— Tenho aula — devolveu, sentindo as bochechas da cor de um tomate antes de sair às pressas, procurando o laboratório de poções.

Ainda sentia o sangue se acumular nas maçãs do rosto quando entrou no laboratório, vendo que Yeonjun já estava lá. Praguejou aos deuses, mas respirou fundo.

Soobin sentou-se na bancada, mas não ousou olhar na direção dele e nem o cumprimentar. Sentia as bochechas queimarem pela timidez e, quando lembrou-se do chupão que tinha em seu pescoço, quis correr.

Respirou fundo, tentando colocar os pensamentos em ordem. Estar tão perto dele depois do que havia ocorrido no dia anterior era estranho. Não estava acostumado a se sentir tão afoito, mas não conseguia evitar.

Lembrava-se vividamente dos lábios quentes em seu pescoço e da mão firme em sua nuca enquanto seu corpo era pressionado contra a parede. Sentia os olhos escarlates em si e tentou ignorar.

— Caralho — o sussurro falho foi ouvido. — Me desculpa por isso.

Finalmente, olhou em sua direção, vendo que as orbes famintas estavam pousadas em seu pescoço.

— Não consegui esconder essa merda — devolveu em tom rabugento, mas o indicador quente tocou o local sensível de maneira suave, o arrepiando.

Percebeu que não conseguia ter força o suficiente para afastá-lo e o irritava como gostava do toque estático.

— Que pena — falou, debochado.

Soobin ameaçou reclamar, mas a mão que o tocava envolveu sua nuca com firmeza e ele se aproximou perigosamente, enterrando o rosto em seu pescoço. Antes que conseguisse controlar as próprias reações, arfou, fechando os olhos suavemente. Sua destra pousou na coxa alheia, mas não o afastou.

Yeonjun passou o nariz pela derme pálida antes de esfregar os lábios suavemente pelo chupão. Estaria mentindo se dissesse que aquilo não alimentava seu ego. Era um instinto puramente possessivo, mas vê-lo exibir a marca daquela maneira o deixou quase orgulhoso.

— O que está... — a voz de Soobin sumiu quando sentiu a língua úmida em si, traçando devagar conforme respirava pesadamente contra a pele sensível. O arrepio gostoso subiu pela espinha e apertou a coxa farta, arfando.

Os dedos quentes acariciavam seu cabelo com cuidado, puxando-o para mais perto. Antes de se afastar por completo, deixou um beijo carinhoso no local, relaxando na cadeira ao olhar para ele, notando o estado afetado.

— Vai sumir em alguns minutos — avisou, passando o polegar pelo lábio inferior úmido.

Soobin piscou os olhos seguidas vezes antes de tentar pronunciar qualquer coisa. Sua mente tinha virado uma tela em branco e, aparentemente, esqueceu todas as palavras que conhecia.

— O quê? — indagou, confuso.

— Disse que não conseguiu esconder — lembrou, dando de ombros. — Mas eu sim, e vai desaparecer em alguns minutos.

— Como...

— Sou um vampiro, acha que vou matar qualquer pessoa que morder? — perguntou retoricamente.

— Precisa parar de fazer isso — pediu em um sussurro. Sentia-se aéreo.

O calor de Yeonjun ainda permanecia em sua pele e fazia com que revivesse cada mísero momento em que os lábios cheios estiveram em si. Sua mente virou um pandemônio generalizado, deixando-o extremamente disperso.

— É o que realmente quer? — indagou, erguendo uma das sobrancelhas.

— Como?

— Por que não acho que seja assim — avisou, sorrindo. — Não tentou me afastar em nenhum momento. Se tivesse me pedido para parar, eu teria obedecido no mesmo instante, sabe disso. Mas você me apertou.

COLLIDE • yeonbinWhere stories live. Discover now