VIII

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"O que você quer dizer com grávida!"

"Agora não, Freddie", disse Tommy, com a voz tensa enquanto levantava a mão para ele.  Arthur e John estavam encostados na parede da trincheira com os braços cruzados.

"Você vai adorar ser pai, Tommy."  John tinha o maior sorriso no rosto.  "É a melhor sensação do mundo. Especialmente quando seu filho dá os primeiros passos. Katie, minha garota. Me chama de papai. Primeira palavra."

Tommy olhou para John com o tipo de olhar que dizia que ele o estava julgando silenciosamente, mas houve uma contração nos lábios para que ele soubesse que não se importava que ele divagasse sobre seu primogênito.  Ou sobre ser pai.

"Eu digo que devemos comemorar!"  Artur aplaudiu.  "Quebre o velho rum! Faça um brinde ao nosso anjinho e reze para que ela esteja saudável e tenha uma gravidez fácil e, acima de tudo, o mais novo Shelby nascerá com todos os dez dedos das mãos e dos pés!"

"Obrigado, Arthur", disse Tommy sinceramente.

"Até o lixo..." Gilbert deu uma risada.  "Sim, diga que você tem sorte, cara. Você está sentindo falta de todas as mudanças de humor, vomitando e chorando por flores murchas."

"Como você saberia disso?"  Jimmy perguntou.  "Você não tem filhos! Tommy, não dê ouvidos ao Sniper Rifle aí. Crianças são ótimas! E deixe-me dizer, minha Urla tinha apetites sexuais insaciáveis, juro pelo túmulo da minha mãe que tive um pau rachado por um  maldito mês."

Todos estremeceram com o pensamento.

"Martha não deixava nem dormir na mesma cama!"  John exclamou "E você tem que enfiar isso na sua esposa repetidamente?!"

“Thomas,” Jeremiah veio ficar ao lado dele.  "Devíamos orar ao nosso senhor Jesus Cristo e pedir que ele abençoe a Srta. Black por ter um bebê saudável."

"Obrigado, meu amigo", Tommy bateu com a mão em seu ombro.  "Eu aceitaria isso."

Mesmo que Deus o tivesse abandonado há muito tempo, Tommy oraria por Solaris e pelo seu filho.

"Tem certeza de que é seu?"  Freddy perguntou.

O punho de John plantou-se em seu queixo.  "Essa sou eu, irmã, Freddie! Arthur e eu podemos atestar que Solaris está grávida do bebê de Tommy."

"E nem mais uma palavra sobre isso," Arthur estalou os nós dos dedos, suas narinas dilatadas.

"Vá se foder", disse Tommy, olhando para ele.

Freddie pode ser seu melhor amigo, mas a cada dia ele ficava cada vez mais irritado com ele.  Foi a gota d'água, com Freddie chamando seu anjo de prostituta.  Tommy sabe melhor do que ninguém que Solaris não esteve com nenhum homem antes dele - havia sangue nos lençóis para provar isso.  E ele definitivamente não levava Solaris para dormir com qualquer um.

Eles se deixaram com a impressão de que haveria outro momento, mais do que apenas uma recontagem.  Tommy deu-lhe a ela a porra do seu anel.  Aquele que sua mãe fez para ele.  Ela também deu um para Arthur e John.  Nenhum deles os havia tirado até Tommy entregá-los a Solaris.

Ele ficou ainda mais feliz por ter feito isso.  Caso algo acontecesse com ele, seu filho teria mais do que apenas o sobrenome.  Ele ou ela teria uma herança para valorizar.

"Preciso conversar com um superior sobre ir para Paris", Tommy apagou o cigarro e saiu da trincheira, puxando o capuz sobre a cabeça para evitar que a chuva caísse em seus olhos.

Um maldito bebê.

Não era uma situação ideal.  Ele estava morrendo de medo de ser pai, mas não pode dizer que ficou desapontado com isso.  Ele sempre quis ter um filho.  Talvez não agora, claro, mas algum dia.

Cigarette DaydreamsWhere stories live. Discover now