Um brinde ao Chris.

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Lindas e lindos, tudo bom? Gostaria de agradecer todo mundo que tem comentado, votado, citado a fic no twitter e indicado aos amigos, isso é tãaaaao importante... Sei que falo sobre o tempo todo, mas enfim, é mesmo.

Gostaria de agradecer a Eve (@SheWantsCamila) também, pois sempre que ela pode está indicando Base 17 aos leitores de The Stripper e tenho certeza que se não fosse pela amizade que temos, muitos de vocês não teriam chegado até mim.

Depois eu reviso o capítulo, ok? Não deixem de comentar!!!!
Beijão e ótimo fim de semana.  

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Empurrei a porta para que a Sargento entrasse, com um nó formado em meu estômago e minha mente repleta de suposições. Fiquei ali, estática por alguns minutos, encarando o rosto da mulher há poucos metros de mim, antes de tomar a atitude de comunicar meu pai sobre a presença da oficial. "Pai?" Eu chamei e aguardei até que ele estivesse no mesmo cômodo que eu, acompanhando por minha mãe. Camila e Vero permaneceram sentadas à mesa, provavelmente por não considerarem o assunto algo que lhes dissesse respeito. Clara prontamente ofereceu algo para que a militar bebesse, esta que recusou de imediato, mas com muita educação. Steinfeld, não sabia seu primeiro ainda, aparentava nervosismo, talvez tivesse recém se apresentado ao exército. Acredito que regulasse idade com Camila. Seus braços pendiam ao longo do corpo, extremamente rígidos, mas as mãos estavam trêmulas por alguma razão.

– Major. – ela ofereceu uma continência ao meu pai, antes de continuar a falar. – É uma honra estar em sua presença, mas lamento que seja em uma situação como essas.

Meu pai e eu nos em entreolhamos, como se tivéssemos a certeza de que as próximas palavras que deixassem a boca da oficial, seriam algo que não aceitaríamos ouvir. Em uma família de militares, a visita de oficiais de notificação é algo comum, mas nem sempre são boas e no caso daquela, já havíamos sido avisados de que não seria. Nesse momento, senti uma pontada tão forte em meu peito, algo maior que qualquer dor física que eu já havia sentido, incluindo os chutes que recebi enquanto estava no chão daquela incursão. Era pior, angustiante, maior. O meu corpo e mente começaram a reagir ao clima que havia se instalado na sala e pela primeira vez eu não soube o que fazer. Steinfeld rolava os olhos entre meu pai, minha mãe e eu, como se esperasse a pior reação dos três. Ela estava receosa e hesitante, e me pai, tão sábio, levou a mão até a cabeça, antes de cair de joelhos sobre o chão. Nada precisou ser dito. Minha mãe jogou o corpo sobre ele, em um gesto desesperado antes de exclamar os gritos de uma dor profunda. Eu não sabia o que fazer, não sabia o que dizer, estava perdida e sem conseguir processar qualquer coisa que estivesse acontecendo ali. "Não, não, não." Minha mãe gritava em meio ao choro e era amparada por meu pai, que se mantinha em silêncio e com as lágrimas rolando pelo rosto. Vero invadiu a sala, sendo puxada por Camila que pôs os olhos em mim externando sua preocupação em cada traço de seu rosto. Eu sabia o que aquela visita significava, eu soube no primeiro momento em que pus os olhos na Sargento, que alguma coisa estava errada, só não imaginava o que poderia ser. Mordi os lábios com tanta força, que senti o gosto amargo do sangue em minha boca. Deixei meu corpo cair pesado contra o sofá, antes de encarar Camila e Verônica, ambas confusas e assim como eu, sem saber o que fazer.

– Chris se foi.

Não foi dito pela oficial Steinfeld, nem por meus pais, mas por mim. Essa foi a frase que saiu de minha boca e acertou a todos em cheio mais uma vez. Meus olhos começaram a arder e o corpo a tremer incessantemente. Camila correu em minha direção com os olhos arregalados e segurou meu rosto com suas mãos. Ela me encarava como se quisesse sugar toda a dor que estava em mim.

– Chora. – foi a única coisa que ela disse, antes de afundar minha cabeça em seu peito.

E então o choro veio. Tão alto, incontrolável e desesperador quanto o de minha mãe. Minhas lágrimas eram absorvidas pelo tecido da blusa da latina, enquanto minhas costas eram afagadas por ela e Vero. Meus olhos ardiam e eu nada conseguia falar, apenas sentir a dor que me consumia segundo após segundo. Ao mesmo tempo em que o sofrimento era tão real, era impossível acreditar que aquilo de fato estava acontecendo. Era possível ouvir Verônica chorando logo atrás de mim e a repórter falando coisas que eu não conseguia decifrar, mas com toda certeza tinha a intenção de me confortar. Sentia como se fosse sufocar a qualquer momento, como se tivessem tirado os meus pulmões ou eu tivesse desaprendido a respirar. Não importava quanto ar eu inspirasse, não era o suficiente. Levantei um pouco meu rosto e o inclinei para trás, fugindo do calor que o corpo de Camila propagava. Meus pais ainda estavam sentados no chão, abraçados um ao outro, enquanto meu pai tentava confortar minha mãe, mesmo quando ele precisava de conforto também. Olhei a Sargento em pé, com o corpo completamente trêmulo e os lábios cerrados, ela estava sentindo aquilo também.

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