Capítulo 59 - A busca pela felicidade.

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No apartamento, Nicolas parecia maravilhado, apesar de ter sido educado para não admirar uma pessoa em particular, mas sim a elogiar boas ações, assistia a todos os discursos de Biko e não pode conter uma frase ao vê-lo:

__Quero ser igual ao senhor quando crescer!

Em vez de repreendê-lo por demonstrar um objetivo individualista em seu futuro, Biko sorriu tentando afastar a sua própria angústia, tal como se pensasse "Eu aposto que não seria uma boa ideia".

Mas, logo olhou para Rachel assustado e indagou:

__Como se pode ser feliz?

Ela franziu a testa, com um olhar indagativo e ele prosseguiu:

__Se quisermos não sofrermos uma intervenção compulsória, teremos que ser felizes...

Seu rosto parecia confuso, enquanto ela esboçava um sorriso contido, ele continuava sério sem entender o espanto da psicóloga:

__Por favor, Rachel, você tem que fazer de mim um primata... um humano feliz...

Ela suspirou preocupada e respondeu olhando fixamente para o engenheiro:

__Você está bem, Biko?

Ele engoliu a seco e olhou para a sala bagunçada com um olhar perdido, tentando buscar um modo rápido para ser feliz e pediu para aquela mulher em tom de súplica:

__Rachel, por favor, é sério... O sistema que os novos estrangeiros utilizam para embasar suas ações é a Grande Rede, ela é baseada em um algoritmo bem simples, parecido como método de Newton para se encontrar o ponto de máximo valor de uma função...

Ela lhe interrompeu segurando a sua mão e dizendo novamente preocupada:

__Por favor, você tem que descansar um pouco. Eu vou fazer um café, que tal?

O semblante de Biko pareceu instantaneamente desapontado, mas Nicolas entrou na conversa:

__Senhor Biko, podemos jogar bola...

Ele sorriu mostrando-se receptivo a ideia, enquanto Rachel pensava nos objetos frágeis da sala, mas logo deu de ombros, pois nada daquilo parecia mais fazer sentido, nem os objetos, já que provavelmente não receberia mais visitas naquele apartamento:

__Excelente ideia, filho!

E se deslocando em direção a cozinha, respirou profundamente, tomou coragem e jogou seu vaso preferido, havia ganhado de presente de sua avó, tal teria costado milhares de euros. Diante do impacto e dos cacos de porcelana que se espalhavam no chão, ela apenas disse olhando para os dois:

__Agora podem quebrar o que quiserem...

Sorriu e foi fazer o café, enquanto escutava novos barulhos de objetos se estilhaçando e suspirava contendo um sentimento de preocupação que vinha do fundo de sua cabeça. Após fazer o café também tentou jogar bola e todos pareciam se divertir, sem se importarem com o mundo exterior e com os cacos de vidro e porcelana que se espalhavam pela sala. Depois foram comer, Biko tentou conter sua perplexidade ao ver Rachel comer um pedaço de presunto. Mas, logo, vendo o incômodo do novo estrangeiro, Rachel foi até o armário e abrindo uma porta na parte superior do mesmo, mostrou uma garrafa de vinho e duas taças, Nicolas pedira para tomar também, Rachel pensou na legislação francesa e logo em seguida riu sozinha, já que não havia mais estado e a própria França deixara de existir como país, então pegou mais uma taça.

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