Capítulo I: O dia em que meu destino foi amaldiçoado

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*O capítulo contém gatilho bruto: abuso sexual*

“Bem-vindo ao quarto do pânico
Onde todos os seus medos mais sombrios vão vir até você.”

Au/Ra.

Uma hora você por cima e outras por baixo. Foi apenas um acidente no qual tropecei em alguma pedra e acabei caindo em um rio. E agora me encontrava em uma situação de vida e morte.

Tento voltar à superfície mas não consigo nadar, eventualmente em vez de emergir de volta à superfície acabei afundando e isso me deixa aterrorizada. Mas mesmo que agitasse minhas mãos e pés, não conseguia voltar e isso só fez meu medo aumentar.

Com a falta de ar tomando conta do meu nariz a água começou a preencher meus pulmões me afogando de forma lenta e dolorosa.

Não quero morrer!

Mesmo lutando contra meu desmaio iminente, minha visão começou a se perder em meio a escuridão, mas antes que pudesse entender o que estava acontecendo, algo preencheu minha mente, era como uma memória perdida, de uma pessoa desconhecida.

Foi como ver o filme da vida daquela mulher desconhecida. Eu vi seus primeiros passos, a primeira palavra a qual ela dizia “mamãe ou papai” para seus pais. E vi seu crescimento lentamente. Eram preciosas lembranças, mas as memórias mudaram para algo amargo quando ela completou 10 anos. Haru descobriu que estava com leucemia aguda. Uma doença fatal. Desde aí, tudo mudou. Ela lutou contra a doença, e por um tempo pareceu que a doença estava sob controle, ela aproveitou dois anos antes da doença voltar com força total, esmagando sua fé totalmente. Foram longos 6 anos vivendo sob constante dor, mas mesmo que seu corpo e mente estivessem quebrados o suficiente ela nunca chorou na frente de seus pais.

— Amanhã é a cirurgia, se o pior acontecer...— Haru estava prestes a falar o restante quando foi interrompida.

— Vai dar tudo certo querida, tenha fé em Deus! — Sua mãe sempre tão otimista disse em meio a lágrimas.

— Sua mãe tem razão, tudo vai dar certo. — Seu pai segurou a mão de sua mulher e sorriu levemente.

Nenhum deles notou, sua boca se contorcendo levemente, ela estava apertando com tanta força.

— Vocês tem razão. — Ela sorriu falsamente.

Haru sempre soube. Ela ia morrer.

No dia da cirurgia, antes de Haru morrer, ela pediu para chamarem seus pais dentro da sala de cirurgia para falar pela última vez.

— M-mãe...p-pai...sinto... muito..p-por... não...ter...nascido saudável. — Falou em meio a dificuldade, o aparelho que a mantinha viva estava fazendo o som sair enguiçado. — mesmo...assim...eu fui imensamente feliz de ter sido a filha de pessoas tão maravilhosas. — mesmo que ela quisesse chorar ela sorriu, para que eles tivessem uma memória bonita ao lembrar dela. — Eu espero...que vocês sejam felizes.

Não quero morrer. minha voz juvenil se misturou com a de Haru.

TU TU TU

O som do aparelho e das pessoas gritando fez minha sobrevivência falar mais alto e me deu forças para abrir os olhos e nadar até a superfície.

— Cof..Cof...— Tossi cuspindo a água de dentro de mim.

Quando tudo se acalmou, olhei para a água do rio que refletia meu rosto.

Que estranho, o rio parece tão raso.

Encarei profundamente meu rosto. Tinha algo nele que fez algo para me estranhar.

O Doce Sorriso Do Diabo (Fanfic Diabolick Lovers)Where stories live. Discover now