Mente sem paz

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De uma mente sem paz há tempos,
Devido ao débito de atos incoerentes,
Nasce a confusão da lotação interminável de uma agenda abarrotada,
Infindos e íntimos desejos que desejam a reclusão.

Floresce a cada dia um desejo novo,
Ou subdesejo da cobiça original daquele que aproveita a vida aqui sem medo da morte,
Sendo seu único medo do desfalecer do corpo,
A falta de oportunidade de execução de seus estranhos atos egoístas.

Não sabe ainda se, ao esvaziar sua lista de afazeres,
Se seus novos poderes, herdados das mais ocultas páginas,
Farão mal ou bem a ele ou ao mundo,
Possivelmente nem se importe mais com isso, pois rápido aprendeu
Que esse mundo está condenado a ruir a qualquer momento.

Ele sabe que a realidade é apenas um mecanismo,
Complexo, porém interrompido com só um palito na engrenagem correta.
Mas não há graça alguma em comandar algo parado,
O capricho maior é quebrar as regras sem cancelar o jogo atual.

Talvez se canse uma hora ou outra do caminho eremita que trilha,
Se renda ao onanismo ou a loucura,
Felicidade maior que a modificação do seu redor não há aqui nesse plano,
Isso é a causa mais nobre e bela para uma lista de afazeres e estudos cheia.

Talvez o leve a morte ou ao aprisionamento do corpo,
Talvez o pó de seu quarto o destrua lentamente com o tempo, assim como a solidão carnal,
Talvez a poesia seja sua fuga da cobiça,
O enfermo e mais belo caminho de iluminação.


As CinzasWhere stories live. Discover now