Capítulo 4

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Daniel Carter

Não consigo acreditar na mensagem que Clara me mandou. Pisco uma, duas, três vezes e nada daquela porcaria apagar, realmente era o que eu estava lendo.

"Ei, tô precisando conversar contigo é mais um convite pra te fazer. Não sei se tua namorada já contou; Enfim, me liga quando puder e felicidades ;*"

E eu que ainda tinha esperança daquilo ter sido apenas um pesadelo, mas infelizmente não era. Jenna já se achava minha namorada. NAMORADA. Não pensem que eu sou averso a essa coisa de amor e romance, eu até sou romântico no final das contas, mas com Jenna era só uma curtição, ela é bonita, inteligente, tem um bom papo, mas p***a, eu não quero ficar preso a ela, principalmente agora que tenho outras prioridades como terminar o colégio e prestar o vestibular pra Direito. Jenna nem se quer entrou na lista de "coisas pra fazer no último ano", foi apenas uma olhadinha, uns beijinhos e só.

Sou um idiota mesmo, mil vezes idiota. Fiquei pensando se respondia ou não essa mensagem. Não sei porque tenho esse receio, Clar e Jen são amigas, não tenho nada com a Clara, não significa que eu nunca tenha tentado, até brinco e solto umas indiretas, mas nunca tive resultado. Acabei me contentando com a boa amizade que construímos. Não sei porque fiquei tão nervoso com essa mensagem. Respirei fundo e cliquei para responder.

D: "Vamos na pizzaria hoje a noite? Aí podemos conversar. Ah, obg."

C: "Só nós dois? "

D: "Isso, algum problema? ;)"

C: "Nenhum, nos vemos mais tarde então. bj :D"

Dei um sorriso para a resposta e guardei o celular. Passei a tarde irritando minha irmãzinha, ela é uma peste, mas sou completamente apaixonado por essa pentelha. Brincamos com Ted, nosso labrador, jogamos vídeo game e até fui obrigado a brincar de Barbie, fim dos tempos mesmo.

— Dan, não é assim. — Catherine fala pela centésima vez. — Primeiro você precisa mudar a roupa, ela não pode dormir de salto. Não vou repetir! — Revirei os olhos e fiz o que Cat disse, dei uma olhada no relógio do celular. 19:00.

— Depois brinco mais, tá bom? Agora o mano precisa sair. — joguei a boneca no chão e dei um fungada no pescoço de Cat a fazendo rir, mas logo fez bico quando me viu subindo as escadas.

Catherine ficou muito depende de mim, há 5 anos quando ela ainda tinha 1 ano nosso pai foi assassinado, então fui praticamente um pai pra ela, afinal fui a única figura masculina presente durante sua criação. Cat é tudo pra mim, é meu porto seguro, meu anjo. Faço tudo que posso e o que não posso para agradá-la, até brinco de Barbie, vocês são testemunhas disso.

Não lembro de ter combinado uma hora com Clara, mas a noite só começa depois das 20:00, pelo menos pra mim. Peguei a chave do carro com pressa e desci correndo em direção a porta.

— Aonde o mocinho pensa que vai? — Foi o que eu ouvi minha mão dizer antes de bater a porta e sair.

***

Estava sentado na mesa do canto numa pizzaria bem movimentada da cidade. Alguns minutos depois enquanto estava distraído mexendo no celular, vi alguém sentar na cadeira a minha frente, levantei os olhos e a vi me encarando com um enorme sorriso nos lábios. 


Clara Bennet

Falei ao meu pai que sairia com uns amigos do colégio, apenas pra matar a saudade já que estamos há uma semana de férias e hoje era domingo, ou seja, nada pra fazer em casa. Ele por fim concordou, mas não esqueceu de estipular um horário de volta. Eu até compraria uma briga sobre minha liberdade, sobre como sou confiável, mas resolvi aceitar, afinal, não poderia correr o risco de cancelar minha festa no próximo fim de semana.

Aqueles OlhosWhere stories live. Discover now