Capítulo VIII - Lorena e Amato

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Depois de ter descoberto o endereço de Alora nos seus registros, Amato partiu para Vinhedo Doce.

Quando lá chegou, pouco antes do jantar, Amato estava com as pernas trêmulas e o coração disparado.

Tocou a campainha e aguardo a abertura da porta.

_Um momento!!! – disse Lorena de dentro de casa. Sem imaginar quem estava parado diante de sua porta.

Ao abrir a porta, Lorena, inicialmente, não conheceu o homem que a olhava.

_Pois não, o que o senhor deseja?

_Lorena, não me reconhece mais???

Quando olhou nos olhos daquele homem, Lorena ficou pálida como morta e dando um grito levou a mão à boca.

_Amador??? e suas pernas já não a sustentavam e Lorena ia escorregando para o chão. Amato entrou e a sustentou nos braços, levando-a para o sofá.

_Lorena, Lorena, por favor, fale comigo!!! – disse Amato, muito nervoso.

_Lorena foi abrindo os olhos levemente, ainda sem acreditar na visão que se descortinava em sua frente.

_Você??? Mas como???

Com um cálice de conhaque nas mãos, que havia encontrado no console, Amato apenas disse:

_Tome primeiro esse conhaque. Assim você se restabelece e nós podemos conversar.

Ainda,indecisa e trêmula, Lorena tomou em suas mãos o pequeno cálice e sorveu a bebida, que lhe aqueceu a alma e o corpo, tirando a friagem e o choque inesperados.

_Lorena, meu nome é Amato e não Amador. Vou começar as explicações esclarecendo tudo. Quando cheguei ao Brasil, minha intenção era encontrar o local dos hotéis e também se acontecesse algum envolvimento amoroso seria apenas algo passageiro, por isso menti sobre o nome. Mas nunca pensei que iria encontrar uma pessoa que tocasse tão profundamente o meu coração.

_Mas Amador, Amato, porquê...

_Lorena, por favor, ouça-me. – interrompeu-a o homem calmamente.

_Quando recebi o telefonema da Itália, com a notícia que o meu pai havia falecido, deixei um carta na portaria para que lhe fosse entregue. As explicações de que não saberia quando poderia voltar lá estavam escritas, mas com certeza, quando pudesse eu voltaria.

Mas, infelizmente, as coisas se complicaram e os negócios me levaram por toda a Europa, para que pudesse acalmar os outros sócios e negociantes mais próximos.

Foram pelo menos seis meses de pesadas negociações. Quando consegui terminar tudo e encontrei o endereço da pousada onde fiquei, liguei para lá, mas não obtive nenhuma notícia sua. A senhoria negou-se a me dizer qualquer coisa.

Assim, achando que havia sido apenas um passatempo para você, toquei a minha vida e fiquei cuidando apenas dos meus negócios.

_E você, casou-se? – perguntou Lorena.

_Sim, respondeu Amato. – O meu casamento foi um acordo amigável entre Mercedes e eu. Ambos tivemos um amor muito grande por outras pessoas e casamos para adotar Francisco, pois ela solteira não poderia. Mercedes morreu há muitos anos e vivemos apenas Francisco e eu.

_E eu casei-me com Davi, pois entre nós aconteceu um amor incondicional. Ele apaixonou-se por Alora e a quis como filha, mesmo sabendo que não era seu pai. Alora gostou dele como se o conhecesse sempre e sofremos ainda com sua ausência.

_Fico feliz em saber, Lorena, que vocês foram felizes apesar de tudo. Então pode confirmar que Alora é nossa filha??

_Sim, Amato, nossa filha, sorriu Lorena docemente. Uma maravilhosa moça. E agora me esclareça de onde a conhece e como Francisco nos encontrou??

_Tudo sobre regência do destino. Seu marido Davi era o nosso maior fornecedor de vinhos e frios. Não cheguei a ser muito íntimo, mas Francisco, que lida com esses trâmites comerciais, o conhecia muito e o respeitava. E foi através dele que sabia que Alora é uma musicista talentosa.

A idéia do projeto de eventos musicais surgiu há algum tempo e quando Francisco veio ao funeral de Davi, soube que Alora é a pessoa ideal para organizá-los e participar deles.

Você não pode imaginar o que senti quando a vi. Foi uma surpresa muito grande, que quase desmaio. Mas algo me dizia que era minha filha, ou melhor, nossa filha.

Assim, a deixei com Francisco no hotel do Rio, tomando todas as providências para os concertos que acontecerão. Na sexta-feira da outra semana, será a primeira apresentação dela. Como a organização do calendário é algo longo e complexo, aproveitei para vir vê-la e confirmar a nossa história.

Ficarei aqui na cidade para conversarmos e na quarta-feira antes do concerto embarcamos para o Rio juntos. Você concorda? Podemos falar de nossas vidas??

_Sim, Amato, é bom termos uns dias para colocarmos a nossa vida nos eixos.

Amato foi para um pequeno hotel ali em Vinhedo e Lorena ficou em casa, com os pensamentos em turbilhão.

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