Abril de 2009
Olhei para a folha de papel na minha mão e pensei em uma palavra que demonstrasse amor e que comece com a letra "E", era claro que eu já tinha decido qual seria a mais importante para mim, eu nem precisei pensar muito, a pessoa estava do meu lado, mordendo a caneta de um jeito sexy, fazendo um barulho irritante mas que eu não conseguia manda-lo parar, apesar de Letícia ter feito isso muitas vezes. Não adiantou.
- Você podia parar Edu. - Eu pedi gentilmente quando Letícia mais uma vez bufou.
Ele olhou para mim com seus lindos olhos quase verdes, o cabelo comprido batendo no meio da testa, os cílios grandes e a boca carnuda era o seu jeito - de não fazer nada - de me deixar louca.
Olhei para Let na minha frente e ela revirou os olhos, voltei minha concentração para o meu papel chegando a conclusão de que eu jamais poderia colocar aquele nome naquela parte do jogo, e o silêncio reinou, Edu tinha finalmente parado com o barulho de plástico triturado. Sua caneta estava pela metade e só o canudo da tinta que saia, ele porem, também todo amassagado.
"Isso me traz sorte, quase sempre eu ganho de vocês." - Ele dizia quando eu e Let começávamos a implicar com suas manias.
"Só por que você já saiu da faculdade, acha o que? Claro que você conheceria palavras novas." - Letícia sempre implicava com ele, e dessa vez não tinha sido diferente.
"Aceitem perder." - Franziu as sobrancelhas e depois olhou para mim, um sorriso lindo brincando em seus lábios.
Eu tinha me visto completamente apaixonada com ele desde o primeiro dia.
- Stop. - Let quase gritou, eu dei um pulo do degrau aonde eu estava sentada.
- Ta louca Let? - Perguntei recuperando as minhas batidas do coração.
Ela ignorou o que eu tinha falado.
- Acabou Edu? - Perguntou.
- A muito tempo, estava dando uma colher de chá para vocês. - Let mais uma vez revirou os olhos, mas dessa vez riu também. Eu não tinha conseguido decifrar o que ela estava pensando, isso acontecia muitas vezes, eu não os conhecia a muito tempo, diferente dos dois que eram vizinhos desde sempre. Eu tinha chegado a pouco tempo e morava na republica da Debora com Fatinha e mais duas meninas. Tínhamos dado muita sorte de conseguir duas vagas juntas. Logo quando entramos no prédio conhecemos Edu e Let. Fatinha logo ficou fã de Edu, mas ela não podia suportar olhar para Let, eu achava que era ciúme mas não dizia a ela, sabia que ninguém tomaria o seu papel de melhor amiga.
- Então podemos recolher os papeis. - Estendeu a mão para mim.
Olhei para o papel e para a especificação que eu tinha deixado em branco, não por não ter nada do que falar, mas sim por não ter coragem. O que um homem de 23 anos acharia se uma menina de 18 dissesse que estava apaixonada por ele? Mesmo que quase sempre nos beijavamos, isso não quer dizer que estávamos a caminho do altar. Certo?
Fiz um beicinho quase declarando derrota, quando a mãe de Letícia apareceu no pé da escada e a chamou.
- Não pode esperar um pouco mãe? - Ela perguntou com voz de choro.
- Seu pai está no telefone Let, quer falar com você.
Não demorou muito e Letícia desceu os degraus mal-humorada falando que provavelmente não voltaria, pois sua mãe logo a obrigaria a jantar. Apesar de vinte anos, D. Maura a tratava como se ela fosse uma criança, o que a causava muita raiva, e muitas risadas em mim e Edu, a deixando possessa.
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Idas e Vindas do Amor (DEGUSTAÇÃO)
RomanceEM BREVE NA AMAZON Da mesma autora de "Que bom você chegou" e "Não vá embora". Depois de cinco anos sobre o brilho de todos os holofotes da grande cidade de luz de New York, vivendo uma vida de glamour, fama e sonhos, de qualquer garota - menos o de...