Capítulo 3

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 Um vento frio me surpreendeu assim que acordei. O ventilador ligado fazia parecer que estávamos no inverno.

Minha mochila, com alguns poucos pertences, estava na beirada da cama. Não tinha nada além de uma escova de dente, algumas roupas esquecidas da mãe de Matt e dois pares de sapato.

-Se quiser tem um armário com roupas no telhado – Matt apareceu na porta do quarto. – São bem bonitas.

-E podemos pegar?

-Achei que a casa fosse nossa – ele deu ombros. – Se não puder vamos descobrir. Sabe como chegar lá?

Assenti e fui em direção ao telhado enquanto ele ia para a sala. Eu estava com uma blusa do Mickey, que agora só o mostrava um desenho desfeito e gasto; meus shorts estavam curtos demais, mas o tecido era gostoso.

Subi a escada até o telhado, ela era ainda menor do que a que dava ao segundo andar; quase escorreguei no ultimo degrau. Lá era um cômodo apertado. Tinha uma janela de vidro, que mostrava a rua, cobrindo toda a parede. A única coisa além da janela era um armário antigo. Abri a porta com certa dificuldade por conta do peso. Me surpreendi ao ver varias roupas de grife lá dentro: vestidos, blusas, calças, saias shorts... Tudo. Havia coisas tanto para homens quanto para mulheres. Estava um pouco bagunçado, era coisa demais. Peguei uma blusa amarela e uma calça branca e levei até o quarto novamente. As coloquei sem dificuldade alguma, serviu perfeitamente bem; a calça não sobrava e nem faltava; a blusa parecia ter sido feita para uma pessoa com um corpo semelhante ao meu. Coloquei minha rasteirinha e entrei no banheiro para arrumar o cabelo.

Depois de estar com o cabelo preso em um coque desci para a cozinha.

-Nossa! – Sônia sorriu quando me viu. – Nem parece à mesma menina que me lembro de ter visto ontem!

-Obrigada – sorri de volta e peguei uma xicara de café que ela me estendeu.

-Digo o mesmo – Matt apareceu arrumando as mangas de um uniforme azul, escrito Mactap na frente. A verdade é que parecia mais uma roupa de festa formal do que um verdadeiro uniforme. Ele riu quando percebeu meu olhar surpresa. – Trabalho garota... São seis e meia, tenho que ir daqui a pouco.

Fui até ele e o analisei bem; peguei seu braço e ajeitei a manga do uniforme até que ficasse certo.

-O que está fazendo? – ele franziu a testa.

Não respondi, peguei o outro braço e fiz a mesma coisa.

-Agora está certo.

Ele levou a mão até o meu coque e o desfez.

-Fica melhor assim.

-E se eu quiser usar? – perguntei ajeitando seu cabelo.

-Pode usar então – ele riu. – Está desfazendo meu penteado.

Revirei os olhos.

-Quanto tempo você demorou para pentear o cabelo certo... Quer dizer, repartindo no meio? – o cabelo dele não era nada pequeno comparado ao cabelo da maioria dos garotos; caia desajeitadamente até os ombros. Ele havia separado corretamente ao meio, o que era difícil de se imaginar vindo dele.

-Dois minutos, no máximo – ele parecia se divertir. – Por que está vestida assim?

Baguncei um pouco seu cabelo. Os meios cachos não estavam nada embaraçados.

-Vou arrumar um emprego – falei, quase espontaneamente.

-Onde?

-Não sei – olhei para as mãos. – Vou descobrir.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Nov 18, 2015 ⏰

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