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Já estava anoitecendo, Dulce e Maite estavam no quarto totalmente entediadas. Maite sabia que quando Dulce estava no tédio, ela topava qualquer coisa. Então foi o momento de agir.

- Dul... - Maite disse, olhando pro celular, deitada de bruços.

- Sim? - Dulce perguntou.

- Vamos num...lugar?

- Que lugar, Maite?

- Hmmm...num baile funk!

Dulce arregalou os olhos e quase se engasgou com o refrigerante que bebia. Não acreditou que tinha ouvido aquilo.

- Baile funk? Você disse baile funk? - Dulce olhou várias vezes para Maite para ter certeza do que tinha ouvido.

- Sim! É legal... eu fugi uma vez e fui.

Dulce se levantou e ficou na frente de Maite.

- Pode me dizer o que tem de legal nisso? Só tem... armas... funk... coisas assim.

- Ah Dulce! Eu estou te chamando pra se aventurar uma noite. Uma noite. É só isso. - Maite tentava convencer a amiga.

- Hummm, não sei não. Pode ser perigoso demais. Meus pais não estão em casa e o Mateus vai ficar sozinho.

- Ah. - Maite fez cara de desaprovação. - Pelo amor de Deus né, Dulce... Seu irmão tem 15 anos. 15! Ele já sabe muito bem se cuidar.

- É... isso é. Mas... ai.. Mai.

Maite sacudiu a a amiga.

- Vaaaaaaaai, Dulce por favor.

Dulce pensou bem, pensou mais e mais, respirou fundo e olhou para amiga.

- Tudo bem, vamos nos vestir. - Sorriu.

A produção de Maite e Dulce durou uma hora. Dulce temia em dizer que iam se atrasar, porém a amiga dizia que esses bailes sempre começavam tardes. Sem mais demora, as duas já estavam prontas.

- Você está pronta? - Maite perguntou.

- Sim, e você?

- Também. Vamos logo...

Mateus estava sentado assistindo seriados. Dulce e Maite passaram por ele, que perguntou.

- Onde vocês vão?

- Na casa de uma amiga nossa. - Maite disse puxando Dulce para não deixar ela responder.

Saindo do prédio, ambas pegaram um táxi e seguiram em direção ao morro. Do começo do morro, já dava para ouvir a música alta e ver várias pessoas caminhando em direção ao baile da noite. Dulce pensou em recuar, porém Maite a convenceu de ficar e aproveitar. E garantiu que nada de mal aconteceria.

Ao chegarem no baile, os moradores olharam para as meninas que ficavam sem jeito pois não entendiam que tipo de olhares eram aqueles. Era um olhar meio "Por que elas estão aqui?". De cara, dava para perceber que eram meninas finas, estavam com um perfume caríssimo, roupas super estilosas e cheias de brilho, e sapatos de grife.

Ao mesmo tempo que não entendiam os olhares, também não se importavam nenhum pouco.

- Aiii, quanta escada! Finalmente chegamos.

- Dulce... - Maite riu. - Pare de drama! Olha, chegamos bem no começo.

- Pois é... - Dulce olhou em volta.

- Vem, vamos dançar.

Maite a puxou para pista de dança que já estava cheia, e as duas foram levadas pelo rítimo da música que tocava. Nenhuma nem outra se importava se era funk. Só queriam saber de dançar e curtir a noite. Pegaram bebidas mas tudo com moderação.

Chris, Caio, Guto e outros traficantes chegaram juntos ao baile.

- Tá tudo bem bonito... - Christopher olhou em volta e logo se sentou.

Os garotos pegaram uma bebida e olharam o local.

- Hey, olha só quantas meninas. - Guto disse.

- Éééé, muitas... - Caio riu.

Como Chris era um jovem bonito, vivia rodeado de garotas que queriam tentar ter alguma coisa com ele. Ele adorava, óbvio, porém não queria nada sério com ninguém até encontrar "A Pessoa". Christopher se levantou e colocou a pistola no bolso da bermuda. Pegou outra bebida e saiu andando pela festa. Como a festa estava muito lotada, todo mundo se chocava com todo mundo. Foi o momento que Christopher tentou correr, que ele esbarrou com Dulce que se desequilibrou e caiu em seus braços. Os olhares foram inevitáveis.

Dulce sentiu um frio na barriga, e Christopher não conseguia parar de olhar pra ela. Era a menina mais linda que ele já tinha visto. Dulce também se impressionou com a beleza de Christopher e nem estava brava por quase ter sido derrubada.

- Ahm... me desculpa, moça... - Chris disse super sem jeito.

- Que isso! A culpa foi minha. - Dulce disse.

Christopher olhava nos olhos de Dulce e não conseguia lembrar dela em bailes anteriores.

- Você se machucou? - Christopher quis saber.

- Não... eu estou bem.

- Que bom.

Christopher fez um gesto e se afastou. Dulce o seguiu com olhar e pensou: "Meu Deus! Que homem lindo."
Ele a olhava de longe e se perguntava quem era aquela menina. Pensou como foi burro em não perguntar o nome dela. O que ambos sentiram, foi amor a primeira vista.

𝑨𝒎𝒐𝒓 𝒃𝒍𝒊𝒏𝒅𝒂𝒅𝒐Onde as histórias ganham vida. Descobre agora