IX - Dark Paradise

3.2K 232 137
                                    

Every time I close my eyes
It's like a dark paradise
No one compares to you
I'm scared that you
Won't be waiting on the other side
Everytime I close my eyes
It's like a dark paradise
No one compares to you
I'm scared that you
Won't be waiting on the other side

Já passava das três horas da tarde quando ela se sentiu corajosa o suficiente para sair de casa e encarar o mundo.

Lily, agora, caminhava sem rumo pelas ruas da Londres trouxa. Não estava exatamente frio, mas o vento gélido de final de estação a obrigou a vestir um casaco de lã sobre o vestido azul que usava. O barulho dos saltos batendo contra a calçada era seco e lhe deixava ainda mais angustiada do que estava. Instintivamente, ela levou a mão direita para o cordão que tinha no pescoço e se sentiu estúpida por não estar conseguindo levar adiante a promessa que tinha feito.

Ela sabia, devia ter ido a Toca. Não podia ter deixado o medo de ver o seu lugar vazio ou de sentir falta das suas risadas a dominar ao ponto de fracassar miseravelmente logo no primeiro obstáculo.

Eles sempre fizeram o tipo de casal perfeito, que se completava como os encaixes de um quebra-cabeça. Demoraram anos luz para ficarem juntos porque sempre imaginaram que Harry piraria com a filha caçula namorando um primo – mesmo que Ginny argumentasse que relacionamentos entre primos eram comuns e plenamente aceitáveis na comunidade bruxa. E quando finalmente o fizeram, nunca mais se desgrudaram.

Lily e Hugo eram quase a mesma pessoa: uma mesma alma dividida em dois corpos.

Vê-lo partir foi a coisa mais difícil que Lily Luna Potter já fez. E ter que se reerguer dos destroços que tinham sobrado após aquela tempestade, ficava logo atrás.

- Merda. – Ela resmungou, enxugando uma lágrima que escorria sem a sua permissão.

Ela, então, começou a sufocar, como se a garganta estivesse para explodir em qualquer momento.

Sabia que o choro iria irromper a qualquer momento – o que não era novidade nenhuma para a situação. Mas Lily estava farta de ser fraca. Hugo não gostaria de ver a garota encrenqueira por quem fora apaixonado definhar daquela maneira, escorregando para algum tipo de distúrbio emocional que certamente não teria volta.

Ela não queria sentir aquele vazio tomar conta de sua alma outra vez e foi por isso que fugiu para o primeiro lugar aberto e barulhento que encontrou.

**

Era um pub de gosto duvidoso, ela logo pode perceber.

E bastante movimentado também.

Se já estava lotando às três horas da tarde, como não deveria ficar depois das 18 horas? Foi a primeira pergunta que lhe passou pela cabeça, assim que ela retirou o casaco que usava, o deixando na chapelaria apertada e bagunçada do lugar.

- Vai querer uma mesa? – Foi abordada de repente por uma mulher de roupa preta e maquiagem marcada. Ela não aprecia muito amigável.

Lily sentiu o rosto queimar quando percebeu que a maior parte dos frequentadores daquele bar estavam estirados sobre as mesas, bêbados demais sequer para erguer os olhos. Lily voltou-se novamente para a garçonete, que parecia ainda mais impaciente.

- Acho melhor não. – Ela balbuciou, avaliando que não havia nenhuma mesa que fosse distante o bastante de bêbedos pegajosos que certamente lhe trariam problemas. – Vou me sentar ali no bar mesmo.

Devagar, ela caminhou de encontro a uma banqueta, demorando um pouco para se acostumar com a altura da cadeira.

Rapidamente, um rapaz trajado com uma camisa risca de giz apertada ao corpo, apareceu:

Sweet Child O'Mine (Rose e Scorpius)Where stories live. Discover now