Capítulo Vinte E Nove

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Oi genteeeeeee! Parei, e aí?Preparados (as)? Vamu embora.

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No limite e totalmente aborrecida é assim que entro na minha sala, e fico mais aborrecida quando vejo que a sala está vazia. Aquele... Senhor me fez vir para ele ficar em casa? É hoje que a giripoca vai piar.
Me sento na mesa e quase cuspo o café no teclado. Isso tudo era trabalho pra mim? Haaa, isso ia exigir hora extra.
Hora extra não, bem que eu não tinha nada pra fazer em casa, não com o Teo daquele jeito.
__É, tem muita coisa aqui.
Abro as finanças desse mês e quase engasgo de novo. A empresa sofreu um rombo de 60%,desse jeito a empresa ia ir a falência.
Imprimo as informações, se caso houver uma investigação, o que eu acho que terá, já tenho minha inocência provada com isso.
Há, o mundo é dos espertos.
E eu meu bem estou preparada.

Mas deixo isso pra lá, tenho que terminar tudo isso, e por mais que eu acho canalha o Ross ter me obrigado a ir. O que posso fazer? Sou só uma das funcionárias que ele controla como uma marionete.
Isso é uma das coisas boas de ter poder, mas não quero poder. Muito menos dinheiro,caramba porque estou pensando nestas asneiras? Mas trabalho e menos "falassão" , neste caso "pensassão".
Só pra garantir verifico os e-mais,e pra meu prazer tem uma boa quantidade de uns e-mais da Carla.
Mas como sempre somente um chama minha atenção.

De:CarlaAlmeida123@gmail.com
Para:OtávioRossExecutivo@gmail.com
Assunto: Nossa!
Data: 23 de agosto de 2015

Otávio,

Nossa reconciliação foi incrível, eu nunca te vi tão fogoso. Ai já disse que te amo? Espero te ver hoje, na minha casa.
Da sua apaixonada Carla.

Do que essa jararaca está falando? Espero que não seja o que estou pensando, mas não adianta, eu já estou pensando nesta porcaria.
Ai meu Jeová.
Me dá paciência, aquela perseguidora oxigenada está falando que... Aff .
Me dedos ganham vida própria e começa a digitar a resposta.

De: OtávioRossExecutivo@gmail.com.
Para:CarlaAlmeida123@gmail.com.
Assunto :Sua...

Carla,
Sua broaca maluca, não sei do que você está falando, e sinceramente não significa nada o que aconteceu ontem, já disse que sua cara me irrita .
P.s: pinta o cabelo, já dá pra ver à raiz escura.

