CAPÍTULO DOIS

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CAPÍTULO DOIS

ANGEL FERREIRA

UMA SEMANA DEPOIS

Já faz uma semana que estou neste trabalho, e confesso que até gosto. Fiz amizade com Heloísa, mas só com ela porque as outras, por algum motivo, amam implicar comigo, só não sei o porquê. Me sinto na época do colégio, quando as meninas populares da escola implicavam comigo, mas se elas acham que eu sou bobinha, ah, estão completamente enganadas! Posso parecer ser, digamos, "idiota", mas não sou mesmo. Até agora estou na minha sem dizer nada, mas quando me estressar, sai da frente, porque quem estiver perto vai ser atingido também.

Meu sangue brasileiro é bem quente, em especial o carioca.

E para completar tem o senhor Cooper... Deus! Quem diria que um homem tão lindo fosse tão arrogante e insuportável? Ele parece que ama me infernizar, tenta a todo o custo me tirar do sério e parece que faz isso de propósito, mas me seguro, mesmo com uma vontade imensa de xingá-lo e bater nele até aquele rosto lindo se desfigurar todo. Isso seria um pecado, mas não dá, ele é um babaca.

Estou na minha mesa vendo alguns documentos do senhor Cooper, quando o mesmo sai do elevador, passa e nem fala comigo; sequer me olha, bem diferente do homem que me entrevistou há uma semana.

Assim que ele entra em sua sala e passam alguns minutos, o telefone toca me desconcentrando do trabalho.

- Architecture Coo... - Antes que termine ele me interrompe.

- Venha a minha sala, agora. - Desliga sem esperar a minha resposta, é um ogro mesmo!

Me levanto e vou andando em direção à sala do senhor Ogro Cooper. Bato na porta e ele me manda entrar, entro e o vejo lindamente de costas para mim.

- Me chamou, senhor?

- Não, só liguei para ouvir sua linda voz. - diz ironicamente. Idiota, debochado, babaca, imbecil.

Não respondo nada, então ele diz:

- Tenho alguma reunião marcada para hoje?

- Não senhor.

- Ótimo, quero que adiante seu trabalho até às cinco horas em ponto. - Ele ainda não se virou para me olhar, que classe.

- Claro senhor, mas por quê?

- Quero que saia para jantar comigo esta noite.

Hã? O quê? Ele quer me levar para jantar?

- Mas... senhor... eu... - Ele finalmente se vira.

- Mas nada, eu preciso ter uma conversa muito séria com você - fala me olhando com aqueles lindos e hipnotizantes olhos azuis.

Deus, esses olhos!

- E por que não podemos conversar agora, na empresa mesmo?

- O que tenho para falar deve ser dito somente quando estivermos a sós, sem interrupções, e as paredes aqui podem ter ouvidos.

- Mas senhor eu... - me corta.

- Sem mas, passo na sua casa às sete horas em ponto. - Desde quando sou obrigada a ir?

- Senhor C...

- Saia! E não me incomode, à noite conversamos. - Grosso!

Saio de lá e vou para minha mesa, começo a adiantar o meu trabalho para mais tarde poder sair com esse ogro.

Odeio ser obrigada a fazer as coisas, mas preciso do emprego. Mas sinceramente, não entendo o porque dessa palhaçada, para ser um assunto que não pode ser dito dentro da empresa, com certeza deve ser de cunho pessoal, e o que mais me intriga é ele querer que seja dito em um jantar, provavelmente em um restaurante onde a pessoas, estranho já que o mesmo disse que ninguém poderia ouvir nossa conversa.

Doce Proposta - Série Os Coopers ( LIVRO 1 )Where stories live. Discover now