Dois corações podem permanecer juntos mesmo depois de destruídos?
Após perder sua mulher e filho em um acidente criminoso, Alexei Rurik jurou a si mesmo duas coisas: se vingar e nunca mais entregar seu coração.
Mas as duas maiores convicções de...
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Passaram-se dois anos desde que a mulher da minha vida foi tirada de mim. E junto dela, uma parte minha se foi para sempre. No mesmo dia, também perdi meu pai e fui obrigado a reger a organização que ele comandava.
Vivia por um único desejo: vingar a morte do meu pai e dela. Há dois anos busco pistas que possam me levar aos responsáveis. Matei cada homem ou mulher que ousou ficar em meu caminho, sem hesitar, sem piedade.
Minhas mãos estão banhadas de sangue, mas os verdadeiros culpados ainda estão livres, descobri muita sujeira, inclusive dentro da minha organização, fiquei conhecido como o implacável, me chamam de monstro, mas nada disso me afeta, eu não vou parar enquanto meu objetivo não for alcançado. Ao contrário do que eu achei, não foi difícil deixar um rastro sangrento por onde eu passei, todos eles mereceram o fim que tiveram.
Saio dos pensamentos que vivem me corroendo, pois até então não consegui uma pista quente de quem possa ter atentado contra nossa vida, e encosto a cabeça no estofado da cadeira do escritório que mantenho em minha mansão.
Deixo meu olhar vagar pelo espaço pouco iluminado, parando em uma fotografia grande, que ocupa boa parte da parede direita, próximo a estante de livros, onde ela amava passar suas horas livres. Nessa foto, Dasha exibia um sorriso doce e sua mão segurava no pingente da correntinha que dei a ela no nosso primeiro aniversário de casamento, um coração com correntes à sua volta. Presente esse, que mandei fazer especialmente para ela, não existia outro igual no mundo.
Se eu fechar os olhos, ainda posso ouvir o gritinho de surpresa que saiu de seus lábios e dos olhos brilhando quando abri a caixa de veludo em sua frente. É tudo tão vívido que chego a questionar minha sanidade sempre que isso acontece. Ouço o barulho de duas batidas no aço da porta do escritório e me recomponho rapidamente. Na frente de todos, eu não demonstro sentimentos além da raiva e esse desejo sombrio.
— Entre. — respondo sucinto.
Pela porta passa Bóris, meu conselheiro. Ele foi o único que mantive após a morte do meu pai, pois além de conselheiro e amigo fiel do antigo Pakhan, ele é meu sogro.
Antes de se dirigir a mim, o homem grisalho para e observa a foto de Dasha, vejo quando sua expressão muda por míseros segundos, então ele balança a cabeça e se vira em minha direção.
— Já fui informado dos eventos de ontem a noite — ele me olha severo — Não acha que já basta?
Os eventos dos quais Bóris fala, foi uma invasão que fiz a um pequeno cartel. Descobri recentemente que o líder deles estava recebendo informações privilegiadas dos meus negócios, pois almejavam vender suas drogas em um ponto que era meu domínio.
Isso seria motivo o bastante para querer minha família morta, não é verdade? Mas aqueles inúteis sucumbiram e abriram a boca rápido demais, segundo o líder começaram a agir após a morte de minha esposa, eles imaginavam que meu momento de fraqueza seria ideal para tirar proveito. Vermes inúteis! Sorrio ao lembrar dos gritos e pedido por misericórdia, enquanto saboreei suas mortes lentas e agonizantes.
