III

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[Por favor, leiam a nota final, é importante!!!]

Calum

Tento mover-me para o outro lado mas as dores no corpo não me dão liberdade. Ao abrir os olhos noto que um véu de desloque jaz sobre eles, impedindo-me de distinguir o que me rodeia.
"Calum?" Conheço esta voz. Pertence à Mali. Ela chama pelo meu nome, mas a sua voz parece estar a milhas de distância. "Calum? Consegues ouvir-me?"
Pelo canto do olho vejo que uma silhueta de cores quentes se aproxima e paira sobre a minha testa. É Mali. Quero responder-lhe, mas as palavras congelam-se-me na língua.
Mali sai a correr e, quando volta, a minha visão está como nova.
Com ela traz uma rapariga jovem e bonita, que veste uma bata branca e tem o cabelo apanhado. É uma enfermeira. Aproxima-se, segurando uma pequena lanterna entre os dedos que me direciona para cada íris. Sinto o olhar queimado pela luz próxima e intensa, e começo a lacrimejar.
"É uma reação normal, Calum." Declara a enfermeira quando levo a mão aos olhos e os massajo. Surpreende-me o facto de me tratar pelo primeiro nome e não pelo apelido. Não deve ser muito mais velha do que eu. "Talvez o médico lhe dê alta amanhã, mas por esta noite terá de permanecer aqui no hospital."
"Pode chamar os meus pais?" Sussurra a Mali para a enfermeira, que me fita intensamente. Esta assenta com a cabeça e, antes de sair, lança-me um sorriso provocador coberto numa camada de batom vermelho. Estará a atirar-se a mim?
"Calum, lembras-te de alguma coisa?" Mali senta-se à minha beira e entrelaça os seus dedos e delicados no meu cabelo, afagando-o.
É a primeira vez que a minha voz se impõe. "Não muito." Sinto a garganta ressequida e inflamada. "Apenas me lembro de apanhar o autocarro junto ao trabalho para voltar a casa... O que aconteceu? Porque é que eu estou aqui?"
A mão da Mali desliza para baixo e descansa sobre a minha e o seu rosto exibe uma expressão pesada. Ela respira fundo. "O autocarro em que estavas chocou contra uma camião que trazia material inflamável... Houve uma grande explosão. Tudo isto aconteceu na rua paralela à rua da empresa do pai." Mali coloca a língua entre os lábios, humedecendo-os. "Tu foste um dos poucos sobreviventes."
Ao calar-se, Mali desloca o olhar para baixo e o seu corpo acompanha o movimento. A sua voz foi-se tornando cada vez mais baixa, até finalizar num sussurro.
Eu conheço isto. Esta atitude. Olhar rebaixado, ombros caídos, voz enfraquecida.
"Mali" Digo, num tom assertivo. "O que é que me estás a esconder?"
"Calum, meu querido filho!" A minha mãe, acompanhada pelo meu pai, irrompe pelo quarto e deixa que a sua carteira caia no chão, despreocupada. Corre na minha direção de braços abertos e abraça-me, moldando-me a cara. Sinto-me desconfortável com esse gesto. O meu pai copia os seus movimentos, no entanto com um pouco mais de cautela e contenção. Por mais que queira responder às sucessivas perguntas da minha mãe, o meu pensamento está preso à Mali e no que ela tem para me dizer.
"Mãe" A sua voz silenceia-se e os seus olhos fixam os meus, confusa. "A Mali quer dizer-me algo, não é Mali?"
Fito a minha irmã. Apesar de me ouvir falar-lhe, não arrisca em dar-me atenção. Em vez disso, enlaça as suas mãos vezes e vezes sem conta. O nervosismo está a tomar-lhe o controlo e Mali só reage assim quando está prestes a noticiar uma tragédia.
"Encontraram um corpo." As suas íris cor de mel fitam-me, por fim. Noto que as suas pálpebras transbordam de água. "Estava praticamente todo queimado e quase não o conseguiram reconhecer." Uma lágrima escorrega e atravessa as suas maçãs rosadas. "Era o Luke. O Luke morreu na explosão."

Por favor não me matem :(
Sim eu matei o Luke. EU MATEI O LUKE. Mas teve que ser. Eu adoro tragédias e esta ideia surgiu à última da hora, acho que vai adicionar muito mais emoção à história!
O que acharam deste pdv do Calum? Gostaram? Acham que ele e a Kelsey se vão cruzar? Hmmmmmm talvez descubram se continuarem a ler!
Não se esqueçam de votar e comentar, mesmo que não gostem digam, eu esforço-me e só assim vocês me podem ajudar a melhorar! VOCÊS são a minha inspiração!

Por último gostaria de vos chamar à atenção para uma das melhores histórias que estou a ler e que é escrita pela maravilhosa @barakute QUE EU TIVE A OPORTUNIDADE DE CONHECER PESSOALMENTE NO CONCERTO DOS 5SOS NO DIA 4 DE MAIO (i luv u bitch) chamada Human Canvas. Apesar de ser em inglês não é muito difícil de entender, eu apaixonei-me logo no primeiro capítulo pela personagem principal e pelo enredo. Recomendo a 100%, por isso toca a virar as páginas!

deathbed » c.h. au [EM PORTUGUÊS]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora