Dois corações podem permanecer juntos mesmo depois de destruídos?
Após perder sua mulher e filho em um acidente criminoso, Alexei Rurik jurou a si mesmo duas coisas: se vingar e nunca mais entregar seu coração.
Mas as duas maiores convicções de...
Este capítulo é dedicado para Ari, que fez aniversário antes de ontem. Parabéns mana, que Deus te abençoe de montão 🎈
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Por um momento eu só fiquei parada e respirei fundo, é como estar em um sonho. Até o ar aqui parece diferente, como se a esperança que senti brotar no peito de repente tivesse cheiro.
Cheiro de liberdade e esperança. É isso, o Brasil é minha chance de recomeçar por isso cheira a esperança. Viktor toca em meu braço fazendo com que eu saia do transe e me guia por entre a multidão de pessoas desconhecidas nesse aeroporto.
Chegar ao Brasil foi um processo demorado, ficamos horas no avião, por sorte minha leitura era interessante e me ajudou a ficar distraída, ou quase distraída pois uma parte minha ainda estava com o pensamento em Alya. Mesmo que eu quisesse ficar mais tempo em sua companhia assistindo a sua recuperação, não pude porque essa escolha me foi tirada por meio de uma passagem de avião deixada sobre a escrivaninha.
Doeu ouvir o que ele falou depois de me beijar. A verdade é que eu estava me deixando envolver e suas palavras me fizeram levar um choque de realidade. A mensagem de Alexei foi clara como água cristalina: não existe espaço em minha vida para você.
Então no momento eu estou sendo egoísta e pensando no meu bem estar pois sei que minha irmã vai ficar bem, ela tem um marido que a ama e cuidará dela com amor.
Amor. Uma coisa que eu nunca terei, ou talvez tenha se meu plano der certo, assim serei verdadeiramente livre.
Da janela do carro, observo maravilhada a cidade com prédios enormes. São Paulo é caótica, barulhenta, tumultuada e incrível. Mesmo com o calor que faz minha roupa grudar no corpo não consigo deixar a janela do carro fechada o que faz com que Viktor chame minha atenção por causa do ar condicionado.
Depois de um tempo chegamos a uma casa de dois andares rodeada por muros altos, da para saber que tinha mais de um andar por causa do telhado. Suponho que seja aqui meu novo lar.
Viktor está estranhamente calado respondendo monossilábico a tudo que pergunto, ele veio o caminho inteiro sem a ajuda do GPS então creio que ele conheça bem São Paulo. Me dá um pouco de inveja ver o quanto homens como meu pai, Viktor e Alexei são livres para viver, curtir, conhecer outros países, anseio tanto por essa liberdade e quero que o Brasil seja o ponto de partida para minha nova vida.
O portão é aberto quando Viktor pressiona um botão na chave do carro e quando entramos fico boquiaberta com o luxo da casa. Tem árvores bem podadas no jardim, uma área enorme com pilastras ao redor da casa. Parece ser uma casa antiga, mas não deixa de ser belíssima, porém seu interior não tem nenhuma personalidade, como se estivesse recém saído de uma revista de arquitetura.
Viktor anda na frente me apresentando cada cômodo sem vida da casa, mas não presto muita atenção, depois sobe a escadaria oval em direção ao segundo andar e mostra meu quarto. Desse eu gosto, é todo em tons de rosa bebe e madeira clara, tem uma janela de vidro que me apresso para abrir as cortinas de seda e tenho a visao do jardim bem cuidado. Sorrio e fecho os olhos inspirando o ar.
