Capítulo Dezenove.

155 16 3
                                    

Olá gente. Desculpe o atraso, sinceramente. Mas aí está o capítulo e espero que o devorem.
Escrevam se estão gostando.
______________________________________________________________________________

__Eu gostaria de ver o Otávio.
Me incomoda o seu tom autoritário, Deus como eu gostaria de bater nela.
__Ele está na festa, só não sei onde.
__Eu exijo ve-lo.
Me levanto rígida.
__Eu já disse, não sei onde ele está.
Ela se inclina pra frente me encarando nos olhos.
__Será que não sabe mesmo? Ou será que ele mandou você dizer isso.
  Essa oxigenada está me irritando? Porque se está, conseguiu.
__Com que direito exige ver ele?
__Com direito de noiva, eu sou a noiva dele.
Suas palavras foi como um tapa na cara, eu sei, não devia me preocupar, mas não dava.
__Noiva dele?
Seus lábios desenham um sorriso debochado.
__Sim noiva dele, porque algum problema?
  Droga Luana, você não vai chorar aqui né?
__Não, nenhum, vou até te dar o endereço do escritório dele.
__Ótimo.
Passo o endereço pra ela, eu queria que ela sumisse da minha frente, e não ligo para nada, mesmo que com isso eu nunca mais  veja o Ross.
__Esse é o endereço.
__Muito obrigado assistente.
E sai, graças a Deus, mas agora eu queria chorar, eu preciso sair daqui.
Corro para o banheiro feminino e tranco, nem verifico se tem alguém aqui e já começo a chorar, merda, porque eu estou chorando?
Luana..
Que saco, porque eu estou sofrendo? Isso não é justo, porque eu tenho que sofrer? Eu não devia ter esses sentimentos, não devia.
Não vou chorar, de jeito nenhum, porque eu odeio o Ross e não o contrário.
Limpo as lágrimas rápido e mais delicado possível, e ao bom Deus não borrei a maquiagem.
Tem uma fila enorme de mulheres esperando do lado de fora quando saio, pelo jeito parei o trânsito, que pena, aqueles olhares eram bem assustadores.
Quando volto a mesa só havia o Ross lá em pé parado como uma árvore velha, tinha na mão uma taça de vinho, e na outra o que parecia um celular.
__Oi senhor Ross.
Ele me olha tão frio que recuo.
__Oi Luana.
Putz, isso não me cheirava bem.
__Tudo bem?
Ele vira o celular na minha direção, e é meu celular, que horror, ele estava xeretando minhas mensagens?
__Não está nada bem.
__Não?
__Não para você.
Engulo em seco, aquilo era uma ameaça?
__O que eu fiz?
Será que a Carla falou pra ele que eu passei o endereço? Ferrou.
__Tudo.
__O q..__mas paro quando ele pega meu braço e sai me puxando, caramba como dói seu aperto.
__Ei Otávio, você está me machucando.
__Eu só estou aquecendo.
O que? Isso definitivamente era uma ameaça.
__Para você está me machucando.
__Cala boca Luana.
Estremeço, é hoje que a cobra vai fumar.
__Se você não me soltar, eu vou gritar.
__Não vai mesmo.
Entramos no banheiro masculino e ele tranca a porta depois de verificar os sanitários, e claro, para e fica na minha frente,  intimidando.
__O que foi Otávio?
__Isso é o que foi.__e quase esfrega o celular na minha cara, aproveito a deixa e tomo o celular da mão dele.
__Quem te deu o direito de ler minhas mensagens? Hein?
__Cala boca e me responde.
__Responde você primeiro seu traste.
__Caramba Luana, porque você sempre tem que me desafiar?
Me apoio na bancada de mármore preto.
__Porque você é tão irritante?
__Porque você precisa ser assim?
Fecho os olhos, o clima estava ficando tenso aqui, e se ele me batesse?
__Não sei.
Sua mão segura minha nuca e sua testa se apoio na minha, olho no olho, se eu morrer de infarte vocês já sabem de quem é a culpa.
__O que você está fazendo comigo?
E pela primeira vez vejo humildade em seu olhar, humildade e um sentimento nebuloso.
__Eu não sei. Eu só não posso continuar com isso Ross.
Ele fecha os olhos, acho que vai se afastar, que bom, eu estou sentindo que essa será a última vez que eu vou sentir seu toque.
Mas claro, me engano, ele me beija, fico tão chocada, que não consigo me mexer, seu beijo é  gentil, quase carinhoso, suas mãos acariciam minhas costas enquanto seu beijo se torna exigente e urgente, retribuo com tudo o que tenho, meus dedos bagunçam seu cabelo, minha mão desliza pelo seu peito até chegar a linha forte do maxilar, sua barba arranha minha mão como antes eu quis sentir e era do jeito que eu imaginava, macia e rude, como brocolis coberto de chocolate. Seus lábios deixam os meus e se dirigem ao meu ouvido.
__O que você está fazendo comigo?__sussurra com a voz rouca,e beija abaixo da mandíbula me fazendo arrepiar.
Acho que eu devia me fazer essa pergunta.
O que eu estou fazendo comigo?
Beijando um cara comprometido no banheiro, como uma qualquer, o que raios eu estou fazendo? Isso é tudo o que eu quero evitar, isso só vai me levar pro poço.
Pro poço..
Como minha mãe previu.
__Ross?__aquela voz era minha?
Ele me abraça forte, acho que ele vai me esmagar.
__Me solta__e me afasto, ele solta um gemido de protesto mas eu só quero sair,e ir pra casa.
__Luana por favor....
Sua frase é interrompida quando minha mão voa para a sua cara, de início minha mão doi depois relaxa, só vejo seu rosto virar com o impacto.
Depois ele me olha chocado, ótimo consegui chocar o cara.
__Porque fez isso?
__Porque você é um tarado.
Ele se apoia na parede rígido.
__Um tarado?
__Não devia me forçar a beija-lo.
__Te forçar?
__É, me forçar, da última vez eu vou denunciar você por assédio.
Ele arruma a gravata torta, nem me pergunte como ela foi parar assim.
__Acho que não foi assédio o que houve aqui, até porque nós dois queríamos.
Solto uma risada nervosa.
__Não queria não, estou te avisando Ross.
E saio deixando ele pra trás totalmente atordoado, eu tinha que colocar um freio nesta situação, se não ela iria sair do controle. E pior, ele era noivo daquela cascavel, eram um par perfeito, uma cascavel para outra cascavel.
Aiii que raiva.
Pego minhas coisas que na verdade é só minha pequena bolsa e vazo fora daquela festa, o Ross que agendasse suas malditas visitas, no embalo tiro aqueles saltos irritantes e começo a andar descalços pela rua, e para completar o que acontece? Isso mesmo começa a chover.
__Que ótimo, estraguei o bendito vestido novo.
Ainda bem que não tem ninguém na rua se não eu seria enternada em um hospício, devo estar parecendo uma maluca mesmo.
Aproveito a chuva e deixo as gostas camuflar minhas lágrimas, sinceramente não entendo o que está acontecendo comigo, já é a segunda vez que choro hoje por um motivo aparentemente desconhecido.
E de repente um carro para ao meu lado.
Oh não eles vão me raptar, começo a correr e o carro me segue, eu tinha que sair sozinha mesmo, agora esse será meu fim.
Que beleza.
______________________________________________________________________________

Luana.Where stories live. Discover now