Olho para a direção de onde vinha aquilo e não avisto nada, além de escuridão. Olho para Harry e ele estava de olhos fechados, com o chapéu cobrindo parte do seu rosto. Sussurro seu nome algumas vezes, mas sem respostas.
- Harry? - Cutuco seu braço com certa força, até que ele me olha.
- O que houve? - Ele junta as sobrancelhas.
- Eu ouvi um barulho. - Sussurro.
- Estamos na rua, é normal. - Ele dar de ombros.
- É sério, acho que tem alguma coisa ali. - Aponto para um pequeno beco à nossa direita, então o barulho se repete, só que desta vez mais alto.
- Vou lá olhar. - Ele se levanta devagar, caminhando em passos lentos até o lugar. Ele fazia tudo tão naturalmente, que era como se já estivesse acostumado a chegar devagar.
Após alguns minutos, ouço caixas caindo e de repente, um gato preto pula em mim, me fazendo gritar de susto.
- Não precisa ter medo, é só um gato. - Ele revira os olhos.
- Eu só me assustei! - Bufo.
Antes que Harry responda, uma silhueta aparece entre a fina neblina que tomara conta da rua, nós observamos aquilo se aproximar, com certo receio, até perceber que se tratava de um morador de rua. O senhor, por volta de setenta anos, estava sujo, sua barba aparentava estar a anos sem ser feita, um de seus olhos estava mais claro que o outro, mostrando que ele era cego e suas roupas eram apenas pedaços de panos um sobre o outro.
- Boa noite. - Sua voz cansada resmunga, quando ele para a nossa frente.
- Olá. - Respondo.
- O que você quer? - Harry se aproxima dele, me fazendo ficar de pé para impedir qualquer besteira que ela possa tentar fazer.
- Apenas algumas moedas, meu jovem. A não ser de você! - Ele aponta para mim - Sei que na cadeia não é permitido entrar com essas coisas.
- Como sabe onde eu estava? - Me aproximo, ultrapassando a barreira que Harry havia formado entre nós.
- Vivo aqui a muitos anos, eu sei de tudo. - Enfatizando o "tudo" ele olha para Harry.
- Bom, mas não temos nada para você. Vá embora! - Ele fala entre os dentes.
- Tem sim. Eu quero aquilo! - Ele aponta para o meu anel de prata que ganhei de Matt.
- Não posso dar isto, foi um presente. - Afirmo.
- Ora, menina, você pode comprar outro, eu não. Por favor, não irá custar nada! - Ele insisti.
- Ela já disse que não, saia daqui! - Harry ordena.
- Por favor, minha jovem, só o anel! - Ele dá um passo a frente, fazendo Harry avançar sobre ele.
Harry sussurra alguma coisa para o homem, que arregala os olhos e nos olha, em seguida saí andando tão rápido quanto achei que ele não poderia.
- O que você disse? - Pergunto, assim que Harry volta.
- Nada demais, apenas que ele estava me irritando. - Ele se encosta na parede e tira o chapéu, passando as mãos por seus cabelos.
- Harry?
- Sim?
- Quero ir para casa. - Peço quase choramingando.
- Certo. - Ele sorrir da minha mudança de opinião - Vou te levar para casa!
Nós caminhamos um pouco até a frente da delegacia, onde seu carro preto estava estacionado. Logo começamos a viagem que parecia não ter fim, olho pela janela e vejo a cidade xom apenas algumas luzes acesas, a maioria das pessoas já estavam dormindo, até que passamos na frente de uma casa grande e um grupo de adolescentes bêbados saia de lá, sorrio ao ver a cena e logo olho para Harry que mantinha os olhos fixos na estrada.
- Como descobriu que eu estava presa? - Me sinto estranha falando isso, ainda não acredito no que aconteceu.
- Vi sua mãe chegar em casa, ela chorava muito e eu perguntei o que aconteceu, aí ela me contou e eu me ofereci para ajudar.
- Obrigado, pela ajuda. - Agradeço.
- Foi um prazer, Skye.
Logo depois da próxima curva, chegamos em casa. Saímos do carro e caminhamos até lá, Harry entra pelo pequeno porta de madeira ao lado da casa e vai para o galpão, enquanto eu abro a porta com a chave reserva mantida atrás de uma planta.
Entro devagar e tiro os sapatos para tentar fazer silêncio, até que um pigarro é ouvido atrás de mim.
- Onde você estava?
YOU ARE READING
Não Abra A Porta Para Estranhos [H.S]
Mystery / Thriller"Abrir a porta" esse é um ato comum que exercemos todos os dias. Pode ser a porta do seu quarto, do elevador ou até mesmo do armário, abrimos ao menos uma porta diariamente. Mas e se esse simples ato, pudesse mudar tudo na sua vida? Se ao abrir a po...
25 - Midnight.
Start from the beginning