Entregando-Me

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É com imenso prazer que publico o primeiro capítulo de Entregando-Me.
Quando comecei a escrever eu tive dúvidas se minha história agradaria ou não, mas ainda assim decidi arriscar, afinal, todos os escritores devem pensar o mesmo. Eu peço que comentem, por favor, eu só saberei que vocês estão gostando se me mostrarem. Vocês são a minha motivação pra postar. Ao elenco, eu deixo os personagens secundários na imaginação de vocês, mas Victoria Cooper é Amber Heard. Xx.

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— Vicki, acorda! Você tá atrasada e eu tô atrasada porque você não acorda. Acorda!

Sabe aquela sensação de você está flutuando no sonho? Tudo parece tão bom, tão leve e ai você é puxada para baixo até entrar literalmente no inferno? É. Isso que eu sentia enquanto acordava. Assim que abri os olhos, e vi em câmera lenta a água descendo do balde, eu sabia que estava mesmo no inferno.

— Sua cadela! Eu vou te matar! — termino de resmungar, e levanto correndo atrás de Mia, mas é tarde demais.

— CAMILA COOPER! — grito para as paredes e decido tomar banho, já que por livre e espontânea pressão eu fui acordada com um balde de água gelada.

Saio andando para o meu quarto, ligo o chuveiro, tiro a camisola e me sinto flutuando novamente quando a água quente escorre pelo meu corpo. Volto para o quarto, seco os cabelos, e enquanto coloco a calcinha e o sutiã, envio uma mensagem para Mia.

Vai ter volta cadela. Compre um café pra mim, tô a caminho. Bj.

Coloco uma calça de moletom cinza, a blusa do teatro, meu all star, um pouco de corretivo, blush e vou em direção ao ensaio. Eu mencionei como comecei a atuar? Não? Perdoem-me.

Cinco anos antes...

— Vamos, Vicki, olha você não precisa nem fazer o teste, é só me acompanhar! Você sabe que é meu amuleto da sorte.

Minha irmã vem me importunando para eu acompanhá-la, pois de acordo com ela, eu dou sorte – ou merda como dizem os atores. Desde sempre ela quis ser atriz, já perdi as contas de quantos testes acompanhei e de quantos "Ei, você é atriz?" eu já ouvi. Sempre acompanhando minha irmã, os diretores achavam que eu também deveria participar, eles alegavam que eu tinha um ótimo perfil. Loira, olhos azuis, uma altura boa e magra, mas com minhas curvas no lugar. Eu nunca quis realmente participar, até hoje.

— Tá bem, Mia. Eu vou, mas você paga o almoço.

Ela pula, me abraça e sai disparada em direção ao carro.

Chegamos a Santa Teresa, meia hora depois e os testes ainda não começaram. Peço para Mia ir à frente enquanto estaciono o carro. Assim que saio, encontro minha irmã sentada esperando ansiosamente ser chamada para o teste.