[8] Big Green Monster

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Megan's p.o.v

"Mana! Por favor! Tu não podes fazer isto! Eu...eu não quero ficar contigo! Deixa-me ir!" O Alex suloçava enquanto eu corria com ele às minhas cavalitas. Parei e pousei-o no chão. Virei-me e vi-o aguachado e a chorar para a mão. Estava-mos em território restrito do Richard por isso baixei a guarda.

"O quê? Tu também!? Vais-me abandonar pela tua "alcateia"? E eu? Hun? E eu? Ninguêm pensa em mim? Eu estou a viver num inferno com garras e dentes e o que é que eu posso fazer? Neste momento só mesmo mandar um seguro de dentista para os manter entretidos. E tu? A única pessoa que eu tenho da minha família quer ver me pelas costas." Eu atirei as mãos ao ar em desatino.

O Alex levantou-se derrepente com raiva evidente nos seus olhos prateados. Espera! O quê? Prateados? Ó não! Este já não é o Alex.

"Nunca! Mas nunca! Alguma vez! Por nada deste mundo! Repitas que eu te estou a virar as costas!" Ele disse pausadamente o que tornava tudo mais...sei lá...sério. "Só que tu não podes pensar que eu ía virar costas à minha outra metade só porque tu o resolveste fazer. Percebes! Eu não vou continuar assim quando tu estás a fazer isto por vingança, ou sei lá o quê, porque a tua vida te corre mal! Eu amo-te como minha irmã mas por nada neste mundo eu vou deixar de fazer aquilo que sei que é certo porque tu te passas-te e achas que decides tudo em função da tua vida!" Espera! Espera lá! Ele tem quantos anos mesmo?

Eu não consegui abrir a boca ou melhor não a consegui fechar mas também de lá nada saiu. Só consegui observar a raiva desvanescer-se no seu olhar, embora o prateado se mante-se, senti-o mescer-se e quando percebi vi que ele estava a voltar. Não para casa. Mas para o canil de onde tinhamos agora saído.

Não! Não! Não! Não! Não! Não! Não! Isto não podia estar a acontecer! Eu estava a perder tudo por não querer aceitar a realidade. Mas as feridas do passado permaneciam e novas abriam-se para sobrecarregar a minha pesarosa carga. Eu não gosto de lobisomens, não eu odeio-os! Eles só servem para causar problemas! São crueis, insensíveis, autênticos monstros!

Mas se calhar nem todos são assim. Não podes acusar uma raça inteira por o erro de meia dúzia... Lissa falou devagar. Eu sabia que devia custar-lhe ouvir tais acusações mas eu tinha sofrido muito à sua conta e não consigo esquecer tal coisa. Não se trata de esquecer mas de dar uma oportunidade. Nunca saberás como foi se nunca esprimentares e se não o fizeres vais atormentar-te pelo que podia ter acontecido.

Megan? Eu também não gosto deles mas...eu consigo sentir o quão mal nos faz estar longe. Neste momento eu acho que te estás a magoar mais a ti própria do que ele te poderia magoar ele prório. E tu viste que ele não teve nenhum comportamento de risco com o Alex. Ele lá tem pessoas como ele... Disse a Shira desta vez.

Se calhar elas têm razão. Mas eu não posso me arriscar assim. Mas assim estou a arriscar a minha relação com o Alex. Mas então e se aquela faceta simpática fosse só isso uma faceta? Toda a gente sabe que todos os cães parecem fofinhos até nos morderem a primeira vez. E se eu, por deixá-lo ir, estou a entregá-lo de mão beijada na boca do lobo? Porque é que eu o deixei ir? Porque é que eu não o agarrei? Eu sou tão estúpida! Tão inútil! Eu fiz uma promessa! Uma! E mesmo assim não consigo fazer nada! Mais valia ter morrido. Porque mãe? Tu tinhas sido tão melhor para ele do que eu! Eu sou uma egoísta! E embora tenha doído eu sei que ele está certo. Porquê? Porque é que eu não consigo fazer nada de jeito nem para as pessoas que me são queridas?...

Falhando-me as forças caí de joelhos no chão. Ouvi barulho à minha volta mas o meu cérebro estava bloquiado com perguntas e receios para o conseguir interpretar. Senti braços fortes envolverem-me e por um momente esperei que fosse os de um certo alfa tão odiado por mim.

"Megan... Megan? Megan! Pelo amor de Deus, responde-me! Amor! Por favor não me faças isto! Responde!" Fui sacudida e pela voz logo percebi que as minhas suspeitas eram erradas e em vez do tão odiado e desejado Alfa tratava-se apenas de Richard. Huf. Desde quando é que eu digo apenas de Richard antes ele era tudo aquilo que eu podia querer e agora ele tinha de estragar tudo.

