Capítulo 11

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Claire Bennet

          Sabe aquela frase que todos falam quando estão vivenciando um bom momento? Aquela "o mundo poderia acabar agora, pois eu morreria feliz", então, ela não se encaixaria com esse momento, não mesmo, pois eu ficaria extremamente irritada se alguém me interrompesse. Finalmente eu podia beijar Daniel sem culpa, sem medo e com a consciência limpíssima.

          Eu sabia que após o fim de semana Daniel estaria livre de Jenna e como eu sabia disso? Bem, na sexta-feira, após a aula de educação física onde por uma triste decisão da diretoria meninos e meninas faziam a aula juntos, ela arrastou-me para fora do ginásio e me contou que precisava tomar uma grande decisão, fez inúmeras perguntas sobre o que era melhor pra ela diante algumas situações, se deveria continuar com o certo ou dar uma chance ao improvável, é óbvio que eu não entendi do que se tratava, mesmo assim disse o que todo mundo diz "faça o que você tem vontade". E foi o que ela fez.

          Aos poucos eu fui percebendo que aquilo estava relacionado ao Chris, até um cego conseguia ver o quanto eles estavam próximos, mas fiz-me de cega várias vezes, pois eu não conseguia entender como Jenna fora capaz de tamanho absurdo. Tanto tempo e tanto esforço pra jogar tudo pra o alto dessa maneira.

          Eu poderia abrir minha bendita boca e falar tudo pra Daniel, mas não seria justo com ninguém, até por que aquilo não era problema meu. Entretanto torci para que as coisas acontecessem naturalmente – lê-se quando Jenna quisesse – e para minha surpresa não demorou muito.

          Daniel roçou seu nariz no meu com uma suavidade inexplicável, aquele carinho fez minhas bochechas queimarem e quando me dei conta já estava soltando gargalhadas com direito a mão na testa, inclusive. Não que aquilo fosse engraçado, mas foi algo que eu não pude evitar. Ele me olhava com o cenho franzido e eu até conseguia ler o letreiro luminoso em minha testa "sou louca mesmo".

          — O beijo foi tão ruim assim? Não mereço um carinho? — Ele finalmente quebrou o momento constrangedor. Respirei fundo umas duas vezes tentando me acalmar enquanto sentia seu olhar curioso sobre mim.

          — Me desculpe — Meus lábios continuavam contraídos em um sorriso largo — Na verdade... queria te bater — segurei a gargalhada que pairava em minha garganta. — Só não sei se é por me beijar nessa circunstância ou por ter esperado tanto tempo pra esse fim.

          — Nessa circunstância? — ele juntou as sobrancelhas, mas sua expressão continuava divertida.

          — Quem diria, Daniel Carter solteiro. — Passei a mão trêmula na cabeça tentando – sem sucesso – arrumar a bagunça que estava o meu cabelo.

          — Você já sabia, né? É Claro, por isso você deixou que eu te beijasse. — ele soltou uma risada fraca e aproximou seu rosto do meu — Sinto te informar, mas mesmo se eu estivesse namorado, hoje você não me escaparia.

          Tentei rir, mas o choque dos lábios de Daniel nos meus me interrompeu deliciosamente. Passamos alguns minutos dentro do carro conversando e trocando carinhos. Eu sabia que ele amava enrolar seus dedos em meu cabelo, amava o rubor da minha bochecha quando dizia coisas mais intensas, amava quando eu explodia de rir com suas piadas, mas só agora eu tinha certeza de que ele esperou por esse momento tanto quanto eu esperei e eu sabia de tudo isso por que era o que ele sussurrava enquanto mordia o lóbulo da minha orelha.

          Cheguei em casa com uma perspectiva totalmente diferente do meu futuro. Talvez fosse cedo demais pra pensar numa possibilidade, mas imaginar é de graça, não é? Na verdade eu não sei o que tinha sido alterado – além de Daniel finalmente solteiro – em minha vida, mas definitivamente eu estava mais feliz, tão mais feliz que por um segundo pude imaginar Daniel no meu futuro.

Aqueles OlhosWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu