O Colecionador de Segredos ✾ JOTAKAK

✾4. o diálogo entre power rangers e biscoitos de nozes

Cá estou com o capítulo da semana! Foi bem divertido de escrever hihi 

ele vai começar a dar corpo a história daqui pra frente, depois disso só ladeira abaixo e acima também, pq nem só de pataquadas vive Noriaki kkk

boa leitura!

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Voltar para casa depois de uma sexta sagrada sempre era a parte mais difícil. Eu acordava completamente quebrado, como se tivéssemos dançado a noite inteira em uma balada de esquina em Morioh, quando na verdade, eu sempre dormia no colchão apertado que dividia com Josuke. Isso era péssimo para as articulações, me deixava com oitenta anos de idade.

Naquela sexta, eu fingi muito bem que não tinha descoberto nada e segui normalmente, carregando mais um segredo que não era meu. Claro que eu passei a analisar cada movimento minuciosamente e a realização é muito engraçada depois que você passa da fase da cegueira. Céus, Rohan era muito apaixonado por Josuke.

Eu apostava meu salário mensal que ele adoraria dividir aquele colchão horrível com Higashikata, mas para tentar não dar muito na cara, dormia em sua própria cama e me deixava com aquela tortura. Eu queria muito que um dia, eu dormisse naquele colchão sozinho e os dois na cama. Quem sabe...

Bom, passando por tudo isso, a manhã veio e eu tive que voltar para casa. Ainda tinha mais uma aventura a ser vivida — e que não seria nada fácil, aliás. Jotaro e eu marcamos de conversar sobre o trabalho de biologia na minha casa. Não definimos horário, mas ficou combinado que seria pela manhã. Claro, "manhã" é muito amplo, poderia ser tanto às 6h quanto às 11h30, mas eu fui para casa às 8h de qualquer maneira. Josuke declinou da minha carona e preferiu dormir mais um pouco, então eu subi na minha moto e pilotei pelo meu caminho.

Esse planejamento do projeto não seria muito agradável, principalmente depois das coisas que eu soube por Josuke na noite anterior. Jotaro era um mistério, assim como os motivos para termos nos afastado e fingir que tudo estava bem era complicado. Eu era louco por ele, desde sempre, mas era muito mais prático manter isso comigo mesmo e não lidar com sua presença, como uma paixão platônica. Só que definitivamente ele estaria perto de mim nos próximos meses, isso era perigoso. Eu não sabia como agir, não tinha ideia do que poderia soltar sem querer... É, complicado demais para uma mente completamente dodói igual a minha.

A manhã estava fresca e não demorei muito para chegar na minha rua. Virei a esquina e lá estava a casa da família Kakyoin, se destacando muito das outras. Isso se devia ao fato de eu ganhar mais do que meus pais ganhavam no restaurante deles. Era uma vantagem gigantesca morar com os pais e ganhar um salário gordo, mas claro que eu usava aquilo para ajudá-los e investir na casa sempre que podia. Com meus primeiros salários, paguei uma reforma grande, modernizando nossa casa por dentro e por fora. As pessoas se perguntavam onde os Kakyoin haviam arranjado tanto dinheiro — até nos chamaram de agiotas pelas costas —, mas isso não dizia respeito a ninguém além de nós.

E também tinha outro fato que despertava uma curiosidade enorme nos fofoqueiros: minha moto. Tudo bem, eu meio que pesei a mão na hora de comprá-la e não poupei gastos, mas ainda assim, era problema meu e de mais ninguém. O único fofoqueiro que eu permitia bisbilhotando minha vida era Rohan.

Assim que fui me aproximando do jardim de casa, estreitei os olhos para enxergar melhor, pois havia algo de incomum na calçada, ao lado da caixa de correio. Minha visão era um lixo, mas ela serviu para me deixar ansioso o suficiente para quase perder o controle da direção e cair igual bosta na pista vazia.

Simplesmente Jotaro estava parado feito um poste na calçada da minha casa. Ele era alto igual a um poste, a comparação era válida. Ele vestia calças jeans pretas rasgadas nos joelhos, uma regata cinza e um casaco grande, cheio de spikes em detalhes. E claro, o boné que se mesclava com seus cabelos.