— Deixa eles para lá e a gente para cá. Aqui é grande o suficiente para a gente curtir a noite sem precisar se esbarrar neles. — Felipe disse de forma racional, acalmando os nervos de Eduardo.

— Você tem razão.

Eles continuaram no ritmo da música, enquanto Eduardo ainda tentava relaxar. Enquanto isso, ao lado do bar, Alexandre e Daniel pareciam estar curtindo a festa em um nível muito melhor do que os outros, meros mortais. Sentados em uma área menos movimentada, onde haviam puffs, sofás de madeira e algumas mesas de apoio espalhadas com vários copos de bebida usados. Era como uma área VIP, mesmo que a festa teoricamente não tivesse aquilo. Daniel sempre dava um jeito de ressaltar sua exclusividade. Era sua qualidade mais notável.

— Gabriel está demorando muito. Será que ele já conseguiu falar com ela?

— Relaxa, Alexandre. Se você mostrar que está desesperado é pior.

Alexandre ficou alguns segundos aéreo, parecendo estar pensando, então repentinamente se levantou, dizendo:

— Chega, eu vou lá falar com ela.

Daniel foi atrás dele logo em seguida, mas ambos encontraram Gabriel no meio do caminho.

— E aí?

— Nada. — Gabriel respondeu, dando de ombros.

— Ela quer se fazer de difícil, é? Vamos ver se ela dá conta disso aqui, então.

Alexandre foi até onde Paloma e Jéssica estavam, flertou com uma garota aleatória e lhe puxou para um beijo logo em seguida. Como já era esperado, aquilo acabou afetando Paloma, que reagiu furiosa. Jéssica a segurou pelo braço e tentou lhe aconselhar:

— Ele está fazendo cena, Paloma. Não dá para ele o que ele quer.

— Eu vou dar exatamente o que ele quer. — Se virou para pegar seu copo em cima da bancada, tomou toda a cerveja em um gole só e limpou a boca com a manga de sua blusa. Para ela, agora era olho por olho, dente por dente. Então, costurou entre as pessoas dançando e foi até Eduardo e Felipe, claramente não muito certa de seu juízo.

— E aí meninos! Estão gostando da festa? — Ela perguntou, entusiasmada demais por conta do álcool.

— É, claro... eu vou no banheiro. — Felipe respondeu sem fazer questão de esconder o quão estanho ele achava aquela cena estar acontecendo. Eduardo o odiava com todas as suas forças naquele momento por ter lhe deixado sozinha com o inimigo.

— É um milagre ver você em uma festa à noite, Duduzinho.

— É, pois é. — Naquele momento, tudo que Edu mais queria era ter ficado em casa. Tentou ser civilizado e puxar assunto, mesmo sabendo que esse assunto não fosse o melhor de todos. — Você e o Alexandre...

— É, eu dei um pé na bunda dele hoje. Foi ótttttimo! — Ela estendeu a última palavra, deixando a entonação bastante engraçada.

— Sendo sincero, ele não era cara pra você. Apesar de você estar rodeada de pessoas ruins, você parece ser um pouco menos pior do que eles.

— Menos pior? Auch! — Ela gritou em seu ouvido, deixando-lhe um pouco mais ranzinza. — Mas você tem razão. Eu sou melhor do que ele. Muito melhor. E eu vou curtir essa noite, recuperar o tempo que eu perdi com esse boy lixo.

— É isso aí, boa sorte! — Edu fingiu animação e se moveu para o lado para aproveitar a deixa e escapar de fininho, mas Felipe havia acabado de chegar bem ao seu lado, fazendo-o parar.

— Olha só, Felipe novato voltou!

Edu e Felipe se entreolharam e perceberam que ela estava bastante alterada.

O Garoto da Mesa NoveWhere stories live. Discover now