32. Fragmentos do passado

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Seu coração pareceu cair de seu peito quando Seokjin entrou no quarto de forma abrupta. Antes que Hyunwoo pudesse articular uma palavra, ele foi empurrado com violência contra a parede, o impacto fazendo sua cabeça girar e seus pulmões doerem.

O olhar furioso do rei perfurou Hyunwoo com intensidade, como se procurasse por qualquer sinal de fraqueza ou culpa em seu rosto. Sua voz ressoou pelo quarto, carregada de um ódio descontrolado.

— Você pensa que pode me enganar, seu inútil? — rosnou Seokjin, suas palavras cortantes como lâminas afiadas. — Acha que não sei o que está acontecendo? Acha que não sei que está me espionando para alguém lá fora?

Hyunwoo piscou perplexo com as acusações do rei.

Ele ergueu as mãos, como que se rendendo. Sua voz permanecia firme, mas carregava uma nota de desespero enquanto ele respondia.

— Eu juro que não sei do que está falando — disse ele.

Enquanto isso, Kihyun, escondido debaixo da cama, prendeu a respiração, enquanto temia pela segurança do príncipe. Ele pressionou uma mão contra a boca, tentando abafar qualquer som que pudesse denunciar sua presença.

— Não me faça de tolo, Hyunwoo! — rugiu Seokjin. — Você acha que pode me enganar? Que pode conspirar contra mim e sair impune? Não se iluda. Eu sei de tudo.

Hyunwoo engoliu em seco, sentindo praticamente sua sentença de morte. Ele gostaria de dar uma resposta que pudesse acalmar a fúria do pai, mas todas as suas tentativas pareciam inúteis diante de sua ira.

— Eu sei que você está conspirando com seus cúmplices. Eles não escaparão impunes por suas traições. Lee Jooheon e Sooyoung não ficarão ilesos por muito tempo — continuou Seokjin, sua voz adquirindo um tom ainda mais sombrio. — Eles serão os primeiros a sentir o peso da minha ira. E você, meu próprio filho, será o responsável por sua desgraça.

— O quê quer que eu diga? Não faço ideia de conspiração alguma! — Hyunwoo insistiu.

O golpe de Seokjin contra o estômago de Hyunwoo o atingiu com força suficiente para fazê-lo cambalear para trás, a dor pulsando através de seu corpo enquanto ele tentava recuperar o fôlego. Ele mal conseguiu conter um gemido de dor, e sua ansiedade aumentava à medida que o rei lançava suas palavras acusatórias.

— Eu estou cansado de suas rebeldias, Hyunwoo — disse Seokjin com uma voz cheia de raiva contida, sua expressão uma máscara de desgosto. — Você parece pensar que pode fazer o que bem entender, mas está enganado. Eu o criei com indulgência demais.

Hyunwoo cerrou os punhos com força, ao passo que a incredulidade se espalhava por todo o seu corpo. Como Seokjin ousava dizer que o criara com indulgência? Ele se lembrava de maneira vívida das noites de terror em que seu pai o subjugava com punições cruéis e palavras maldosas, dos anos de abuso e manipulação emocional que o deixaram marcado até a sua alma.

A raiva borbulhava dentro de si, feito uma panela cheia de óleo fervente. Mas também havia a tristeza, uma dor causada pelo conhecimento tão familiar de que seu próprio pai era o responsável por tanto sofrimento em sua vida.

— Nunca foi indulgência, pai — Hyunwoo disse, não se permitindo vacilar pela dor física. — Foi crueldade disfarçada de autoridade. Eu nunca esquecerei o que você fez e ainda faz comigo.

Seokjin lançou-lhe um olhar gelado, seus olhos cheios de uma mistura de raiva e desdém.

— Você acha que pode me desafiar, Hyunwoo? Você está enganado. Vai aprender sua lição, mesmo que eu tenha que forçá-la goela abaixo. Você aprendeu sua lição uma vez, quando era apenas uma criança insolente. Achou que podia fazer o que bem entendia, criando amizade com criados imundos e os alimentando escondido, mesmo após eu tentar controlá-lo com surras e mais surras. Você achou que ficaria só nisso, que poderia desafiar minha autoridade e sair impune, se metendo com a escória e julgando que era a coisa certa. Desperdiçava comida com uma mulher fraca e doente, com uma criança inútil. Espero que nunca tenha esquecido o que ganhou com isso.

O Segredo do Príncipe | ShowkiWhere stories live. Discover now