"Por favor..." Ele suplicava enquanto eu permanecia atónica desmasiado sobrecarregada para conseguir fazer alguma coisa mais do que simplesmente olhar para a frente.

Derrepente uma sombra entrou no meu campo de visão. Estava acucorada ou pé de uma árvore e como tal não consegui perceber qual a sua altura. Por um momento tive a pequena esperança, quer dizer, mais que necessidade que fosse o meu Alex mas logo tirei essa ideia da cabeça ele neste momento estava mais longe que sei lá o quê e possivelmente não ía voltar. Essa realidade trouxe-me lágrimas aos olhos. Como poderia eu ser tão inútil que estava aqui a fingir de morta quando deveria estar atrás dele. Sei lá para onde é que ele vai. Se está seguro. Ele é uma criança. E eu sou uma pessoa horrível que não tem ponta por onde se lhe pegue.

Acordei em choque, de todo o meu turbilhão de pensamentos e sentimentos, quando o Richard me agarrou com mais força e me beijou com um amor e sentimento fervente, apenas do lado dele porque eu estava completamente paralisada e como tal sem reação. Empurrei-o para longe de mim e mostrei-lhe as minhas garras tentando intimida-lo para ele se afastar. Não obtendo o resultado desejado, eu comecei a bracejar e a arranhar tudo dentro do alcance dos meus braços. Devo ter acabado por lhe acertar pois ele afastou-se ligeiramente, mas mais que suficiente para eu conseguir sair dos seus braços e gatinhar dali para fora.

Quando estava longe o suficiente para saber que ele não me conseguiria apanhar tão facilmente levantei-me e comecei a correr que nem uma desalmada. Podia ser que ainda encontrava o Alex pelo caminho e o conseguiria trazer para casa. Claro... Até parece que ele vai querer vir comigo? E mesmo se vier como é que enfrento o Richars quando chegar a casa? Será que ainda tenho casa, sequer?

Tantas perguntas e possibilidades pouco positivas alimentavam o crescente sentimento de dor e desespero interior, como se me estivesse a afogar neste mar de sofrimento passado e problemas presentes.

Não sei há quanto tempo corria, muito menos sei bem onde estou.
Tento concentrar-me no que tenho à minha frente e no objetivo que é encontrar o meu irmão são e salvo.

Quando a minha mente conseguio respirar dentro deste sufoco mental, percebi que estava numa colina, mesmo na linha das arvores logo era dificil alguém já me conseguir ver. Melhor ainda, estava muito perto do território dos bola-de-pelo.

Ahh! Até teve piada. Vou começar a chamar-lhes isso.

Concentra-te! Shira rosne.

Morde a língua, menina, que eu sei o que estou a fazer!

Claro! Por isso é que até reparas-te que o Alex está a meros metros abaixo de ti, no vale, a brincar com o teu Alfa! O quê? A sério?

Olhei prar baixo e constatei que a Shira tinha razão.

Quando é que eu não tenho razão?

A maioria das vezes...

Shhh!

Abanei a cabeça tentando focar-me.

E ali estavam eles. O meu irmão a jogar a bola com o meu... com o Alfa e a menininha a colher flores perto deles. Alex sorria muito brilhantemente, tinha um sorriso tão grande esculpido na cara que eu tinha medo que a cara lhe caísse. Nunca o tinha visto tão feliz... Este pensamento fez uma onda de tristeza apoderar-se de mim. Eu nunca o tinha conseguido fazer tão feliz, mesmo quando tentava tanto, e eles, uns completos estranhos, faziam-no rir e sorrir pela vida. Doia pensar na verdade que estava perante os meus olhos e tão visível.

Tentei imaginar-me naquela cena feliz. Eu deitada, abraçando o sol e a natureza, com um vestido de verão saboreando a ligeira brisa, a menininha ao meu lado, com um idêntico vestido, com os olhos a radearem luz e o sorriso aberto para o mundo enquanto apanhava as pequenas delicadezas do chão. Os rapazes a jogar e a divertirem-se em família. Família? Será que é isso que isto é tudo sobre? Uma nova família? E se sim, será que eu a conseguiria aceitar? Ou será que eles me consegueriam aceitar, a mim? Será que eu quero aceitar?

Fui interrompisa por uma voz rouca e fria que me alertava os sentidos e arrepeava a espinha.

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1526 palavras.

Ufa já ando à um tempo para atualizar desculpem não ter sido mais cedo.
Espero que gostem.

Who are you, Evan Peters? [ON HOLD]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora