Capítulo 3: Com amor

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Parte 1: Com amor

Esconder as marcas que Natheniel fez em meu pescoço foi trabalhoso. Tentei usar camisas de gola alta para tentar esconder-las o máximo que podia e foi assim uma semana inteira para sumir elas.

Enquanto isso, resolvi determinar que não teria mais encontros com ele pelo menos enquanto aquelas marcas estavam lá, era melhor evitar causar mais marcas e comportamentos estranhos entre eu e minha família, e eu e meus amigos.

- Ei, Rúbio!- Meu caro amigo-irmão, Fabrício chegou em mim enquanto jogava um dos braços sobre meus ombros, folgado como sempre. Fabrício vende ovos na feira da cidade junto com a sua família, este, deveria estar ajudando sua mãe nas vendas, seu pai carpindo ou então ajudando a cuidar das galinhas. Mas não, o meu encarecido amigo, estava lá apenas para questionar o motivo de eu estar usando um camisa muito " chique" para trabalhar. - Por que diabos tá usando uma camisa tão estranha pra trabalho?- pergunta encucado.

Eu lhe olhei de solascio, tentando buscar na mente a desculpa mais esfarrapada do mundo.

- Que camisa chique, homem!? Deixe de ser a abestado! É uma camisa normal!- Fiz uma voz propositalmente irritada, mas ainda baixa.

- Hmm...- Ele me olhou desconfiado, Fabrício, podia até mesmo não saber ler ou escrever muito bem, mas não era tonto. — Tá a esconder algo ?— Ele ergueu a sobrancelha direita.

— L-Louco. — Acusei enquanto tentava desviar o assunto.

— Andou saindo dos cortejos com uma moça?— Deu um sorriso malicioso e um soquinho de leve no meu ombro.

Limpei a minha garganta e eu disse:

— Eu não sairia dos cortejos com uma moça de família. — Tentei dizer o mais baixo possível, tentando evitar que outras pessoas escutasse a conversa. — Pois uma verdadeira moça de família, não deixaria que isso acontecesse. — Franzi a sobrancelha na tentativa de intimidar-lo.

— Não vai me dizer que ainda é virgem!?— Disse no seu tom mais baixo possível, ou seja, auto o suficiente para que alguém escutasse; esse meu amado filho da puta, fala como se eu fosse um velho surdo.

Revirei os olhos irritado.

— E você não é por acaso, pirralho?—Na época ele tinha dezesseis anos e eu não acreditaria se ele dissesse que já tinha perdido a virgindade. Eu com dezessete tinha perdido há pouco tempo, imagina ele.

Ele riu como um pato grasnando, as pessoas olharam em nossa direção e o meu rosto corou de vergonha e raiva. Maldito filho da puta! Pena que eu tenho um amor muito grande por ele, somos amigos desde crianças e isso nunca mudou. Nem mesmo Natheniel entrar em minha vida.

— Cale-se!— O repreendi envergonhado, ele sempre gostava de fazer isso para me irritar, era incrível.

— Para a sua resposta, eu não sou mais virgem seu imbecil. — Desta vez pela graça de Deus ele disse baixo. — Você está realmente atrasado, meu caro. — deu tapinhas em meu ombro direito e eu tranquei meus dentes de raiva. — Mas enfim, preciso ajudar minha mãe com os ovos. — Deu um sorriso orgulhoso. — Até mais e continue tentando conquistar moças.— Piscou para mim sujestivamente, e mais uma vez reviro os olhos.

Era deveras, uma situação constrangedora, mas sinceramente, com ele, situações constrangedoras era o mínino que você poderia esperar na sua relação de amizade.

(...)

Uma semana graças a Deus tinha passado. Quando observei finalmente o meu pescoço livre daquelas manchas, dei pulinhos de alegria por não precisar usar camisa de gola alta em um calor infernal, então , relaxei-me e coloquei uma camisa de algodão fina para poder transpirar melhor.

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