, é horrível. Ele está concentrado de olhos fechado, e parece não notar quando me aproximo. 

Eu sento ao seu lado, e toco seu braço.

— Benjamin, nós podemos esquecer nossa briga e se concentrar na peça?

Ele levanta a cabeça e vira de frente pra mim, ele suspira parecendo extremamente cansado.

— Eu não levaria nossos problemas para o palco, Victoria.

— É... eu sei, não foi bem isso que eu quis dizer, é só que... — eu suspiro. Adoraria que o dia de hoje acabasse agora. — Eu odeio brigar com você, mas agora não temos tempo pra conversar, então só vamos entrar e fazer nosso trabalho bem feito, tudo bem?

— Tudo bem. — ele se aproxima de mim, e por alguns segundo eu acho que vai me beijar, mas então seus lábios tocam delicadamente minha testa. Ele encosta seu nariz no meu e suspira.

Desculpa-me, meu amor. Eu gostaria de falar, mas fico calada. Agora não é o momento.

Ele levanta e segura minha mão me ajudando a levantar, e juntos vamos caminhando para o palco.

» «

— Bom trabalho pessoal. Eu sei que há dois dias não conseguíamos encher o teatro, mas hoje vendemos todos os ingressos, e ainda tinham pessoas ao lado de fora. Aproveitem o dia de amanhã para descansar, pois sábado voltaremos com tudo. Faltam só duas semanas para a temporada acabar, temos que nos empenhar o máximo.

— O que vocês acham de comprarmos algumas bebidas para relaxar? — Bruno fala enquanto todos caminham para fora do teatro. Benjamin está de mãos dadas comigo, mas quieto.

— Acho uma boa ideia, só vamos com calma. Não temos uma folga há dois meses, precisamos descansar amanhã. — minha irmã fala.

— Sim mamãe. — Bruno responde e todos riem, exceto Benjamin. Ele está tão decepcionado que dói meu coração. 

E a culpa é toda minha.

Bruno passou em uma loja de conveniência perto do teatro, e comprou algumas cervejas e vodka. Mia fez a famosa gelatina com vodka, e agora todos estão sentados bebendo e conversando. Claro, que só eu comi umas... oito gelatinas? Ou foram dez?

Yan, o menino que mal abre a boca, está todo falante. Deve ser culpa da bebida. Ele está contando uma história sobre quando ele tinha 12 anos, e seus pais insistiram em levá-lo para lua de mel.

— O pior é que vocês nãos sabem... — ele fala chamando a atenção de todos da sala. — Eu fui de madrugada ao banheiro, e quando passei pela porta do quarto dos meus pais, eu ouvi minha gritando "vai Fernando, mete mais forte.".

Todos caem na gargalhada, e dessa vez Benjamin ri. Eu o olho, e ele vira sua atenção pra mim. Nós nos olhamos e tudo que Yan está contando fica pra trás, e só existe nós aqui. Eu ainda consigo ouvir Yan falar sobre nunca mais querer viajar com os pais, que ele ficou extremamente traumatizado, mas Benjamin me olha com tanta intensidade, que a ultima palavra que ouço é "joelho", antes de me perder em seus olhos.

Eu levanto rapidamente e cambaleio pra trás. 

Opa, essa gelatina é forte mesmo. 

Benjamin faz menção de levantar, mas eu o olho, e ele parece desistir. Eu vou andando pra cozinha, e abro a geladeira encontrando as duas ultimas cervejas. Eu pego as duas, e abro uma virando de uma vez só. Ela desce deliciosamente gelada, e assim que termino uma, faço o mesmo com a outra. Assim que viro pra voltar à sala, vejo Benjamin parado no balcão da cozinha, me olhando.

— Oi.

— Oi. — ele responde e se aproxima de mim. — Você não acha que já bebeu demais?

Como?

— Hm, não. Ainda tem espaço pra mais... — eu conto com os dedos. — Três cervejas.

Eu sorrio, mas ele não acha graça alguma. Eu reviro meus olhos e passo por ele, mas antes de chegar à porta da cozinha, sinto seu braço me puxando pra trás.

— Sem mais bebidas pra você, Victoria. — ele segura meu pulso e me puxa escada a cima. — Vamos pro quarto.

Eu subo quieta. Chegando ao quarto, Benjamin fecha a porta e se aproxima de mim sério.

— Olha, eu não me importo de você beber, apesar de ficar preocupado, mas nós temos que conversar e eu preciso de você sóbria.

Eu rio sarcasticamente, e dou um passo pra trás o encarando.

— Bom, daqui a um mês você não precisará mais se preocupar comigo.

— O que você disse?

— Você ouviu menino bonito. — eu tiro meu vestido, e vou andando para o banheiro. Ele vem atrás de mim.

— Mas continuo sem acreditar. Você acha que mesmo eu estando em New York, eu vou deixar de me preocupar com você?

— Não, mas você não precisará mais se preocupar. Vai se preocupar — eu dou de ombros. — Por que quer.

— Porque eu não precisaria Victoria?

— Ué, por que não estaremos mais juntos, não é óbvio?

Achei que fosse óbvio demais até. Consciência você esta bêbada, fique quieta.

— O que? — ele praticamente grita. — Da onde você tirou isso?

— Amor... — eu saio do banheiro, e ele novamente me segue. Você é minha sombra, homem? — Eu só falei o que nenhum de nós dois tinha coragem. Nós... — aponto para nós dois. — Não teremos um relacionamento a distância.

— Quer parar de andar? — ele segura meus braços, e se aproxima. Ele está tão próximo que posso beijá-lo apenas esticando meus lábios. — Você não quer nem... tentar? — sua voz sai em um sussurro.

— Não. Eu ouvi sua conversa com Mia. Eu sabia que você queria que eu fosse, mas me mantive quieta. Sabe por quê? Eu não estava pronta para te magoar Benjamin.

— E agora está? — ele coloca suas mãos em meu rosto.

— Não, e nunca estarei, mas... — eu seguro suas mãos, e começo a chorar. — Nunca daríamos certo tendo um relacionamento à distância. Eu me senti tão suja quando fizemos amor há uma semana e você me perguntou o porquê de eu estar chorando, lembra? — ele faz que sim com a cabeça. Eu abaixo meus olhos e encaro meus pés. — Eu estava chorando por que eu tive certeza que naquele momento eu... Não iria com você.

Eu continuo olhando pra baixo e ele não fala nada. As lágrimas são tantas, que eu começo a ver tudo embaçado. Eu levanto a cabeça para encará-lo, e o que vejo em seus olhos me tira o ar. Ele está decepcionado comigo. Agora vendo o desse jeito, ele parece apenas um menino perdido. Mas quem perdeu fui eu, o perdi de vez.

Ele se afasta, e passa as mãos pelo cabelo. Quando ele volta a me encarar, sua expressão é inexpressiva.

— Então, você está terminando comigo?

Ouvi-lo dizer isso, dói mais do que eu gostaria. Um de nós tinha que puxar o gatilho, e quem fez isso, foi eu.

— Sim... — minha voz praticamente não sai. — Estou terminando com você.



Entregando-MeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora