VIII. Verdade ou desafio

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Eu já sentia calor naquele aglomerado de pessoas. Cada célula do meu corpo parecia implorar por um copo d'água. Meu suéter grudava em meu corpo, mas eu não o tiraria por nada. Não ali.

Assim que meus olhos desviaram do esverdeado de Harry, eu e Liam fomos à procura de Zayn. Liam queria vê-lo para ter certeza se o mesmo corresponderia ao olhar. Era difícil passar por entre os convidados da festa. Eles estavam completamente bêbados e mal percebiam a nossa presença em determinado lugar. Se caíssemos, seríamos pisoteados vivos.

Liam avistou Zayn perto das bebidas. Deu um aceno tímido em direção ao moreno que conversava com Niall de modo descontraído. Assim que o viu, Zayn andou até nós com os olhos brilhando e um sorriso rasgando o rosto. Ele estava totalmente bêbado.

− Liam! – Abraçou meu amigo que retribuiu o carinho de forma desajeitada. – Quase achei que havia desistido. Eu estou tão feliz que veio. Tão feliz. Tão, tão, tão, tão...

− Zayn... – Liam falou baixinho ao mesmo tempo em que tentava se desvencilhar do aperto. – Você está me esmagando.

− Oh, desculpa. Não foi minha intenção. – Afastou-se e deu um beijo na testa de Liam que imediatamente corou.

− Liam! Louis! – Niall gritou. Ao contrário de Zayn, ele parecia mais são. – Que bom que vieram! Querem alguma bebida?

Liam negou com a cabeça e escondeu o rosto no peito de Zayn. Algumas pessoas ao redor nos olhavam e talvez isso o tivesse intimidado. Eu também não estava gostando dessa atenção.

− Água? – Perguntei em dúvida. Zayn deu uma risada alta.

− Só da torneira. – Niall riu. – Tem uma pia pequena perto dos banheiros. Nós colocamos algumas caixas de isopor lá. Caso a bebida fique quente. Não está com calor?

− N-Não. – Respondi apressadamente. – Estou bem. Eu vou... Hm... Lá pegar.

− Ok. – Niall respondeu e Liam me deu um sorrisinho. Zayn já o havia soltado, mas pude ver seus dedos entrelaçados aos de meu amigo. – Nós o esperaremos aqui.

Saí andando em direção ao lado oposto ao que eu me encontrava. Fiquei na ponta dos pés e avistei algumas caixas de isopor. Deveria ser ali perto que havia uma torneira. De repente, meus olhos se encontraram aos de Harry mais uma vez. Ele estava parado em um dos cantos conversando com alguns amigos. Segurava um copo com cerveja, mas nem dava muita atenção à bebida.

No entanto, antes que eu pudesse sorrir ou até mesmo ficar feliz pelos olhos esverdeados pregados em mim, Beatrice se aproximou dele. Meu coração pareceu parar de bater. Ela rodeou os braços envolta de seu pescoço e o puxou para dançar. Harry continuou me olhando mesmo quando eu desviei e encarei o chão.

Caminhei rapidamente em direção ao meu destino. Eu realmente não precisava assistir aquilo.

Meu coração batia de um jeito descompassado e eu não me sentia bem. Era terrível. Queria por tudo para fora, mesmo sem ter ingerido algo nas últimas horas.

Muitos estavam ali perto das caixas de isopor. Tiravam uma garrafa de cerveja atrás da outra para beber. Peguei um copo plástico e o enchi de água. Talvez aquilo aliviasse o calor que sentia e a sensação ruim. Era como se as borboletas no estômago que apareciam toda vez que via Harry estivessem morrendo e se decompondo dentro de mim.

Entrei no banheiro e estava vazio. Completamente. Tranquei-me em uma das cabines, fechei a tampa da privada e sentei. Algumas lágrimas teimosas insistiam em cair. Doía pensar que talvez Harry e Beatrice estivessem juntos e que, neste momento, eles estavam dançando com seus corpos colados um no outro.

Shy Soul (Larry Stylinson)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora