O Segredo Do Bad Boy

Capítulo 13

Nattan

Eu me levanto animado por saber que aquele dia poderia ser o dia em que eu finalmente me resolveria com Levi, eu já não estou mais suportando isso e tudo o que quero neste momento é estar com ele, mas eu não posso. Hoje eu vou resolver os problemas familiares que tenho evitado há tanto tempo, apenas por ele, apenas por que quero estar com ele sem ter que me preocupar com outra coisa além dele mesmo.

Hoje não irei para a aula e sim para a casa da minha mãe, ela me chamou para almoçar com ela, e eu aceitei, eu poderia ir para a casa dela após o horário de aula, mas não acho que é isso o que quero fazer, e para ser sincero, eu estou ansioso para me resolver com a minha mãe.

– ☆ –

Algumas horas se passaram e aqui estou eu, na porta da casa de minha mãe. Me sinto nervoso e não sei bem o que esperar dessa conversa, mas espero que dê tudo certo, digo, pelo telefone ela parecia estar verdadeiramente arrependida do que fez à mim, mas a situação pode ser completamente diferente pessoalmente.

Após alguns segundos, ela atende a porta e depois de anos eu me vejo à frente dela. Minha mãe não mudou muito durante esses três anos em que passamos separados, a única mudança aparente foi o seu cabelo, que está maior, agora passando da cintura.

— Boa tarde Nattan! — ela me abraça, é um abraço bem apertado, carregado de saudade e talvez… dor? Não sei, mas sei que é acolhedor e logo eu retribuo da mesma forma.

— Oi mãe — sorri, me afastando do abraço.

— Está grande, você mudou bastante — diz ela enquanto acaricia os meus cabelos, de forma carinhosa.

— Três anos não são três meses afinal — isso soou mais arrogante do que eu pretendia.

Não quero ser arrogante com a minha mãe, mas não acho que consiga simplesmente esquecer o que ela me fez passar durante aqueles meses em que continuei com ela. Eu não sou capaz de esquecer isso tão facilmente.

— Você tem razão — sorri um pouco sem graça — Vem, entra — dá espaço para que eu possa entrar.

Assim que entro naquela casa me vem as memórias de toda a minha infância ali. Analiso todos os cantos da casa e me dou conta de que nada mudou, a casa ainda tem uma decoração simples, porém bonita e elegante. E na maioria dos porta-retratos têm fotos minhas, fotos de toda a minha infância espalhadas por aquela casa.

Suspiro ao ver que mesmo com tudo o que aconteceu, ela não mexeu em nada na casa.

— Vamos direto para o almoço, ou quer conversar um pouco? Me contar como anda a sua vida? — sorri gentil.

— Olha mãe, vou ser sincero. Eu tenho apenas um motivo para ter vindo aqui, e não pense que foi para te perdoar ou alho do tipo, até porque isso leva tempo, tudo o que você me causou não foi fácil e eu ainda estou tentando seguir a minha vida sem você, e com toda aquela rejeição. Eu quero sim voltar a falar com você normalmente e te perdoar, eu quero um dia conseguir fazer isso, mas esse dia não será hoje, então por favor, não me venha com esses sorrisinhos.

— M-me desculpa Nattan — as palavras mal saem de sua garganta e a sua voz está embargada. Logo ela começa a chorar.

— Não me peça desculpas, você foi realmente horrível comigo — sinto a minha garganta arranhar e a minha voz falhar, eu estava prestes a chorar, mas ainda havia muito o que falar para ela.

— Talvez a senhora não tenha noção do quando você me fez mal ao me expulsar dessa casa, eu me vi perdido. Eu nunca tive uma boa relação com o meu pai, eu nunca fui próximo dele, mas a minha mãe tinha me abandonado, o que eu, um garoto de menor, desempregado poderia fazer a não ser ir morar com um estranho que eu chamava de pai? Eu não conseguia viver bem, tudo o que meu pai fazia era beber e sair, e de certa forma isso me influenciou a fazer o mesmo, eu estava arruinado! Com 16 anos, eu estava bebendo e fumando todos os dias, era a única forma de sair da realidade horrível em que a pessoa que eu mais confiava havia me colocado.