Quando Gabigol está em uma má fase, tanto na vida profissional como na vida pessoal e amorosa. E no meio ao caos, ele cria sentimentos pela babá da filha dele.
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Eu sabia o que ela ia falar, os olhos dela já haviam dito diversas vezes para os meus. Mas eu queria ouvir da boca dela. Eu queria que ela assumisse os sentimentos por mim, para assim, eu também assumi os meus para ela.
Por que é tão difícil você assumir os seus sentimentos primeiro? Sei lá. Me sinto um adolescente de 15 anos, que não sabe o que fazer, o que falar, o que sentir, mas que pensa em milhares de coisas ao mesmo tempo, e no final, continua não sabendo o que fazer, falar e sentir.
Nossos olhos têm o poder de conversar, dizer o que sentem, antes mesmo de nós dois entendermos o que sentimos. Acho incrível como isso acontece. Como o olhar dela consegue conversar com o meu, e dizer o que sente, sem ao menos, ela dizer uma palavra.
Ela estava tão perto de dizer o que sentia, e eu estava esperando isso acontecer, para eu poder assumir os meus também. Mas algo aconteceu, não sei se foi medo, ou apenas imaginação da minha cabeça, talvez ela apenas iria dizer realmente que ia tomar banho.
Estou terminando de escrever no caderno que a psicóloga passou. Novamente sobre ela. Sempre é sobre ela.
Já é a quarta folha escrita em meu caderno, e é a quarta folha escrita para ela.
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Ao terminar de escrever, guardo meu caderninho no criado mudo ao lado da cama e fico parado esperando ela sair do banheiro.
Alguns minutos depois, ela aparece, com seus olhos vermelhos, denunciando que ela chorou. E eu sinto meu coração apertar.
- O que foi, princesa? – me levanto e vou até ela que está penteando seu cabelo em frente ao espelho do quarto.
- Não é nada, Gabriel. – ela diz em um tom de tristeza. - Só me deixa quietinha, por favor.
- Ei, não me afasta assim. – a viro para mim. - Você me ajudou, e eu quero também te ajudar.
- Eu não preciso ser ajudada, Gabriel. Eu só preciso me sentir suficiente, só isso. – ela diz e seus olhos enchem de lágrimas.
- Você é suficiente, princesa! – sussurro enquanto faço um leve cafuné em seus cabelos. - Você sabe que no mundo, não há ninguém incrível quanto você né? – olho para ela.
