- Acho que foi alguma coisa no gerador, não tenho certeza. - Eu olho uma última vez para dentro do banheiro antes de sair e fechar a porta por completo.

- Onde você estava? - O encaro, enquanto cainhamos pelo corredor em direção as escadas.

- Na cozinha. - Harry suspira e olha para o relógio em seu pulso. - Tenho que ir, tenha cuidado. - Ele fala e caminha com rapidez em direção a porta.

- No jornal disse que não podemos sair de casa após as 20:00h. - Me encosto na parede, no final da escadaria.

- Para tudo há uma exeção. - Ele endireita seu chapéu e sai, fechando a porta.

Bem, hoje não foi exatamente um dia normal. Primeiro minha mãe chega em casa daquele forma, depois o cara com nome de cachorro e agora a TV e o espelho.

Lembro-me de algo e vou até o telefone fixo, tirando-o do gancho e discando o número em seguida.

- Polícia de Bradford, como podemos ajudar? - fala a voz feminina do outro lado da linha.

- Bem... algumas semanas atrás um grupo de policiais esteve na minha casa e disse que eu deveria ligar caso acontecesse algo estranho. E acabaram de acontecer algumas coisas bizarras.

A mulher pede o endereço e fala que dentro de alguns minutos uma viatura chegará, e assim acontece.
Logo que o carro de luzes azuis e vermelhas para em frente à minha casa, os vizinhos abrem suas janelas para olhar, mas eu apenas os ignoro.

- O que houve? - Pergunta o policial que reconheci do circo.

- Tem algo que eu gostaria de mostrá-lo. - Dou passagem que eles entrem e os guio escada acima, até o banheiro.

Eles param assim que vêem a mensagem, olham para mim e em seguida falam algo no alk-talk.
Após tirarem algumas fotos do local, dirigem a atenção à mim.

Eles começam fazendo perguntas como; se tinha mais alguém em casa, se conheço alguém que poderia querer me assustar e outras coisas do gênero. Então trato de reponder cada uma delas com sinceridade.

- Vocês acham que pode ser o mesmo assassino de Holmes Chapel, sabe, que matou aquelas garotas? - Minha voz falha, culpa do nervosismo.

- Duvido muito. - O policial de frente para mim responde. - Ele é mais direto, não gosta de jogos, quando quer vai lá e pá pum. - Ele pate com as costas de uma mão na outra, fazendo um estalo.

- Pá pum? - Arregalo os olhos.

- É modo de falar. - Ele dar de ombros, colocando o bloquinho de anotações do bolso do uniforme.

- Mas o que vão fazer em relação ao espelho?

- Ficaremos de olho, pegaremos o engraçadinho que fez isso. - O senhor de olhos brilhantes sorri fraco, na tentativa de me tranquilizar.

- Obrigado. - Sorrio de volta.

Assim eles saem, trato de trancar todas as portas assim como foi recomendado, e respiro fundo, caminhando até a cozinha. Pego um copo e coloco um pouco de água, em seguida subo as escadas em direção ao meu quarto.

Deitada na cama, encaro o teto por longas horas até finalmente adormecer.

(...)

Acordo com o som do despertador ecoando pelo quarto, suspiro e levanto-me devagar. Vou em direção ao banheiro e tomo uma banho longo e relaxante, em seguida visto o uniforme da escola e pego minha mochila. A suspensão havia sido revogada, uma vez que estava próximo à época de provas.
Desçendo as escadas até o andar de baixo. Não há sinal dos meus pais ou Thomas, então bebo um copo de café, e tranco as portas indo em direção ao ponto onde esperaria o ônibus.

Assim que ele chega eu entro e procuro um lugar vago para sentar mas, por incrivél que pareça, não havia. Eu sinto alguém segurar meu pulso e quando olho para o lado, vejo Niall sorrindo e indicando um lugar ao seu lado.

- Oi, quanto tempo. - Ele fala sem graça, assim que me sento.

- Realmente, não nos falamos depois daquilo. - Assinto.

Um silêncio constrangedor se instala por alguns minutos, até que Niall pigarreia, antes de finalmente falar:

- Sobre aquilo, eu queria pedir desculpa. Eu acho que fui muito fraco. - Ele abaixa a cabeça.

- Não se desculpe, foi uma reação normal. - Tento animá-lo.

- Sabe, lá na Irlânda eu já vi muita coisa, mas não uma aranha daquelas. - Ele sorrir.

- Sim. - Sorrio ao lembrar de tudo. - Bem, então você é irlândes?

Assim vamos todo o caminho conversando. Niall me explica que teve que vim morar com seu irmão mais velho, porque seus pais não apoiavam seu sonho de ser músico e aqui na Inglaterraele esperava ter uma oportunidade em algum programa de calouros.

Ao chegar na escola passamos a maior parte do tempo juntos. Falo que ele pareçe um duende por ser irlândes, baixo e dançar bem e ele apenas gargalha, dizendo que já ouviu isso antes. Ele é uma ótima companhia e me faz esquecer o que tem acontecido ultimamente, espero que possamos continuar assim por muito tempo.

Não Abra A Porta Para Estranhos [H.S]Where stories live. Discover now