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Capítulo revisado✔️

Narrador

Quem diria, não?! Encarando a grande porta de madeira que era pintada de branco, diante a igreja matriz, estava ela, preparando-se para entrar, enquanto em sua mente formavam-se inúmeras ideias de como poderia sair dessa. Poderia ela mesma protestar contra o próprio casamento? Não, afinal, pagaria um mico enorme, com toda a certeza! Mas e se dissesse não?! Completamente fora de cogitação, ela pensou, mas que ideia boba! Porém, fingir um desmaio também não era uma opção, certamente. Robert, enlaçou um braço com o da filha, que tremia de nervoso.

"Fica calma, querida!" ele estava preocupado, e com razão, já que a garota conseguiu ficar ainda mais pálida, quase sumindo no vestido, de tão branca! Mas ela não respondeu o pai. Faltavam palavras para isso, além de o gelo que ela estava dando nele, desde que toda essa história de casamento começou. Ou seria pesadelo?!

Os padrinhos do casamento começaram a entrar. Alguns ela sequer conhecia, já que eram amigos, e primos de Christopher, e dali ela só reconhecia suas três irmãs, e dois primos mais próximos. Quando finalmente entraram todos, começou a tocar a marcha nupcial, o que era sua deixa, quer dizer, é claro que depois das daminhas, que eram adoráveis! Claro que Laisa estava ali no meio, como porta alianças. Lisa e seu pai seguiam logo atrás. Os olhos de todos os convidados a encaravam, encantados tanto com a beleza do vestido, quanto com a da própria Lisa, que tinha uma aparência bem exótica, levando em conta que a família de Christopher era, em sua maioria, vinda do Brasil, o que tornava-a um pouco diferente, já que esta puxava mais ao pai, que era britânico. Pelo que ela ouvira, seus pais conheceram-se ainda na adolescência, quando sua mãe, Isabella, passou uma temporada em Londres. Eles se apaixonaram, e quando ela voltou, seu pai se mudou junto, sem nem pensar direito. Dois anos depois estavam casados, e com a primeira filha, Larissa, que tinha apenas um ano, quando sua mãe engravidou de Lydia e Laís, que são gêmeas idênticas. Três anos depois, Lisa nasceu, e surpreendentemente, foi a única que puxou mais ao pai.

Só agora, a noiva havia percebido que estava a passos do altar. Sua mente estava longe, e só voltou para o tempo e espaço corretos, quando sua mão foi colocada na de Christopher.

"Noivos caríssimos, viestes à casa da Igreja para que o vosso propósito de contrair Matrimónio seja firmado com o sagrado selo de Deus, perante o ministro da Igreja e na presença da comunidade cristã.
Cristo vai abençoar o vosso amor conjugal. Ele, que já vos consagrou pelo santo Baptismo, vai agora dotar vos e fortalecer-vos com a graça especial de um novo Sacramento para poderdes assumir o dever de mútua e perpétua fidelidade e as demais obrigações do Matrimónio. Diante da Igreja, vou, pois, interrogar-vos sobre as vossas disposições." começou o sacerdote. A mão de Lisa soava demasiadamente, junto a de Christopher. Ela estava com um sorriso enorme, igualmente a ele, apesar de preferirem estar em qualquer lugar que não fosse ali.

"Christopher Delancour e Lisa Somers viestes aqui para celebrar o vosso Matrimónio. É de vossa livre vontade e de todo o coração que pretendeis fazê-lo?" perguntou.

"Sim!" respondem em uníssono, mas tudo o que se pode pensar é não, não e NÃO! Definitivamente não!

"Vós que seguis o caminho do Matrimónio, estais decididos a amar-vos e a respeitar-vos, ao longo de toda a vossa vida?" retorquiu.

"Sim!" respondem juntos, novamente.

"Estais dispostos a receber amorosamente os filhos como dom de Deus e a educá-los segundo a lei de Cristo e da sua Igreja?"

"Sim!"

"Uma vez que é vosso propósito contrair o santo Matrimónio, uni as mãos direitas e manifestai o vosso consentimento na presença de Deus e da sua Igreja"

Unem as mãos direitas.

"Eu Christopher Delancour, recebo-te por minha esposa a ti Lisa Somers, e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida."

"Eu Lisa Somers, recebo-te por meu esposo a ti Christopher Delancour, e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida."

"Confirme o Senhor, benignamente, o consentimento que manifestastes perante a sua Igreja, e Se digne enriquecer-vos com a sua bênção. Não separe o homem o que Deus uniu." convidou os presentes ao louvor de Deus.

"Bendigamos ao Senhor."

"Graças a Deus!" respondem todos os convidados juntos.

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O contrato, de Lisa SomersWhere stories live. Discover now