O Começo (Soluço x Oc)

11. Lembranças

Volto a olhar para ele com olhos e pensamentos distantes lembrando daquele dia...

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- A mãe de Fumaça, Serena... a mataram, ela morreu em meus braços e Fumaça viu tudo, eles tinham nos rastreado pelo sangue dela que tinha caído no caminho, quando comecei a ouvir passos e vozes, foi quando mandei Fumaça ir embora

Fumaça e Banguela sentindo o clima da conversa vieram até nós, Fumaça deitou a cabeça em meu colo e Banguela deitou ao lado de Soluço. Acariciando Fumaça, continuo.

- Ele tentava fazer sua mãe se mexer - Digo com a voz embargada e seco uma lágrima que caiu quando lembrei da cena como se fosse ontem - Eles estavam se aproximando e Fumaça ainda não tinha ido embora, pedi novamente e fiz uma promessa - Respiro fundo piscando rapido tentando afastar as lágrimas, aperto meus lábios e em seguida molho eles e continuo - Uma de que nos reencontraríamos não importando onde estivéssemos, foi quando ele me obedeceu e se foi... depois me chamavam de matadora de Fúrias da Noite achando que fui eu que matei Serena

Fumaça acaba choramingando ao ouvir o nome de sua mãe e se aninha mais em mim

- Decidimos sair da ilha depois disso e vir para Berk, no meio do caminho enterramos Serena em uma ilha à cinco horas de distância de Berk

- Espera, você tinha dez quando chegou, com quantos...?

- Com quantos anos conheci eles? - Continuo por ele - Eu tinha cinco anos quando os conheci e por causa de Serena eu não morri naquele dia - Levanto a blusa um pouco revelando a lateral esquerda com uma cicatriz horrível de queimadura - Em vez de me matar quando estava desmaiada, ela me ajudou, me curou dia após dia, ela me tratou como se eu fosse seu próprio filhote, já que eu era uma criança naquela época - Abaixo minha blusa e continuo - Ela poderia ter me cuidado por causa disso, por que eu não conseguia me defender, após tudo isso, passei longos cinco anos com eles e meus pais também

- Eles sabiam?

- Sim, minha mãe me achou com Serena junto, ficaram cautelosos no início mas viram que não ia acontecer nada comigo perto deles - Suspiro fundo e olho para a grama - Bom, chega de história triste por hoje - Ele solta uma risadinha - O resto te conto quando for conveniente, agora só quero aproveitar esse momento e relaxar antes de voltar à realidade...

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Passamos algumas horas ali brincando com os rapazes e decidimos ir pra casa, mesmo insistindo para o Fumaça ficar e não me seguir pra casa, foi inútil.

Me encontro agora em cima do Fumaça gritando a plenos pulmões de alegria com ele fazendo manobras, soltando seu plasma ele acelera e passa nos fazendo ficar invisíveis.

Fico em silêncio observando Soluço e Banguela ficarem confusos nos procurando, sorrio e me aproximo deles ficando acima dos dois, pulo e me sento na cela do Banguela e me agarro no Soluço para não cair.

Sentindo meus braços em sua volta, ele segura firme me impedindo de cair

- O que você está fazendo? - Perguntou assustado.

Sorri - Me divertindo! Faz tanto tempo que não voo com o Fumaça  que eu esqueci como era - Solto uma risadinha - Vou voltar pra ele

- Não - Ele segurou mais seu aperto - É perigoso, Fumaça não tem uma cela para te apoiar quando voltar pra ele, você pode cair

Sorrio com a consideração do Soluço por mim, apoio meu queixo em seu ombro e falo

- Se eu cair você me pega - Com isso ele soltou um pouco seu aperto - Ah!... Se só queria que eu ficasse aqui com você, tem que escolher uma desculpa melhor - Sussurro.

- E-é o-o que? C-como... - Rindo aproveito o seu estado pimentão gaguejante e me jogo do Banguela caindo no ar

- Garoa! - Gritou Soluço assustado

Fumaça veio e me segurou com suas patas, escalei ele até ficar em suas costas. Olhei para o Soluço e ele estava boquiaberto com isso, logo ele fechou a cara e acelerou com Banguela.

- Acho que ele está bravo comigo amigão - Ele responde dando um rugido e seguiu os dois

Chegando na clareira eu desço do Fumaça e vou até o Soluço que ainda está carrancudo comigo

- Soluço estou bem, olha - Dou a volta dando ênfase no "bem" - Viu!? - Ele ainda me olha brabo

Suspiro pela falta de reação do Soluço

- Fumaça nunca iria me deixar cair, sai dessa e- - Sou interrompida

- Sair dessa!? Garoa, e se Fumaça não conseguisse te pegar? E se você escorregasse? E se- - Desta vez eu o interrompo colocando minhas mãos em suas bochechas

- Chega de "e se", o fato é que isso não ocorreu e eu estou bem, estou na sua frente agora te tocando, sente isso? - Ele agarra as minhas mãos sobre as suas bochechas as mantendo lá - Admito que fui um pouco imprudente

- Um pouco? - Fala com a voz engraçada devido às minhas mãos estarem em seu rosto, Rio um pouco

- Tá, fui muito imprudente, não vou fazer mais isso

- Promete? - Pede com a voz enrolada

- Hmm, prometer eu não prometo

- Garoa!

- O que!? Só vou fazer quando realmente precisar!

- Espero que nunca - Sorrio com carinho

Ainda segurando minhas mãos ele fecha os olhos e inclina a cabeça na direção de uma delas, vendo isso fico corada e antes que eu possa admirar essa visão mais tempo, Fumaça intervém se pondo no nosso meio cortando o nosso contado.

Fumaça me circula olhando o tempo todo para o Soluço e no fim ele para e se deita na nossa frente nos separando com seu corpo no meio.

Eu e Soluço nos olhamos e caímos na gargalhada, fui até o meu dragão e acariciei seu pescoço.

- Isso é ciúmes? Ohh, você é igualzinho a sua mãe

- Essa é nova, não sabia que eles eram ciumentos

- Acho que depende do quanto eles gostam da gente - Paro de dar carinho no Fumaça e me levanto - Vamos Soluço já estivemos fora por muito tempo - Ele concorda - Estou indo Fumaça, faça companhia para o Banguela, eu volto amanhã, prometo - Encosto minha testa na dele, ele protesta um pouco mas consigo acalmá-lo - Tchau amigão - Beijo o fucinho dele e vou embora com o Soluço