The Last Great Dynasty - Joyrene

IV - A Floresta

As irmãs vivem nos arredores do Lago Cassiopeia, no Distrito Sudoeste, mais conhecido como Cidade Nova, de frente com o Palácio Nacional.

Vamos falar um pouco da historiografia de Chunchu.

Chunchu, a Cidade da Primavera e do Outono, nome que lhe conferido devido a natureza caótica de seu clima. As manhãs costumam ser outonais, as tardes variam entre o sabor do verão ou da primavera, e as noites costumam esfriar como no inverno.

A construção da cidade se iniciou na Dinastia Z, com o palácio no centro e o vilarejo nos arredores, onde hoje é o Distrito Leste. As sucessivas guerras levaram a incontáveis destruições e reconstruções. A Cidade Atual é fruto de quatro períodos: O Último Reinado, A Ocupação, A República Nacionalista e o Pós-Guerra Civil.

O Penúltimo Rei ordenou a compra de terras nas margens do Rio Ahm e obrigou a Antiga Província de Zhou a ceder a Cordilheira do Tigre, com a intenção de construir uma Estação de Águas Termais para A Nobreza. Quando a Monarquia foi derrubada pela Ocupação Estrangeira, os Conquistadores expandiram a cidade para o Sul, criando as bases da Cidade Industrial. Após a Independência, o Governo Nacionalista expandiu a cidade para o Noroeste e iniciou uma série de mudanças radicais, como o aterramento de parte do Lago Cassiopeia. A Guerra Civil transformou Chunchu em ruínas, o Pós-Guerra foi marcado pela "Modernização", onde o Jardins do Palácio se transformaram no Parque Nacional, casas do último reinado e prédios do período colonial foram destruídas para dar lugar para pequenas vilas de apartamentos. Nesse período foi construída a Cidade Nova, onde nossas heroínas moram, antes uma parte da Cidade Industrial.

Yeri e Joy estavam sentadas em um banco de pedra, vestindo blusas leves, uma brisa balançava as árvores ao redor do Lago Cassiopeia, onde as estrelas refletem nos dias de céu limpo. Elas se abraçaram. Então, a irmã mais velha oficial disse:

-Tome cuidado, pessoas ricas costumam ser estranhas...Ela encarou o Palácio Nacional, onde as janelas do Parlamento jaziam na escuridão, porém as cercanias do complexo histórico eram iluminadas por uma série de holofotes.

-Vou tomar, mana.

Joy descansou no ombro da irmã e juntas respiraram o ar frio do anoitecer.

...

Ela foi recebida pelo motorista na Estação Central, que a guiou até um carro compacto preto, semelhante a um táxi.

O veículo atravessou os principais pontos da cidade. Até a Ponte Presidente K, a floresta humana reinava absoluta, mas ela foi desaparecendo gradualmente até se converter em uma floresta ancestral, fora do controle da humanidade. Há muitas lendas sobre a floresta e como os reis, conquistadores e presidentes foram obrigados a seguir as suas fronteiras.

Joy estava apreensiva em cruzar a ponte, sempre acontece algo estranho lá.

Quando a ponte foi construída, uma obra polêmica e vista por muitos como desnecessária, algumas semanas após a inauguração, um trecho desabou, matando dez pessoas. O trecho foi refeito claro, mas os acidentes não pararam. O local ganhou fama de mal-assombrado, mas essa fama logo ganharia uma nova narrativa, quando a ponte foi palco de um caso de assassinato.

Na década anterior, um carro explodiu sobre a ponte, matando cinco pessoas. As vítimas foram identificadas como sendo o Ministro da Defesa e Segurança Interna, o vice-presidente do Partido Nacionalista Republicano, o Secretário do Escritório de Inteligência Nacional, um criminoso procurado por liderar uma organização extremista e um motorista de vinte e cinco anos.

O Escândalo da Ponte K levou a uma investigação que revelou a parceria entre o governo e organizações extremistas para espionar países vistos como inimigos e perseguir opositores. O Primeiro-Ministro P foi forçado a renunciar, além de ser preso logo seguida como parte do esquema. Apesar de toda a comoção e consequência devastadoras para o meio político, os culpados nunca foram descobertos. Os suspeitos vão desde membros da oposição até fanáticos religiosos, ou grupos estrangeiros.

Porém o caso foi o primeiro de uma série de crimes que aconteceriam na ponte. Na mesma época, a célebre cantora KT foi estrangulada pelo namorado enquanto voltavam para sua casa de um show, o CEO da MR alimentos foi morto a tiros por um sócio e o corpo de uma jovem desconhecida foi encontrado no acostamento com marcas de extrema de violência. Ninguém foi preso nesse caso.

As velhas xamãs dizem que isso é uma vingança dos Espíritos da Floresta, afinal a Ponte K é como uma cicatriz em um pedaço da Terra Pura.

-Não se preocupe, vai ser rápido, disse o motorista, percebendo a apreensão de Joy.

-Ah...Muito obrigado, você é gentil, agradeceu com um sorriso.

-A Lady Irene sente a mesma apreensão, você vai dar aulas para ela, correto?

-Uhum, é uma grande oportunidade...

-É, mas quer um conselho? Não se envolva muito com eles, faça o seu trabalho e pronto, ignore certas coisas e nunca fale de política, é o business deles.

-Vou me esforçar...Respondeu Joy, vendo o carro pisar em terra firma, enquanto a ponte ficava para trás.

-Viu só? Estamos em terra firme, agora se prepare para os morros, amiga!

-Qual o seu nome? Se posso perguntar....

-Jake, sorriu acanhado, sou um menino do interior de Song, um sulista, riu.

A estrada era cuidadosamente asfaltada, obviamente a alta sociedade desse país não moraria em uma localidade onde seus carros luxuosos não pudessem atravessar, no entanto os morros eram intermináveis. Eram como uma série de vértebras, como se a floresta fosse um esqueleto vegetal.

Os portões de Castletown apareceram, um muro coberto por trepadeiras circundava a fortaleza do Jardim do Tempo, e o se abrirem, pássaros gritaram nas árvores, algo que assustou a jovem pintora.

-Não tenha medo, aqui é só o começo, sorriu Jake, tentando acalmá-la.

Ou alertá-la.

.... 

N/A:

Olá, aqui é o Príncipe, ou apenas o Lucas. 

Eu espero que os leitores gostem de minhas longas e contemplativos descrições de paisagens. Preciso focar mais nos personagens, mas descrever paisagens e eventos misteriosos é tão prazeroso.  

Estou aqui, no crepúsculo dos meus Vinte e Quatro anos, o tempo é implacável, sou obrigado a fazer Vinte e Cinco anos, não posso retornar para os Vinte e Dois, isso me deixa triste... 

O mês está sendo marcado pela tragédia no Rio do Grande do Sul, se possível doe, seja dinheiro para o Governo do Estado ou ONGs confiáveis, ou alimentos, roupas, água, no momento há necessidade de roupas de frio. Todos podemos fazer algo para ajudar. 

E o mais importante, nunca se esqueçam de que isso aconteceu. 

Precisamos lembrar, nunca esquecer, para construirmos um mundo mais seguro para todos. 

Nunca se Esqueçam que seres humanos e animais perderam suas casas, familiares, vidas e que tudo isso poderia ter sido evitado. 

Nunca se Esqueçam. 

-Your Prince.