022

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Uma semana depois, um momento raro aconteceu naquela cidade. Tudo estava em paz. Mesmo que durasse pouco tempo, era um momento único. Os noticiários davam apenas boas notícias, não foi registrado nenhum caso de assalto ou algo do tipo.

Dulce estava na casa de Christopher . Sentada no colo dele, ambos admiravam a vista que a favela tinha da cidade.

- Como eu amo o Rio de Janeiro. - Suspirou Dulce, fixando seus olhos em cada detalhe da cidade, enquanto mexia no cabelo de Christopher .

- É uma das cidades mais linda do mundo. - Christopher disse.

Caio, estava sentado, de vela perto do casal. Revirava os olhos a cada palavra que Dulce dizia, num sentido de desprezo.

- Pois é. Se é tão linda, eu não sei porquê tem gente que sisma de vir aqui. - Caio lançou uma indireta direta à Dulce. Que rapidamente, sem raciocinar muito, entendeu que o recado era para ela.

- Eu também não sei porquê tem gente que se mete onde não foi chamado. - Dulce, dura, respondeu a indireta dele.

- VOCÊ ESTÁ FALANDO COMIGO, PATRICINHA? - Caio berrou, se aproximando de Dulce, fazendo-a se assustar.

- Ei, Caio. Ficou louco ou o que? - Disse Christopher , segurando o amigo. - Quem fala o que quer, ouve o que não quer.

- Você vai mesmo deixar essa burguesa me ofender? - Indignado, Caio perguntou.

- Em primeiro lugar, ela não te ofendeu. E em segundo, você começou.

Dulce respirou fundo e se levantou. Ficou na frente de Caio, e disse:

- Caio, me desculpa.

- Desculpo o cacete, não fala mais comigo daquele jeito ou então... - Caio estava prestes a ameaçar Dulce

- Ou então? - Christopher disse, bravo. - Ou então o que, Caio? O que vai fazer se ela continuar a falar assim contigo?

Caio pensou em várias respostas, porém prefiriu calar a boca. E fez o certo. Ele pegou sua pistola, e saiu dali.

Christopher se desculpou com Dulce, e passou o resto da tarde com ela. Os dois andaram pela comunidade, e Christopher mostrou cada ponto a ela.

Na residencia dos pais de Dulce, eles pareciam estar preocupados com as saídas da filha.

- Ela odiava sair, e agora quase não para em casa. - Dizia Blanca.

- Ela deve apenas estar saindo com alguns amigos... coisa de jovens, você sabe como é.

- É... - Blanca suspirou. - Pode ser isso.

- Ou então, ela está apaixonada. - Disse Mateus.

- Apaixonada? - Fernando perguntou, surpreso.

- Sim, pai. Ela é mulher, mulher se apaixona rápido.

Fernando suspirou e imaginou sua filha apaixonada. Um dia, teria que aceitar o fato que sua garotinha havia crescido, e estava entrando na fase adulta. Os amores iriam vir, e ir... como as ondas do oceano. Pensou no dia que ela traria o namorado em casa. Imaginou um rapaz direito, cursando Medicina na melhor Faculdade da cidade.

Dulce chegou em casa e ouviu essa conversa. Os pais estavam falando sobre a suposta paixonite de Dulce . Ela se aproximou deles, meio sem jeito, como se eles tivessem descobrido toda a verdade e pensou bem. Iria contar sobre ela e Christopher . E não se importava se o pai e a mãe aceitariam ou não. Ela amava ele, e faria de tudo para permanecer ao seu lado.

- Oi pai, oi mãe. - Ela se aproximou, beijando a face de cada um deles.

- Oi filha. - Blanca disse sorrindo.

- Tudo bom, princesa? - Seu pai perguntou.

- Tudo sim... Eu queria falar com vocês. Têm tempo?

- Claro... o que quer nos falar?

- Bom, mãe... pai... eu preciso ser sincera com vocês e não vou me importar se suas palavras sairem negativamentes.

Mateus, que até então estava concentrado no seu smartphone, olhou para a irmã e franziu as sobrancelhas. Ele sabia do que ela falava mas não acreditou quando ela estava prestes a contar.

𝑨𝒎𝒐𝒓 𝒃𝒍𝒊𝒏𝒅𝒂𝒅𝒐Onde as histórias ganham vida. Descobre agora