Hesito antes de enviar, mais à raiva infundida me fez mandar a resposta. Risada maléfica, me sinto terrivelmente má.
Mas depois de ver o e-mail enviado me bate um desespero.
__Não acredito no que eu fiz__sussurro.
Olho de novo a tela abobada.
__Não acredito no que eu fiz!__grito totalmente envergonhada, me sinto tão vermelha, ca-ra-mba! Eu estou louca, perdi um parafuso.
Quando ouço o telefone tocar solto um berro tão grande que acho que acordei todo o continente Americano.
Suspiro. É só o bendito telefone então se acalme coração. Não é uma resposta indignada da Carla.
Atendo.
__Alô?
__Luana?
__Sim, quem é?
__Meu Deus Luana, procurei você por todo lugar, onde você está?
Wesley. Coitado, no meu estado de torpor em nem me preocupei em avisar.
__Estou em casa, desculpe eu.. Só precisava ir embora.
__Entendo, como...como você está?
Melhor impossível, ha não ser que ele me compre um palácio na Inglaterra.
__Bem, e você?
__Sinceramente?
__Claro.
__Horrível, não consigo dormir.
Engulo um caroço irritante.
__Eu me senti assim, tive pesadelos.
__Eu tenho também, acordo berrando no meio da noite.
Sério? E se o espírito da minha mãe estivesse vagando? Cruz credo.
__Isso é horrível.
__É, sinto mais pena da Pamela e as crianças.
Me levanto e fico encarando o trânsito lento de São Paulo pela janela.
__Você devia se distrair.
__Eu tento, mas a imagem dela não sai da minha cabeça.
Alivio uma coceira no queixo, odeio coceiras
__Olha depois te ligo, estou no trabalho.
__Me desculpe, eu não sabia.
__Tudo bem, ligo depois.
Saio e vou pro banheiro, caramba, me sinto tão culpada e estranha , como se eu fosse uma alienígena.
Jogo água no rosto, estou pálida, como Teo diria, com uma marca enorme de farinha no rosto.
Solto um suspiro, hora de voltar ao trabalho.
Volto pra sala e a porta está aberta, ue, eu não tinha fechado? Eu hein.
E ainda tem um barulho estranho, entro. Paro. E pisco.
Isso não está acontecendo, perai, cara acho que está acontecendo sim.
A Carla estava sentada na minha mesa, com o... Otávio beijando ela.
Estavam quase se fundindo. O que eu faço?
Não fique aí parada idiota.
Claro, volto pra trás, e faço um barulho indicando que estou chegando, assim essas duas cascavéis vão ver que não estão mais a sós.
Quando atravesso a porta eles já estavam separados.
__Senhor Ross interrompo alguma coisa?
Que vontade de dar um chute bem nele.
__Não Lua.. Silva.
Carla olha pra ele confusa.
__Luasilva? Esse é o nome dela?
Sorrio,puro veneno, eu quero é quebrar aquele nariz empinado.
__Não, me chamo Luana Martins da Silva.
Ela estende a mão, mas não pego, finjo não ver.
__Você poderia me dar licença? Essa mesa é minha mesa de trabalho.
Ela se afasta, claro, me lançando um olhar predador.
Me sento na mesa, mais pela visão periférica posso ver o Ross olhando pra mim, esse canalha não tirou o olho de mim desde que entrei.
A oxigenada já não ligava para mim, passava a unha sensualmente pelo peito dele, que raiva, eu poderia bater nela.
__Que tal irmos a um lugar privado Tavito?
Essa idiota não sabia que o Ross odiava esse apelido? O Gustavo tinha me dito isso.
Mordo o lábio inferior para evitar rir.
__Não Carla, eu preciso conversar com a Luana, já volto.
Levanto a sobrancelha. Conversar? Ótimo.
Sigo ele até do lado de fora, e para minha surpresa a oxigenada ficou pra trás.
__O que você quer senhor Ross?
Ele solta o ar lentamente.
__Está brava comigo?
Sinto vontade de rir da cara dele.
__Isto não está incumbido no meu trabalho senhor Ross.
Ele pega meus cotovelos.
__Porque está tão fria comigo?
Me solto de seu aperto, como ele é cínico, a poucas horas ele estava beijando à mim, agora ele estava com... Aquela garota.
Que raiva, eu quero pegar minhas mãos e enforcar ele até não ter ar.
__Estou em trabalho e você é o meu chefe.
Ele começa a andar na minha frente, nunca vi ele tão agitado, mas não importa, não devo entrar na vida dele.
__Luana você quer me enlouquecer?
Cruzo os braços.
__Sinceramente senhor Ross não sei do que você está falando.
E assim viro as costas pronta para entrar mas ele pega meu braço. Olho diretamente para aquela mão. Ele quer apanhar, vou lutar um caratê maníaco aqui.
__Fala comigo.
__Me...__paro quando vejo o olhar perdido dele, quase sinto pena. Quase.
__Estou falando com você senhor Ross.
__Não do jeito que quero.
Suspiro.
__Tudo bem Otávio, vamos falar sinceramente aqui.
Seu suspiro de alívio é óbvio.
__Certo.
__De que jeito quer que eu fale com você?
Ele hesita, o Ross? Hesitando? Que novidade.
__Do jeito natural.
Engulo em seco.
__Você acha que é fácil depois do que eu vi?
Seu olhar fica petulante de novo, ótimo, assim eu posso te bater melhor. Otário.
__E o que você viu?
__Você e ela se beijando.
__Não é...
__Não precisa me explicar nada.__falo entre dentes.
__Eu não ia explicar, você não tem nada a ver com minha vida.
Toma essa Luana. Arg.
__Tudo bem, eu já vou indo.
__Luana!
Saio andando e ignoro seus gritos, os olhares espantados na minha direção. Bato no ombro de alguém mais estou tão furiosa que nem peço desculpas.
Quando sinto o ar frio no meu rosto noto que estou chorando, droga, eu não devia chorar por isso. Não valia a pena, nunca iria valer.
__Saco!
Me sento em um ponto de ônibus que está milagrosamente vazio.
Essa é a primeira vez que choro em um ponto, espero que seja a última.
Mas porque estou chorando? Porque bulufas estou sofrendo?
Você que não quer ver Luana. Está na sua cara.
Cala a boca. Eu só não quero ficar aqui chorando, mais por enquanto isso tem que servir.
Por enquanto.
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Luana.Where stories live. Discover now